Parte Três

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                     5 Anos Depois

Benjamin

          Ela era linda, Mônica, minha primeira namorada, olhos verdes cabelos pretos, que fora pintado para chegar naquela cor, suas unhas sempre bem feitas, e seu sorriso com um dentinho meio torto fazia com que seu charme fosse irresistível.
        Nós conhecemos na escola, ela voltava comigo todos os dias e um dia disse que gostava de mim, eu fiquei todo bobo, era a primeira vez que uma mulher falava isso para mim, era como um sonho, eu peguei sua mão e a levei até sua casa, chegando ao portão ela me abraçou e eu a beijei.
        Ela não conhecia a Ana, apesar de morar próximo a nós nunca tinha se relacionado com a gente.
      Eu a pedi em namora até para seus pais, que não foram relutantes em deixar. Porém não durou muito.
       No dia do almoço em família e com família quero dizer a minha e da Ana, afinal era assim que todos nós rotulavam um linda e grande família.
       Quando Mônica chegou em nossa casa, Ana estava na sala brincando com suas bonecas, eu geralmente ficava brincando com ela, mesmo sendo mais velho, ainda vivia com minha princesa.
       Mônica usava um vestido azul, tinha um grande decote nas costas o que me deixou preocupado pois meus pais eram meio conservadores.
            —Podia ter escolhido o vestido rosa né amor? Eu já falei como minha mãe é —ela me olhou meio contraditória, odiava isso nela, não saber o que estava realmente pensando.
          —Se quer apresentar uma versão diferente de mim, não me apresente, pois nunca me moldarei para ser o que você quer. —ela ficou birrenta num canto e não falou nada o almoço inteiro. Mas sabe quem falou? Ana, ela tagarelou o almoço inteiro e tinha toda a minha atenção.
          — Ben, sua namorada é vadia?
            —Por que essa pergunta Ana? É óbvio que ela não é vadia —Mônica me olhava com uma cara de quem queria me matar, sendo que nem fui eu quem falei.
           —Porque a mamãe e a tia Joana estavam vendo novela esses dias e a mulher estava com um vestido igual. — Mônica simplesmente foi embora e eu nem fui atrás. Subi para meu quarto e fiquei lá, deitado na cama, algo em mim sabia que Mônica nunca séria minha eterna namorada.
        Meia hora depois mais ou menos, alguém bate na porta.
       —Ben, posso entrar? —era a Ana, algo me dizia que ela não falou aquilo do nada, ela estava crescida, sabia o que falava.
          —Vai embora, não quero falar com você.
        —Por favor deixa eu entrar!—
Ela nem me esperou responder, estava chorando, subiu na cama e deitou, como sempre fazia.
         —Por que você falou aquilo?
          — Por que eu fiquei com medo, medo de você não me amar mais, se amar ela. —ela falava enquanto esfrega os olhinhos cheios de lágrimas, aquilo me partiu o coração, eu a trago para meus braços e a abraço forte.
        —Ana, você sempre vai me ter, sempre vou estar com você, eu prometi isso no dia que você nasceu, você sempre vai ser minha pequena. — ficamos lá abraçados por horas, até dormir.

Como o Sol e a Lua Where stories live. Discover now