Capítulo 2

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Entrei em casa e joguei minha mochila no canto da sala. Minha não era enorme, mas também não era pequena. Típica casa de classe média.

Tirei os sapatos com o pé mesmo, um leve cheiro de chulé subiu no ar. Qual é? Quem é que não tem chulé?!

- Você tem trinta segundos para juntar suas coisas do chão! - Dona Márcia falou. Ela era tipo minha mãezona, trabalha aqui desde que eu me entendo por gente. Apesar de ser Secretaria do lar e receber o salário do meu pai, ela mais parece a patroa já que sempre da as ordens, coisa que já nos acostumamos. Márcia tinha um tipo de TOC pro lado de limpeza e organização.

Mais que depressa eu catei tudo, até uma meia que voou para cima do sofá.

Ela saiu da sala logo em seguida, provavelmente indo cuidar do almoço. Meu pai entrou na sala depois dela sair. Vestia seu uniforme da policia e tinha uma barba por fazer, acabei me esbarrando nele quando subia as escadas.

Ele soltou um "Opa" e me segurou para que eu não rolasse escada a baixo.

Eu não considero meu pai como o melhor do mundo, certamente não. Mas também não acho que ele seja o pior. Só Deus sabe por Tudo que ele já passou e seria injusto da minha parte cobrar mais dele do que ele tem a oferecer.

- E como foi na escola hoje? - fez a pergunta que já fazia parte de seu script. Todo dia era a mesma pergunta e a mesma resposta.

- Tudo de boa!

Subi pro meu quarto e pensei no que tinha acontecido no inferno, vulgo, escola.

Algumas horas antes;


- Você ouviu isso? - falei meio alterado. As vezes eu realmente sentia pena de Priscila por ter que me aguentar. Se bem que ela também não é um exemplo de princesa Disney. - Esse filho da puta fodido!

Priscila apenas revirou os olhos e me puxou para fora da escola.

- Esse cara é mesmo um cuzão. - ela falou ainda andando. Estamos indo em passos rápidos para fora da escola quando Priscila parou e começou a rir feito louca.

Se tem uma coisa que eu odeio é chamar a atenção em publico, e isso essa garota estava conseguindo com facilidade agora já que metade das pessoas olhavam pra nós.

- Ta rindo de quê, sapato grande? - falei e ela riu ainda mais com o apelido que a chamei.

- Nada. - e de novo riu, andando até o grande portão de metal da escola e escorando nas grades. - É só que seria legal ver um vídeo seu, chupando o mini pau do Junior. - e voltou a rir.

Eu realmente não via graça naquilo, a não ser na parte do mini pau.

Acontece que antes de ir para o local que Junior marcou comigo, eu precisava ir no meu armário pegar uns livro. E para minha sorte, acabei ouvindo a conversa dele com um amigo.

- É hoje, né? - falou uma voz meio fina. Reconheci como sendo do melhor amigo de Junior.

Apenas parei atrás da parede e me pus a ouvir.

- Sim. Vou ter ele de juelho na minha frente, mamando meu pau. - Junior falou confiante. - Vou filmar e mostrar à vocês. Assim vocês podem parar de me zoar por ter o pinto pequeno.

Só ouvi a risada de Bolota/melhor amigo.

- Cara, 10 centímetros nem é tão pequeno assim. - tentou consolar o amigo depois do ataque de risos.

Séria cômico se não fosse tão trágico.

- Ele tem uma mala tão grande. Tipo... Eu jurava que ele tinha um pauzão. - Priscila falou quando nós já estávamos perto da minha casa. Por sorte eu não morava tão longe da escola e ela também não.

- Eu bem sei. - falei desanimado. - Aposto que ele preenche com meias. - demos risadas.

- E se ele filmasse? Quer dizer, geral ia ver você de boca nele.

- Duvido. - falei parando enfrente o portão de casa. - Ele não ia querer ninguém vendo o "grande" - fiz aspas com a mão. - brinquedo dele. Fora que ver essa boquinha aqui trabalhando ia renders muita punheta pra geral da escola.

Priscila me deu um soquinho no ombro e riu.

- Você é muito puta! - ela falou simples.

- Por que você não vai chupar uma rola?

- E por que você não vai chupar uma boceta? - ela rebateu se afastando e indo em direção a sua casa, que fica a duas da minha.

- Vem jantar aqui em casa hoje! - eu gritei e ela fez que não com a cabeça. - É melhor você vir, vadia. - gritei de novo.

Priscila riu e me deu dedo. Mais tarde recebi uma mensagem dela confirmando sua ilustre presença, palavras dela.

-

Lá pelas duas da tarde me pai me mandou uma mensagem, confirmando o jantar. Disse que seria um amigo policial e que ele era seu novo parceiro. Fiz cara de tédio e me taquei na cama de novo.

Que ótimo, um jantar com um velho. Espero que seja um coroa gato, assim passo meu tempo admirando.




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Obrigado por lerem. <3

Algemas da Paixão (Gay) Where stories live. Discover now