PRÓLOGO

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Lúcifer foi expulso do céu e condenado a viver a eternidade na terra.
Mas ele não estava sozinho!

Irlanda – 1400 d.c.

Força querida! – Disse a mulher dos fios prateados encaracolados, afastando as pernas da jovem ruiva. Com o suor molhando os lençóis e o sangue escorrendo por sua pele, manchando o lençol branco, Nadine estava prestes a dar a luz a sua primogênita. Ela estava exausta e estava em trabalho de parto a doze horas, sentia como garras devastando suas entranhas todas as vezes que forçava para tirar a criança de seu ventre, até que após o brandir de um trovão, o choro desesperado da criança contagiou todo o cômodo.

Era um dia chuvoso e Henry estava ansioso para ver seu filho, andava de um lado para o outro com as mãos na cintura, enquanto se distraia com o som de suas botas negras de couro colidindo com o piso de carvalho.

É uma linda garotinha, Lord Bratter. – Disse a senhora ensanguentada que surgira de repente na sala de Henry. Animado e andando o mais rápido que podia, Henry se dirigiu até o quarto onde estava sua esposa e a avistou beijando sua filha sob o brilho do luar.

Ela se chamará Diana, querido. – Afirmou a ruiva, enquanto limpava seu bebê delicadamente com uma toalha de pele de carneiro.

Diana... Diana Vitoriana Bratter. – Completou o rapaz de longos fios ébano, que sorrateiramente se aproximou de sua esposa e beijou seu ombro desnudo.

Que família formidável. – Ecoou a voz grave e marcante no quarto: - Estou decepcionado por não terem me chamado para este momento memorável.

O casal procurou por todo o quarto, mas não havia ninguém. Não havia vestígio algum de onde estaria vindo aquela voz: - Quem está aí? – Gritou Henry.

Alguém que sua esposa conhece bem. – Afirmou a voz. As chamas que iluminavam o quarto começaram a oscilar, estavam sujeitos a breves flashes de luz e de repente, uma sombra densa e fumaçante se aproximava dos Bratter, conforme se aproximava ela tomava forma, até se tornar um elegante homem de pele pálida e olhos de um vermelho flamejante:

- Espero que não esqueça do nosso acordo, Nadine. Eu cumpri com a minha parte do acordo, agora quero que novamente confirme a sua. – Disse o homem estendo a mão para que pudesse pegar a criança.

Em choque, Henry observou aquela cena e indagou com a voz cheia de fúria: - O que é essa coisa, Nadine? E do que ele está falando?

Com os olhos cobertos por lágrimas, Nadine entregou a criança ao homem e permaneceu em silêncio. Carregado de ódio, Henry impede o homem de carregar sua filha, mas fora impedido por uma força invisível que o jogou contra a parede e o deixou inconsciente.

Não se envolva com o que não conhece, garoto. – declarou o homem, trazendo a criança em seus braços. Ele deslizava sua destra pelo ombro do bebê e sussurrava algumas palavras ao seu ouvido. Lentamente traços negros criavam forma na pele da criança, que continuava adormecida e plácida. Um símbolo formado por duas espadas e um cálice fora marcado no ombro da menina, sendo entregue logo após para sua mãe.

Lembre-se, Milady. Eu voltarei para quitarmos seu débito. – Anunciou o homem que lentamente fora se unindo a escuridão do quarto.

NO FACES.Where stories live. Discover now