Capítulo 3

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– Será que é um velho gato? – Priscila perguntou enquanto olhava o facebook pelo meu computador.

Me sentei na cama.

– E desde quando você curte? – taquei uma meia suja nela.

Ela me olhou com cara de nojo e jogou a meia em cima do meu guarda roupas. Vadia.

– Desde quando eu preciso curtir pau 'pra achar macho bonito? – e girou a cadeira. – Até porque, seu pai é um gato. Eu juro que se eu curtisse eu ia dar um trato nele, eu tô bem ligada que esses tiozão gostam de uma novinha delicia igual a mim. Fora que eu ia ser sua madrasta. – riu enquanto eu fazia cara de nojo. – Imagina eu gritando toda noite Vai, João. Mete com tudo, safado. Aunn aunnn...

Enquanto ela supostamente imitava os gemidos que iria usar com meu pai - eca- alguém pigarriou da porta.

– Desculpa atrapalhar a conversa. – meu pai fez questão de dar ênfase na palavra conversa. – Mas o jantar já vai ficar pronto e vocês têm que descer antes do meu colega. – antes de sair ele olhou para nós dois.

Priscila ficou tão pálida que Edward Cullen ficaria com inveja ao seu lado. Depois que meu pai saiu ela pareceu lembrar de como se respira.

A única coisa que eu fiz foi rir. Rir muito. Ela me olhou por um instante e depois começou a rir também.

Taquei um travesseiro nela.

– Você. Se. Fudeu. – ainda rindo.

– Cala a boca, viado de merda! – e tacou de volta o travesseiro. A gente fez um silêncio. – Mas ele é gostoso mesmo. – deu de ombros.

– Só fala merda viu. – me levantei e dei uma olhada no espelho para ver o estado do meu cabelo. Uma merda.

Vou descer logo. Já que e princesa tá de morando um ano 'pra se arrumar.

– Princesa é meu pau! – gritei quando ela fechou a porta atrás de si.

-

Eu estava sentado no sofá, trocando ideia com uns caras bonitinhos em um aplicativo de pegação, quando alguém bateu à porta. Imaginei quem seria e corri abrir a porta. Márcia não trabalhava de noite, então estaria tudo por nossa conta.

Passei a mão no cabelo mais uma vez, o que só serviu para piorar a porra toda. Chequei meu perfume e estava tudo OK.

– Já 'tá tudo pronto, Gui! – meu pai gritou da cozinha. Porque ele estava gritando se a cozinha era do lado?

Abri a porta e um perfume amadeirado, muito forte e cheiroso, invadiu minhas narinas. O leve cheiro de suor que se misturava a fragrância parecia deixá-la mais intensa.

O cara deveria ter uns bons 1, 85 de altura. Corpo definido e uma barba de tirar o fôlego. A blusa branca e apertada nos braços me dava vontade de desmaiar propositalmente, só para ele me segurar. A calça azul, do uniforme da policia local, apertava um pouco suas pernas. E o suspensório dava um ar machão. O cara parecia distribuir testosterona por onde passava.

Escutei alguém pigarriar e olhei para cima, seria um anjo em pé na minha frente?

Balancei a cabeça e perguntei tentando forçar um desdém.

– Quem é? E o que quer?

Ele passou o peso de uma perna para outra e tentou olhar para dentro da casa pela pequena abertura da porta.

– Meu nome é Pedro. E você deve ser... Gustavo, né? – sua voz era grossa. Chorei na hora (não disse por onde)

Revirei os olhos por ele não saber meu nome e mantive a cara de desgosto em estar o vendo.

– É GUI-LHER-ME. – falei pausadamente. – E você deve ser o novo parceiro do meu pai, né? Achei que fosse mais velho...

Fui cortado por meu pai que veio à porta ver o que estava acontecendo.

– Gui, por que essa demora toda... – ele puxou mais a porta, abrindo-a por completo. – Pedro?! O que está fazendo ai fora? Entra logo, vamos!

O cara passou por mim sem nem me olhar no rosto. Parecia pouco interessado em minha presença ali e isso, não sei porque, me desconcertou um pouco.

Fechei a porta e quando me virei para ir em direção a cozinha Priscila veio quase correndo em minha direção.

– Para o mundo que eu quero descer! – ela sussurrou.

Olhei para ela e perguntei :

– O que foi?

– O que foi? O QUE FOI? – ela se jogou no sofá da sala. – Você não viu aquele deus entrando na sua casa? Ou a beleza dele te cegou?

Sentei perto dela e agarrei uma almofada no colo.

– Nem é tudo isso... – disse com desdém.

Ela me deu um tapa na cabeça.

– Para de ser mentiroso. Até eu pegava aquele cara. Se ele tivesse uma boceta, é claro!

Tive que rir

– Você fala tanta merda, menina...

Minha fala foi cortada, novamente, pelo meu pai que nos chamávamos para jantar.

– Depois de ver esse anjo caido, acho que vou virar hétero. – Priscila disse se levantando.

– Eu prefiro caras menos sarados – menti na cara dura.

Ela parou e olhou para mim.

– Deixa de mentira, Gui. Todo mundo sabe que você adora um machão daqueles. – e riu. – Agora vamos, quero ver você babando nele o jantar inteiro. Não sabia que ia ser tão divertido assim isso aqui.

– Babaca. – sussurrei.

– Eu ouvi isso, Viado! – disse já quase na cozinha.


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Obrigado por lerem!
<3

Capítulo sem revisão. Desculpem os erros.

Algemas da Paixão (Gay) Where stories live. Discover now