13

17.9K 1K 80
                                    

  

–  Nina


    Sentia-me como se estivesse num labirinto. Quanto mais andava, mais me perdia. Mas, ainda bem que não estava sozinha. Às vezes, a nossa vida é como um labirinto. Passamos metade dela a tentar achar a saída para os nossos problemas. Eu sentia que tinha tudo, mas ao mesmo tempo não tinha nada. Eu tinha família –  uma família desunida, mas tinha-a. Tinha comida, uma casa, amigos. Mas faltava-me o essencial. Faltava-me o amor. Dizem que o amor nos rodeia. Que está à nossa volta. Mas eu não o consigo ver. Eu quero ser amada, mas ninguém me quer amar. O que poderei eu fazer? Esperar. Só me resta esperar, e viver um dia de cada vez. Cada coisa a seu tempo.

    Enquanto andava, com Luke ao meu lado, só conseguia pensar na sua quente respiração que tinha embatido contra o meu rosto, quando nos estávamos quase a beijar. A forma de como os seus olhos azuis se tinham fechado para o momento ser apreciado. Mas não aconteceu nada. Teria sido um erro, não é?

    "Vem cá" – a voz de Luke fez-me despertar dos meus pensamentos. Inclinei um pouco a minha cabeça para cima, ficando a encarar os seus olhos que brilhavam no escuro da noite. Uma expressão confusa se demonstrou no meu rosto. O meu corpo movimentou-se, involuntariamente, um pouco mais para a esquerda. Senti os seus braços a envolverem a minha cintura. Ele puxou-me mais para si, e entreabriu os seus lábios, murmurando depois a frase "não tenhas medo, nós vamos sair daqui". 

    "Como sabes?" – a minha meiga voz ecoou neste espaço grande, cheio de árvores e arbustos. Aconcheguei-me a ele e inalei o seu doce cheiro, proveniente da  camisola que ele estava a usar. Depois, fiquei imóvel. Não o queria assustar para que ele me afastasse. Porque Luke era assim. Se eu demonstrasse demasiado afecto, as coisas não iriam correr bem. Ele não estava habituado a esse tipo de acções, e não estava habituado a realizá-las.

    "Apenas sei" – respondeu, e senti a sua pele a arrepiar-se assim que encostei a minha cabeça ao seu ombro.

    "Oh, desculpa" – eu disse, afastando-me um pouco.

    "Não, não faz mal" – Luke voltou a aproximar-me de si, fazendo-me sentir protegida. 

    Se me perguntassem se alguma vez me imaginaria sozinha com Luke, perdidos, e agarrados um ao outro, no meio desta vasta vegetação, a minha resposta seria não. Mas bem, a vida é imprevisível.

    "Tens uma lista de objectivos?" – decidi colocar um tema de conversa entre nós os dois. O meu olhar acabou por se cruzar com o dele. Como estávamos perto um do outro, conseguia sentir o bater do seu coração.

    "Não, e tu?" – Luke questionou, não desviando o seu olhar do meu rosto. Parecia estar a pensar.

    "Tenho" – não evitei esboçar um curto e fechado sorriso.

    "Diz-me um dos teus objetivos" – notou-se uma certa curiosidade na sua maneira de falar. Calei-me durante breves segundos, pensando no que iria dizer.

    "Cantar em frente de muitas pessoas" – sussurrei, desviando o meu olhar para o chão.

    "Cantas?" – Luke pareceu impressionado. Eu apenas encolhi os ombros.

    "Agora é a tua vez" – proferi, continuando a andar ao mesmo ritmo que o rapaz ao meu lado.

    "Ser feliz"

    "Todos têm esse objetivo de vida, Luke. Outro" – uni os meus lábios assim que terminei de falar.

    "Pintar as paredes da minha casa na árvore" – olhou para cima, observando o céu estrelado. Eu soltei uma pequena risada, seguindo o trajecto do seu olhar.

Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]Onde histórias criam vida. Descubra agora