ODDG - Capítulo 34 - Revelações.

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Revisado 24.12.2018

Vocês já tiveram impressão que estavam revivendo algum momento das suas vidas? Como um deja vu? Está ali, depois de um ano e meio depois me passava essa impressão. Era meio cômico como no começo a minha exibida escolha e desdém pela indústria da moda me levou para uma jornada incrível.

Hoje eu era um dos editores mais bem conceituados da indústria, mesmo com pouco tempo, e eu estava ali, ariscando tudo para trazer Nícolas de volta. Ele estava diferente, realmente diferente. O Nícolas amoroso com a mãe e a sobrinha, que só se permitia ser assim dentro daquela casa tinha saído para o mundo exterior.

Será que o Themonium dentro dele realmente tinha morrido? Se tivéssemos sucesso e ele recuperasse a memória, será que isso não afetaria negativamente a nossa não relação? Eram tantos serás que eu tinha medo de conseguir as respostas.

― Você vai dar a volta na casa, na lateral tem uma porta de madeira e vidro, espere lá até você me ouvi te chamar. Preciso preparar ela para isso ― pedi.

― Tudo bem ― disse ele saindo, mas logo voltou e me abraçou, abraçou como a sua vida dependesse disso ― Obrigado Au-ro-ra ― disse ele rindo, foi inevitável eu não rir também.

Novamente eu subi aqueles degraus tipicamente parisienses, respirei fundo e toquei a campainha, ouvir uma movimentação na casa e então a porta se abriu. Na minha frente, Clear Apolline atendeu. Aquela beleza ainda estava presente nela, contudo as marcas da tristeza pela morte do filho ainda eram visíveis.

Tristeza que acaba hoje.

― Querido, fiquei tão feliz quando você disse que vinha ― disse ela ao me abraçar.

― Eu também estou feliz por estar aqui ― disse.

― Vamos entrar, você está com fome? ― perguntou ela.

― Eu estou sim. Clear, eu vim tratar de um assunto com você ― disse.

― Espero que não seja um daqueles assuntos chatos da revista ― disse ela me levando para cozinha.

― Não exatamente ― disse sentando em uma banqueta do balcão.

― Então, porque saudades não foi, você parece muito com o Nico, podia está morrendo de saudades, mas não vinha ver a mãe ― disse ela balançando a cabeça negativamente e me servindo um café com biscoitos. Isso me fez lembrar que fazia muito tempo que eu não ia ver meus pais também, prometi que ligaria para eles assim que possível.

― Eu vim falar sobre ele ― disse.

― Ah sim, o memorial de um ano não é? Nigel já tinha me pedido umas fotos para a revista, fiquei de ver para ele, mas ― então ela virou de costas e ficou calada, esperei o tempo dela, percebi que ela tinha começado a chorar ― Ainda é muito difícil para mim Andy.

Eu podia compreender muito bem, da primeira vez que eu tinha vindo aquela casa, depois da notícia da sua morte. Ver aquela cozinha, aquela sala, a praia. Eu também não pude me segurar depois de lembrar a cena de nós dois transando ali. Hoje eu olhava tudo de novo, e aquele ar cinzento ganhava coloração. Fui até ela, fiquei de frente naquele balcão e lhe abracei.

― Todo vai ficar bem ― disse enxugando as lágrimas dela.

― Nem acredito que vai fazer um ano ― disse ela limpando o rosto.

― Clear ― disse voltando para o lugar que eu estava, ela voltou a ficar de frente para mim ― você faria tudo para tê-lo de volta?

― Você sabe que sim ― disse ela ― mas não é algo que podemos ter de volta.

O Diabo de Gravata (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora