Epílogo

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(O Epílogo é escrito na 3ª pessoa. Espero que tenham gostado da fanfic, e mais tarde publicarei os agradecimentos)

  

    Luke estava quase desorientado pela visão de Nina à sua frente, com o vestuário apropriado à graduação, que iria decorrer hoje. Os cabelos dela estavam soltos e ondulados; caíam perfeitamente sobre os seus ombros, pois tinham sido cortados recentemente. Dois anos já lá tinham ido, e a cada dia que passava, o amor entre eles parecia aumentar. Depois de Luke ter desistido da Universidade onde o tinham aceitado, os jovens arranjaram uma solução, e decidiram ir para uma juntos. Porque não?

    Ele sabia que ela lhe tinha dado um presente valioso. Ofereceu-lhe a sua confiança. Havia colocado o seu corpo e coração nas mãos dele, e Luke faria o que fosse necessário para os proteger.

    O adolescente continuava paralisado, com os sapatos presos ao chão e os braços juntos ao tronco. Muito lentamente, decidiu inspirar uma certa quantidade de oxigénio, e estendeu a mão a Nina, que a agarrou com delicadeza. Os dois foram para o táxi já destinado a eles, em longos passos. Assim que se sentaram dentro do automóvel amarelo, olharam um para o outro e sorriram naturalmente. Estavam tão felizes com a vida que lhes tinha sido proporcionada, e só esperavam que o sentimento nunca se extinguisse.

    Nina entreabriu os lábios, supostamente para falar, mas nada lhe saiu. Ela só conseguia contemplar o rapaz ao seu lado, completamente fantástico. Os seus cabelos alourados brilhavam com a luz solar, assim como os seus olhos, que já tinham um brilho natural. Depois da graduação, iriam ser duas pessoas independentes. Poderiam formar um futuro juntos.

  "Estás pronta?" – Luke perguntou-lhe, num tom de voz baixo. O motorista que conduzia o táxi mantia-se calado, com um pequeno sorriso nos lábios, apenas por ouvir estes dois.

    "Não" – Nina soltou um riso nervoso – "Se cair no palco a meio do discurso, lembra-te de me ir apanhar"

    "Não te preocupes, vai correr tudo bem" – o rapaz depositou um longo beijo na mão da rapariga, agarrando-a depois com firmeza.


*


    Estavam no sítio da cerimónia imensas pessoas conhecidas a Luke e Nina. Os pais de ambos encontravam-se sentados nas cadeiras de plástico amarelas. Alguns familiares se divertiam a falar, outros discutiam a meteorologia, outros acalmavam os filhos. E, num pequeno canto, os adolescentes apaixonados abraçavam-se. A rapariga estava um pouco nervosa, embora tivesse o discurso preparado num papel embrulhado na sua mão, já um pouco húmido, devido ao suor.

    Quando se ouviu o som de um microfone a guinchar, todos foram para os seus lugares. Luke apertou a mão de Nina com alguma força, tentando relaxá-la, enquanto o director da escola falava alegremente. Ninguém lhe estava a prestar atenção.

    Os alunos foram chamados um a um, muito lentamente. Ashton foi um deles. Quando chegou ao palco, pegou no diploma e agradeceu, dirigindo-se ao microfone. Respirou fundo, um pouco nervoso, e aclarou a voz com uma leve tosse.

    "Antes de mais, boa tarde a todos" – o rapaz de cabelos castanhos claros fez uma breve pausa – "Não preparei nenhum discurso, mas penso que tenho algo a dizer" – olhou em volta – "Alguns de nós passamos metade das nossas vidas a tentar descobrir o porquê de cá estarmos. Durante a nossa jornada, cometemos erros. Perdemos amigos e ganhamos sofrimento com isso. Tenho a noção de que magoei imensas pessoas, mas um rapaz em especial, devido à minha estupidez" – o seu olhar focou-se em Luke – "Penso que sabes quem és. Poderia pedir-te mil desculpas, pois sei que as mereces, mas também sei que devido ao passado cresceste mentalmente e fisicamente; posso vê-lo daqui" – ambos os rapazes sorriram – "Tudo pelo que passaste fez de ti quem és agora, um rapaz sortudo que teve a bênção de ter alguém espectacular na sua vida" – olhou para Nina, e depois para Lydia – "Não tanto quanto tu, amor" – gargalhou baixinho – "Quem é que aqui já magoou alguém verbalmente ou fisicamente?" – imensas pessoas levantaram a mão – "Quem já se sentiu magoado?" – repetiu-se o sucedido – "Esta é a triste verdade. Por vezes atingimos os outros, pois queremos que sintam a dor que já sentimos. Mas, pessoal, temos que parar este ciclo de alguma forma. Se quisermos, podemos ser felizes. Podemos encontrar quem somos verdadeiramente. Basta tentar" – a multidão bateu palmas, enquanto se ouviam assobios. Ashton fez uma pequena vénia com um sorriso delineado nos lábios e recuou para o sítio onde estava, deixando algumas pessoas estupefactas. Contudo, ele tinha razão.

Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]Onde histórias criam vida. Descubra agora