15. Abstinência

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💿 Kodaline - Blood and Bones 💿

        De vez em quando, Louis sentia um frio na barriga ao ouvir todo o barulho que o time da faculdade fazia nos lugares

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De vez em quando, Louis sentia um frio na barriga ao ouvir todo o barulho que o time da faculdade fazia nos lugares. Piorava um pouco, pois recebia um leve aceno de Harry de longe. Respondia com um sorriso no rosto e voltava a fazer o que quer que esteja fazendo. Por que Harry não falava com ele direito?

Em um dia desses de outono estava sentado no gramado com um livro de Direito Trabalhista na mão e um cigarro na outra. Harry sentou–se como se fosse a coisa mais natural entre os dois e tudo parecia ter mudado. Cinco minutos depois, um cara de cabelos dourados e uniforme vermelho o chama de longe. E quando Louis pensou em dizer "oi", Harry já estava dizendo "até mais".

Mais tarde, Harry mandaria algo como "Você está bem?" e Louis não responderia por puro orgulho. E no outro dia, Harry mandaria de novo "Louis?".

Desistiu de entender.

Em contrapartida, Zayn lhe enchia de mensagens e ligações durante todo o tempo. Louis não se sentia bem em relação ele. Porém, deixa–lo sem respostas era quase admitir que estava a procura de respostas de outra pessoa em questão. Não queria, de jeito nenhum. Talvez, a maior consequência de ser adulto é ter que ser o único responsável por suas atitudes.

Quando Zayn o chamou para a festa de fim de ano, não recusou.

Era preciso dar uma chance, não era?

...

– Rosas?

Louis segurou o riso ao entrar no carro. O cheiro de cigarro e mofo quase o fez vomitar. Tudo se misturou como uma gigantesca vitamina.

Zayn sorriu sem graça, vasculhando pela bagunça do banco de trás e tirou uma caixa de chocolates de supermercado.

– Sim, aqui. – e lhe entregou a caixa. – Por você ter aceitado sair comigo hoje.

– Zayn, nós estamos indo a uma festa. Não um baile de formatura do ensino médio. – Louis sorriu, lembrando–se da memória amarga das milhões de rosas em seu quarto. – Mas obrigado, não precisava. Mesmo.

– Achou as rosas bregas?

– Não, não... – Louis enrugou a testa, mas logo tratou de rir. – É só que... Digamos que tenho traumas.

Parece que em sua cabeça só vinha um nome.

Harry.

– Anotado.

- Se você não se importa em dizer, aonde vamos mesmo?

– Surpresa.

...

Ao abrir a porta do carro, Louis queria se enfiar em qualquer estabelecimento que não pronunciasse a palavra "vai". Mesmo de longe já conhecia aquela casa como se fosse sua. A varanda, as janelas, as flores dos canteiros, o jeep vermelho. Uma fila quilométrica de carros estendia–se por toda rua. Detalhes dourados e prateados enfeitavam toda a cova e o leão em material neon piscava em cima do telhado.

– Cova dos leões, Zayn? – Louis riu, ainda incrédulo.

– Eles sabem como fazer uma boa festa. Eu e Harry sempre pulamos as ondas juntos. – respondeu.

– Legal.

Maravilhoso.

O mais perturbador era ver o suor escorrer pelo seu pescoço até a camisa de linho branca. Embora o visse quase todos os dias desfilando pelo Campus, Louis ainda não conseguia se acostumar com a ideia de vê–lo. Disse a si mesmo, repetidas vezes, que não era nada. Era normal.

Não existia nada para se estressar. Os dois se odiaram, se conheceram, se arrependeram do que fizeram e era apenas isso. Nenhum trato fora selado naquela noite. Aquilo que ele sentia no peito era apenas uma sensação recorrente, iria passar bem rápido.

Zayn apertou a campainha, apertando a mão de Louis e sorrindo.

Quando a porta abriu.

– Zayn!

– Harry. – Zayn se desvencilhou da mão de Louis e o abraçou. – Ei, ei... Eu trouxe alguém. Tudo bem?

– Quem?

Louis se aproximou um pouco mais, engolindo a saliva e sorrindo.

– Ei.

Harry apenas parou.

Os dois se olharam. Era como olhar alguém que gosta muito depois de muitos anos e ver tudo que passaram juntos se tornar apenas uma memória. Engoliu o nó na garganta.

Louis olhou para baixo.

Zayn continuava sorrindo e pegou um pouco da cerveja do copo do amigo.

– Oi Louis. Seja bem–vindo.

Abriu a porta dando espaço para que os dois entrassem. Enquanto Zayn acenava para os convidados, Louis continuava com o olhar fixo aos de Harry.

– Senti sua falta. – Harry sussurrou, ainda gaguejando.

– Acho que não. – Louis respondeu, tratando de correr atrás de Zayn.

Harry permaneceu encostado na porta. E por algum motivo, algo dentro dele doía.

Por isso engoliu mais um copo de cerveja, perdendo–se no meio da multidão e da música. Se for para sobreviver a aquela noite, teria que ser regado de muita bebida. E isso não iria faltar naquela noite.

 E isso não iria faltar naquela noite

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...

N/D.:
Era só pra não passar o fim de ano sem dar oi pra vocês. Prometo que vou me esforçar próximo ano pra atualizar mais. Amo vocês! Obrigada por tudo e feliz ano novo babies. Desculpem pela demora. ❤️

homewrecker || l.sWhere stories live. Discover now