Capítulo XXXV

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Por Luiza

Hoje é o grande dia, meu casamento, eu estou pirando, realmente comecei a entender o tal nervosismo de noiva que sempre vi em filmes, agora imaginem multiplicado pelos hormônios da gravidez, eu já chorei, sorri, briguei com minhas amigas, comi feito uma louca, o pavor que estou sentindo e sufocante.
Agora estou me olhando no espelho, minha barriga já está aparecendo, o vestido é simples, de mangas de renda, costas nuas e a frente toda bordada com pequenas pérolas, a saia em um godê vazado com uma calada arrastando atrás, meu cabelo está preso em um coque alto e alguns fios caem ao lado do meu rosto, o véu preso embaixo não muito grande. Pedi uma maquiagem simples, quero que passe delicadeza, porém minha boca está com um batom vermelho vinho, deixando meus olhos mais realçados, estou sozinha no quarto esperando meu pai para seguirmos para igreja, mandei minhas duas madrinhas sumirem da minha frente, era só olhar para uma das duas que eu já ficava com vontade de chorar, ou matar elas, sério a Geovana e a Rebeca me deixam nervosa.

- Querida você está pronta?- pergunta meu pai parado á porta, seu smoking preto está perfeito, seus olhos se encheram de lágrimas assim que me virei para olha-lo.
- Eu estou sim papai.- falo segurando a vontade de chorar.

Meu pai caminha até o meu lado e me abraça, eu sempre fui sua menininha, e ele sempre me apoiou em tudo.

- Eu te amo tanto filha.- fala assim que se afasta, tentando em vão conter o choro.- Eu espero que você seja muito feliz, que tenha uma família abençoada.

Com essas palavras não aguento e deixo as lágrimas caírem, graças a Deus que a maquiagem e a prova d'água, se não agora eu estaria ferrada.

- Eu te amo também papai.
- Agora vamos, eu sei que é tradição a noiva chegar atrasada, mais garanto que seu noivo deve estar pirando.- fala e sorri.- Quando me casei com sua mãe eu queria morrer em cada minuto que ela demorava, eu estava pirando, não é fácil estar no lugar do noivo.
- Eu imagino.- falo e sorrio.

Saimos em direção ao igreja, dentro do carro sinto minhas mãos suadas e meu coração bater tão forte que imagino aquelas cenas de desenhos animados em que o coração salta do peito. Me sinto nervosa e feliz ao mesmo tempo.
Passo a mão na minha barriga, já estou com quatro meses, isso me lembra da surpresa que farei ao Rick no casamento, espero que ele goste.

Alguns minutos depois, que pareciam mais anos, paramos em frente a igreja. Meu pai desce do carro e vem abrir a porta pra mim, desço e vejo minha mae, seu rosto está um misto de sorriso e lágrimas. Ge e Beca estão paradas ao seu lado, provavelmente tentando acalmar minha mãe emotiva, vou em direção a elas e abraço forte minha mãe, me sinto segura e confortada em seus braços, o abraço parece tirar todo o nervosismo.

- Você está a noiva mais linda desse mundo.- fala enquanto limpa uma lágrima que teimou em cair.- Eu te amo bebê. - fala e me da um beijo na bochecha.

Minhas madrinhas entram na igreja e logo depois ouço o som da marcha nupcial, agora vou em busca do meu final feliz, do amor da minha vida. Meu pai pega meu braço e me dá um olhar orgulhoso, me apoio com medo de cair de tanto nervosismo. Começamos a andar rumo a porta.
Sinto meu bebê chutar, o primeiro chute, eu me emociono, e passo a mão que segura o buquê de margaridas, ele deve saber, me incentivou a continuar.

Por Ricardo

Assim que vejo a mulher da minha vida entrar na igreja sinto meu corpo relaxar, tinha medo de algo acontecer, afinal sempre fui azarado, assim que seus olhos se encontram com os meus eu sinto toda a ternura e amor me invadir como se fosse a primeira vez, me apaixono pela mulher da minha vida novamente.
Meu coração parece querer sair da caixa torácica, minhas mãos soam, e meus olhos também, eu choro sem um pingo de vergonha, vejo Luiza abrir um sorriso e lágrimas descerem pelo seu rosto angelical, meu anjo, estou com tanta pressa para poder chamar ela de minha esposa que falto correr os poucos passos que faltam, tento com toda a força que tenho me controlar.
Assim que ela chega ao meu lado lembro que preciso respirar, nem percebi em qual momento eu parei, seu pai estende a mão dela pra mim.

Maldita TequilaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora