Capítulo XXIX

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Por Rebeca

Acordo com os raios de sol entrando pela janela do quarto, com uma dor terrível tanto na cabeça, pelo dia que chorei, quanto no coração pela facada da traição. Como eu queria que tudo não tivesse passado de um pesadelo, mas infelizmente não foi, Oliver realmente me traiu, eu fui enganada.
Levanto com dificuldade da cama, me arrasto para o banheiro, nem preciso falar que estou horrível né? Cabelo bagunçado, rosto inchado, olheiras pela noite mal dormida, faço minha higiene, e me obrigo a voltar para a vida, eu nunca fui de me abalar, por mais que doa eu sempre vou erguer a cabeça. Coloco a mesma roupa que estava, droga minha mala, uma hora dessa ja deve está em outro estado, merda mais um problema a ser resolvido, ligo meu celular, vou ter que dar um jeito de trazer minhas coisas de volta. Peço serviço de quarto, não estou afim de sair nesse estado e acabar assustando alguém. Meu celular começa apitar, várias mensagens, ligações, não posso me esconder pra sempre.
Olho as mensagens mais de vinte só do Oliver, apago sem ler, eu sei que vou ter que conversar com ele, mas não agora. Tem ligação de todos, Paty, Ge, Luiza até da Carmen, merda acabei deixando todos preocupados.
Abro as mensagens da Luiza.

"Beca acabei de ver uma mensagem do Oliver, aonde você está?"

"Por favor amiga atende o celular."

" Sei que vc está sofrendo, Oliver me contou o que aconteceu, me responde, vou aonde você estiver."

" Se seu plano é se esconde, vou logo avisando que não gostei."

" Estou ficando preocupada."

" Agora é sério Rebeca aonde você está? Já passa da meia noite, se você quer ficar sozinha tudo bem, só me diz se esta tudo bem."

" Rebeca Marls eu estou louca atrás de você, se você não estiver morta eu mesmo vou te matar só por me deixar preocupada, por favor esteja bem."

Eu estava realmente ferrada, não queria preocupar ninguém, não pensei em nada, tem mais mensagens da Luiza, ela já estava indo atrás da polícia, resolvo ligar para acalmar os ânimos. No primeiro toque ela atende.

- Rebeca?- Sua voz está rouca, provavelmente está chorando, droga o que eu fiz.
- Oi Lu.
- Aonde você está? Você está bem? Por que fez isso? Todo mundo está atrás de você, todo mundo tá preocupado, oque você tem na cabeça?- ela começa a soluçar, merda, merda e merda.
- Luiza fica calma.
- Não me venha pedir calma, eu revirei todos os hospitais, necrotérios, delegacias e bares de Seattle.- Fala me interrompendo.
- Lu eu apenas queria ficar sozinha, estou bem, sem nenhum arranhão.- Apesar de um coração partido.
- Eu vou te matar.
- Lu agora que você já sabe que estou bem se acalma, mil desculpas, eu devia saber que você estaria preocupada, não foi minha intenção.
- Aonde você está? Eu to indo ai.
- Eu ja estou indo em casa não se preocupa.
- Você tem vinte minutos pra chegar aqui, ou eu não respondo por mim, está ouvindo?
- Ok.
Depois de muita luta ela desliga, meu café ja chegou, então como enquanto respondo as mensagens, todo mundo estava doido de preocupação, Ge quer me matar assim como o restante dos amigos, Paty estava desesperada, e Carmen também. Eles realmente se preocupam comigo, devia ter pensado nisso antes.

***********

Quarenta minutos depois estou descendo do táxi enfrente ao meu prédio, agora vem a parte difícil, não ser morta. Com essa confusão toda não tive nem tempo de pensar no Oliver, e isso é bom.
Subo as escadas, paro na porta do meu apartamento e respiro fundo, segura na mão de Deus e vai.
Abro a porta e vejo a Ge, Paty Carmen, Rick, Luiza e Max no sofá, felizmente Oliver não está, não sei se fico aliviada ou desapontada.
- Querida cheguei.- Falo sem animação nenhuma.
Todos olham para mim, é difícil dizer o que eles estão pensando, um misto de raiva, alívio, preocupação e carinho, meu olho é tomado por uma camada de lágrimas.
Luiza vem em minha direção, ela está chorando, e isso acaba comigo.
- Você nunca mais faz isso, está me ouvindo? Nunca mais.- ela me abraça apertado, e fala baixinho em meu ouvido.- Eu te amo tanto, fiquei com tanto medo de ter acontecido algo de grave com você.
- Eu também te amo. Me desculpa, tava doendo demais, eu só queria ficar longe.
- Agora esta tudo bem.- ela beija minha testa e se afasta.
Não demorou muito e Ge ja estava me apertando em seus braços.
- Você não sabe como fiquei preocupada.- uma lágrima solitária escorre dos olhos dela, limpo com o polegar.
- Eu não sabia que iria ser assim, e so queria distância, não estava pronta para todo o interrogatório.
- Mas você não vai escapar depois.
Me solto dos seus braços. Paty me da um abraço rápido, ela não tenta defender o irmão, oque eu mentalmente agradeço.

Foi assim com todos, palavras de carinho. Ficamos conversando algumas coisas, todos estavam me procurando, divididos em duplas rodando a cidade, séria cômico se não fosse trágico. Ninguém falou no nome dele, não tocaram no assunto, oque chega a ser estranho, não queria ter que conversar sobre isso agora, não na frente de todos, eu queria era ficar com minhas amigas, comer um pote enorme de sorvete e assistir um filme mais triste que minha vida.

- Agora que ninguém quer me matar eu preciso de um banho, e deitar.
- Tudo bem eu e minha mãe já vamos, nunca mais nos de um susto desse.- fala Paty me dando outro abraço.
Carmen se aproxima e me abraça.
- Filha converse com ele, escute oque ele tem para dizer.- fala somente para mim escutar.
Apenas concordo com a cabeça. Elas saem, Max e Rick também vão, deixando apenas eu e minhas duas amigas.
Eu sei que vão ter perguntas, elas estavam curiosas, e dava pra ver a insegurança delas.
- Eu vou tomar um banho e colocar um pijama, quando eu voltar quero um balde de sorvete, um filme triste, e prometo contar tudo para vocês.
Elas balançam a cabeça concordando, era melhor fazer logo isso.
Uma hora depois, um interrogatório respondido, lágrimas esgotadas, e dois potes de sorvete, sinto que já não dói tanto, descobri que ele ficou tão preocupado que não saio do meu apartamento, só se acalmou quando eu liguei para a Luiza, ele não ficou por que ela não deixou, sabia que eu não queria olhar pra ele, ele entendeu e foi embora, as meninas tentaram explicar a versão dele dos fatos, eu não quis ouvir, prefiro ouvir da boca dele, olhando naqueles olhos maravilhosos, eu sou muito trouxa, mas isso não é novidade.
Passamos a noite toda assistindo e conversando, elas colaram cada pedacinho do meu coração, mesmo ainda doendo sei que ele tem uma boa explicação, pelo menos é isso que as meninas falaram, e eu vou descobrir em breve, talvez não hoje nem amanhã, mais sei que preciso conversar com ele, talvez não haja volta, mesmo eu o amando muito, tudo vai depender da nossa conversa.
Vou para a cama, preciso colocar os pensamentos em ordem.

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Relou pessoinhas
Então demorei mas voltei
Não fiquem tristonhos, eu irei postar mais durante essa semana, o livro ja está em reta final, isso mesmo, final 😫
Mas qm sabe não rola um segundo
So para continuar a história
Muitas reviravoltas
Bjos lindos. 😘😘😘😘😘😘😘😘😘😘

Maldita TequilaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora