Capítulo 5

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Essa hora não passa. Só quero chegar em casa e dormir.
É  pedir muito? Acho que sim.

Trabalho das oito até às seis, não porque sou obrigada não, e sim por querer, eu me prontifiquei trabalhar até esse horário.

E agora são cinco e quarenta, estou limpando as mesas, como as pessoas sabem que fechamos as seis horas ninguém aparece. Mas aparece é bem rápido, só pega alguma coisa e sai.

Bom sempre foi assim, até hoje! To limpando a mesa perto da janela e um ser que não tem coração senta em uma das mesas, como sou bastante paciente(nunca) falo logo

— Desculpa, mas já vamos fechar! - e quando me viro, vejo minha mãe! – Mããe? Mas o quê?

— Surpresa!! E, é assim que você trata seus clientes, preciso conversar com dona Dalva para não deixar você atender no salão, só no balcão mesmo!

— Desculpa mãe. Ninguém vem aqui essa hora e senta para comer algo, o povo aqui já sabe que fechamos as seis.

— Uhm, e se não fosse eu? E se fosse uma pessoa que acabou de se mudar ou algo assim! - nessa hora eu reviro os olhos - Não faça isso mocinha, sabe que odeio quando faz isso.

— Ok mãe, bom só vou terminar essa mesa e pegar minha mochila e a gente já vai ok?

Ela assente com a cabeça, termino meu trabalho e pego minha mochila e depois vou pegar minha bike em frente a padaria mesmo!

— Filha, sei que você gosta de vestir roupas estranhas, mas meia calça vermelha? Ainda usa essas coisas? Pensei que tinha parado

— Também estou com saudades dona Cristina. Por que todos falam das minhas meias? To feliz com elas!!

— Ok, desculpa não falo mas. – olho para ela e sei que lá vem mais. – E os namorados? Algum menino já ganhou seu coração? Quero saber quem é!

— Mãe não começa por favor, como está o papai? Pensei que ele estaria com você!

— Você não respondeu minha perguntar é sinal que tem alguém - ela abre um sorriso enorme e eu reviro os olhos - já disse para parar com isso, e seu pai está trabalhando!

— Entendo. E não mãe, não tem ninguém!

— Dani, você está com 22 anos filha, pelo menos você já beijou alguém, certo?

Ela fala e eu ignoro continuo andando. Muitos me perturbam com isso, até as vezes me "zoam" por nunca ter beijado, qual o problema? Não me sinto bem beijando qualquer um que aparece, se eu quiser beijar com 30 vou beijar com 30 e será somente meu marido.

— Mãe, só vamos para casa, ok?

Ela vai falando até chegar na minha "casa" na verdade eu chamo de casa, outros de apartamento, não importa, o importante é que tenho um teto

Assim que entramos minha mãe abre um sorriso e diz

— Achei que estaria tudo bagunçado

— Mãe, sabe que não gosto de deixar a casa bagunçado ! – ela me ignora e entra na cozinha e me olha - Ok, tirando a cozinha o resto está limpo. Quer comer alguma coisa? Está com fome? Posso preparar alguma coisa!

— Não eu estou bem, na verdade só vim ver se você está precisando de alguma coisa, você está bem pelo que estou vendo. – olho para ela e sorrio – Senti sua falta filha, seu pai está com tanta saudade, ele queria vir mas tinha que trabalhar, sabe como é, né?

— Sei mãe, também estava com saudade da senhora e quando minhas férias chegar eu vou visitar vocês prometo!

Vou até ela e dou um abraço apertado e ela começa a chorar, é sempre assim .

— Eu te amo minha filha – eu sorrio - e seu pai também aquele cabeçudo !

— Eu também amo você e o papai!

Ficamos conversando até umas oito da noite quando ela diz que precisa ir embora, eu a acompanho até o porteiro Daniel, dou o ultimo abraço em minha mãe e espero ela ir

— A despedida é sempre uma droga - olho para Daniel e ele sorrir - é assim quando venho trabalhar deixo minha esposa e minha filha de um ano!

Eu sorrio em resposta e quando estou subindo ele me chama

— Ei Dani, já conheceu seu novo vizinho ?

Hã? Vizinho?

O Mesmo Propósito (Romance Cristão)Where stories live. Discover now