Bom dia - Má noite

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 * Arthur On

Saio da casa da Anne e vou para a minha.

Olho no relógio e é bem cedo ainda. Terei tempo suficiente para me arrumar e preparar as coisas da aula de hoje.

Deixo tudo o que será trabalhado na semana encaminhado, assim não tenho tanto trabalho.

Em dez minutos, chego ao meu apartamento.

Vou em direção as escadas, mas sou interrompido, antes de pisar no primeiro degrau.

— Bom dia, Arthur. - Maria aparece.

— Bom dia. Dormiu bem? - Pergunto.

— Sim, mas fiquei preocupada. Fiquei te esperando, mas como demorou, acabei dormindo.

— Desculpa não ter avisado. - Digo.

— Tudo bem. Vejo que pela sua carinha, não fez falta não voltar. Aliás, não é de hoje que reparei que anda diferente.

Maria me conhece muito bem. É capaz de notar qualquer coisa que eu mude, mesmo que seja algo sútil.

— É.... Foi uma ótima noite e você é muito esperta, Senhora Maria. - Sorrio.

— Hum.... E assim.... - Já sei onde quer chegar. – Alguma moça especial? Não age assim quando sai com aquelas mulheres.

Já tem um bom tempo que vive me incentivando a encontrar alguém que não seja de uma só noite.

— Sim. Tem uma moça por trás disso. - Digo.

— Sabe que só quero sua felicidade. Ficaria muito feliz que arrumasse uma moça legal e que se gostassem de verdade.

— Eu sei, mas não se preocupe com isso. - Pego em sua mão.

— E está gostando dela? - Pergunta

— Não desiste mesmo, não é?! - Finjo repreendê-la. — Sim, eu gosto dela. Satisfeita?

Ela sorri abertamente e dá um pulinho. Não posso deixar de achar graça de sua empolgação.

— Resposta curta e grossa, mas vindo de você já é um avanço. Estão namorando?

Penso, antes de responder:

— Não.... Acho que não. Estamos nos conhecendo. Tenho que subir para me arrumar, Maria.- Subo, antes que me pergunte mais alguma coisa que eu não saiba responder.

Chego em meu quarto e vou direto para o chuveiro.

Deixo a água escorrer pelas minhas costas e sinto um ardor e imediatamente ela me vem a cabeça. Suas unhas que me causaram isso. Sorrio com a lembrança.

Como pôde ter entrado assim na minha vida? Por quê está sempre tão presente em meus pensamentos? Não sou de me apegar, na verdade tudo não passa de uma vez, mas agora é diferente.

Desde o primeiro dia em que a vi, não consigo tirá-la da minha cabeça. Isso é estranho, porque sempre mantenho tudo sobre controle, mas não quando se trata dela. Será que estou me apaixonando por uma aluna? Ou isso é só carinho? Afeto? Não tenho resposta para todas essas perguntas.

Termino o banho e vou me trocar.

Visto meu habitual terno e pego uma gravata. Lembro de quando tirou a que eu usava ontem.

Droga. Será que tem que surgir na minha cabeça até quando estiver fazendo uma coisa simples, que já faço a anos?

Porra Anne, o que está fazendo comigo?

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