Capítulo 15

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- Vocês o quê?! - Cedrico disse surpreso - Você está tentando me pregar uma peça, Brooklyn?

- Haha! - Ironizei, estendendo minha rede no chão - Não sei o porquê da surpresa, Cedrico, você mesmo estava cansado de dizer que já estava mais do que na hora.

- Mas ainda assim foi uma surpresa! - Cedrico me ajudava a armar a rede - Enfim, Thomas achou alguma coisa?

Meu coração se apertou com a pergunta de Cedrico, ele era meu melhor amigo e eu odiava mentir para ele, mas quando se tratava do labirinto, eu tinha de mentir, 1) pois havia prometido para Minho, Ben, Alby e Newt; e 2) porque eu não podia deixar a esperança de sair daqui morrer no coração de Cedrico também.

- Não - Tentei parecer o mais normal possível e parece que eu havia conseguido - Nada, infelizmente.

- Que droga - Ele murmurou, dando um último nó as cordas da minha rede e se virando para mim - Bom, ganhamos o dia de folga, porque alguns de nós também não dormimos essa madrugada, sabe, uma estranha garota estava no labirinto - Sorri para o trolho, como se pedisse desculpas a ele - Eu gostaria de dormir aqui com você, mas imagino que alguém - Ele se referia a Newt - Venha te visitar e eu quero evitar discussões.

- Desde quando?! - Brinco.

- Plong! - Cedrico finge estar ofendido, dando uma tapinha em meu ombro - Mas, Brook, falando sério, você sabe que eu apoio quando você não deixa que eles te tratem como fraca, mas evite arrumar mais confusão com Newt, vocês dois já discutiram demais por hoje. Pode parecer que não, porque talvez ele tenha ignorado você quando saiu do labirinto, mas ele se preocupou sim e muito. Newt se manteve de pé, em frente as portas do labirinto, desde quando elas se fecharam, até se abrirem, esperando. Hoje de manhã, quando fui me juntar a ele para esperar o labirinto se abrir, ele me abraçou, pediu desculpas e disse que sentia muito. Você consegue imaginar Newt fazendo isso comigo?

Cedrico brincou e nós rimos. Ele beijou o lado de minha cabeça e me abraçou, me fazendo reclamar de dor no peito e saiu de minha cabana bocejando.

Me sentei em minha cama e fechei meus olhos, na intensão de relaxar, mas, sem minha permissão, imagens da noite anterior começaram a passar como um filme em velocidade máxima dentro da minha cabeça: o labirinto; Alby infectado; Minho com medo; Thomas a pouco de ser picado; um verdugo que dava duas vezes o meu tamanho dando o bote; Alby infectado; o labirinto; o verdugo dando o bote; Minho infectado; o labirinto; o verdugo dando o bote; Thomas infectado; o labirinto; Thomas, Minho e Alby infectados.

Abri os olhos, me deparando com o teto de palha de minha cabana, imaginando o quanto ver ele era melhor do que pensar nas paredes do labirinto.

- Ainda tem tempo para desistir - Newt diz, entrando em minha cabana e encostando a porta.

Eu sabia que ele se referia a ideia de dormir no amansador e eu sorri para o loiro, negando com a cabeça.

- Eu estou bem, uma noite não é um castigo pesado - Me levantei e caminhei até o garoto, pousando os braços em seus ombros, enquanto era abraçada pela cintura - E isso pode te ajudar um pouco, se os meninos vêm que nem eu estou imune aos castigos, não quebrarão as regras.

- É, talvez ajude - O vice disse e me beijou rapidamente - Alguns dos meninos não estão contentes com o fato de eu tornar Thomas um corredor.

- Eu imaginei - Disse me afastando de Newt e caminhando até minha rede.

- Você confia nele? - Newt perguntou.

Encolhi os ombros, como se dissesse "não sei".

- Thomas esteve no meu passado, Newt, meu coração sente que eu devo confiar nele e tudo o que meu coração sente acaba acontecendo - Respirei fundo, me lembrando de como me senti quando a caixa trouxe a novata.

Love on Maze Runner? [1] (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora