Capítulo V

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O fim da primeira semana de aula chegou junto com o sol, um dos últimos dias antes das manhãs frias e cinzentas de inverno. O clima apenas desanimou Rose de ir cumprir suas obrigações, mas a garota não teve escolhas com tantas ameaças de Elena para fazê-la sair da cama. Ela desfez a carranca apenas quando entraram no Salão Principal, sentindo-se levemente aliviada por este estar mais vazio do que nos dias da semana.

As pessoas que acordavam cedo no sábado normalmente vestiam roupas de Quadribol e se preparavam para o processo seletivo de sua respectiva casa, que ocorria religiosamente no primeiro sábado de volta às aulas.

A mesa da Sonserina, entretanto, era a com mais representantes da torcida do que do futuro time. A maioria disfarçou e se ajeitou no banco ao vê-la entrar, mas ela não deu atenção a nenhum deles. Estava ocupada demais escondendo sua ansiedade em prepotência, como costumava fazer todos os dias. Quando questionada pelos amigos, conseguia apenas revirar os olhos e dar os ombros.

A verdade é que a semana havia sido extremamente cansativa. Já na quarta feira ela sentia falta da privacidade da casa de seus pais – se fosse possível entender o conceito de privacidade morando sob o mesmo teto que Ronald Weasley –, mesmo que seu ligeiro incomodo fosse, entre aspas, culpa direta do casal Granger-Weasley, com enfoque na mulher.

Rose não se importava em girar pescoços se o assunto era quem ela estava beijando ou havia deixado de beijar, que tipo de roupa ela usava ou ainda suas notas. Contudo quando passava a ser associada tão brutalmente com o nome de sua mãe – não por feitos seus que a ligassem a ela, mas por acontecimentos estritamente relacionados à mais velha –, Rose não podia deixar de desejar a anonimidade.

Pensou que naquele sábado tão bonito se veria livre das palavras da Chefe do Departamento de Aplicações da Lei Mágica e poderia se dedicar inteiramente ao cultivo de sua popularidade e rendimento escolar, porém comemorou cedo demais. Quando o primeiro pio de coruja ecoou pelo Salão, ela fechou os olhos e respirou fundo, sentindo dezenas de olhares alternarem entre ela, seu irmão e seus primos.

Albus notou a reação da prima e também fez uma careta. Não o relacionavam tanto com a parte política da família pelo fato de ser um seguidor dentro da escola, não um líder como o irmão. Este e Rose foram bombardeados de questionamentos e dúvidas e até mesmo opiniões políticas de puxa-sacos que juravam sua devoção a Harry Potter e Hermione Granger.

O moreno desenrolou o jornal entregue em seu colo a contragosto, enquanto Rose colocava o que recebera longe do alcance de seus olhos, sem nem se dar o trabalho de olhar a primeira página. Fingiu não perceber as cabeças virando em sua direção conforme os alunos corriam os olhos pela manchete principal.

— "A verdadeira Ministra da Magia". – Albus leu em voz alta, receoso com a reação da prima, esta apenas arqueou as sobrancelhas e continuou cortando seu mamão. Ele então virou a página de jornal e mostrou a foto de Hermione Granger que ocupava metade da folha. Rose bufou e revirou os olhos.

— Desisto. – Soltou os talheres e apoiou os cotovelos na mesa. – Que que diz aí?

— É... – Albus tentou ler a matéria inteira em alguns segundos, capturando as palavras chaves. – É uma crítica ao Kingsley. Fala que ele tá desesperado e é a sua mãe que tá segurando as pontas.

— Não diz nada do seu pai?

Albus reiniciou a leitura a procura de seu sobrenome.

— Fala que ele é uma jogada de imagem. Que não faz nada de útil no Ministério e só é citado pelo Ministro pra passar confiança e apoio político. – Deu os ombros e abaixou o jornal, voltando a comer. – É, contra fatos não há argumentos.

Gossip Wiz // hp nova geraçãoWhere stories live. Discover now