Capítulo 1

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Joguei o pedaço de papel, que já se encontrava todo amassado e molhado devido minhas mãos trêmulas e suadas, encima da mesa do refeitório.

- Isso só pode ser piada. - Falei com Priscila, que comia calmante um sanduíche de queijo. - Olha pra mim, idiota!

Me joguei na cadeira e esperei a opinião dela. Não que ela fosse um prodígio no assunto: Acabei de receber um bilhete do bad boy da escola.

Priscila tinha um gosto diferente das outras meninas, na verdade, o gosto dela era As meninas. Seu cabelo ostentava um estilo Unissex e pintado de azul escuro, as roupas um pouco largas no corpo.

E que corpo. Ah, se eu fosse hétero e, claro, se ela também fosse.

Seria difícil uma pessoa olhar para ela e não deduzir que ela curtia a mesma "fruta" que muitos caras por ai. Não que seja certo julgar alguém pela aparência e trejeitos, é só que... Enfim.

Prih era, sem sombra de dúvidas, a pessoa mais pegadora do colégio inteiro. Não sei se por curiosidade ou por gostar mesmo, a maioria das meninas queriam ao menos uma noite com ela. E eu, claro, sempre fico sabendo de todos os detalhes. E sério, eu sei de todas as bocetas em que ela pôs a boca. Sei quais têm pelo, quais tem piercing e tem até uma com tatuagem. Sinto nojo só de pensar em colocar a boca em uma.

- Aquela jeitão de "macho" - ela usou os dedos para fazer aspas quando falou. - Nunca me enganou, certeza que ele curte uma rola na raba. - ela disse fazendo pouco caso.

Júnior era o cara mais popular e um dos mais gatos da escola, perdendo somente para o diretor que era um Deus grego de 40 anos. Nunca, em todos esses cinco anos aqui eu ouvi dizer que esse cara beijou uma boca masculina, quem dirá mandar um bilhete assinado. Eu não conhecia a letra dele, mas se era pra ser trouxa, eu iria sim acreditar que aquilo era verídico.

- Bom, se uma rola na bunda é tudo que ele quer - falei desanimado. - Ele vai ficar querendo, esse pau aqui não entra em buraco algum. - segurei o pau por cima da bermuda.

Priscila me olhou tentando fazer cara de nojo.

- Não acredito que você, todo machinho curta levar na bunda. - falou rindo. - Olha esses músculos, essa mine barba... Você deveria sair por ai enfiando a vara em qualquer buraco que se mova, eu faria isso se tivesse um entre as pernas. - e voltou a comer seu lanche.

Tive que rir daquela idiota.

- Porquê você não cala a boca? - perguntei e ela balançou os ombros. - Na verdade, não cala a boca, não. Me ajuda nisso aqui. Será que eu vou... - li novamente o que estava escrito no bilhete - ... No beco que fica atrás da escola me encontrar com ele?

Ela não me respondeu até que o último pedaço do sanduíche fosse parar naquela barriga chapada dela.

- Tu vai querer mamar ele? - perguntou. - porque geralmente é isso que acontece nesse beco. - pensei um pouco. O cara era gato, pinta de Bad Boy. Adoro. E ainda tinha um volume entres as pernas, que só Jesus na causa. Mais que depressa eu balancei a cabeça, já imaginando aquela tora na minha boca. - Então, meu amigo, cai de boca no pau e se acaba.

Ri junto com ela. O que seria da minha vida sem a Priscila.

- Gui do céu, não olha agora, mas o Junior ta vindo pra cá. - ela falou ficando séria.

- O quê? - minha voz saiu fina, e eu olhei rapidamente para trás. Mas a única coisa que vi atrás de mim uma mesa repleta de nerds, todos envolta de um robô que parecia ser algum projeto de ciências.

-Sua idiota. - dei um leve tapa em sua cabeça e ela ficou rindo igual uma capivara no cio. Ridícula. - Chupadora de xoxota. Dedinho nervoso. Arrombadora de pranchana. - ao invés de se sentir ofendida com meus apelidos ela continou rindo. Fiquei com raiva e levantei da mesa.

Não sei brincar.

Parei no corredor para beber água. O bebedouro era meio sujo, mas cá entre nós eu não tenho essas frescuras, não. Abaixei e taquei a boca na lugar de onde a água saia. Quando levantei quase tive um Treco.

Junior passava atrás de mim com seu grupinho de amigos. Ele ria de algo que Bolota, que pelo meus conhecimentos era seu melhor amigo, disse a eles. Quando seus olhos me encontraram ele riu meio safado e piscou.

Meu Deus.

Juntei toda a vergonha que eu tinha, que era bem pouco, e meu rosto ficou vermelho cor de menstruação (eca)

Quando eles viraram no corredor recebi uma mensagem do meu pai.

Chega na hora hoje. Temos visitas para o jantar.

Respondi com um "Beleza, coroa.", ao qual ele só visualizou e não respondeu. Que ótimo, até meu pai me deixa no vácuo.

Esperei a Sapatão aparecer para irmos direto pra sala. Só mais quatro aulas e eu estarei com aquele pau na boca. Adoro!

-

Espero que gostem dessa história.

Ta cheio de histórias sobre policias gatos por ai, mas acho que essa pode surpreender.

Quem comentar e ajudar a divulgar essa história vai ganhar um espaço no meu enorme coração de Ariano. <3

Bjs :')

Algemas da Paixão (Gay) Where stories live. Discover now