55 | Traição e futuro.

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Connor Rivers •

"Às vezes coisas belas entram em nossa vida de repente. Nem sempre podemos compreendê-las, mas temos de confiar nelas." — Fallen.

Ame Brooks estava deitada ao meu lado, após outra noite quente juntos, ela descansava. Os olhos presos em mim, o sorriso de lábios apertados contendo uma felicidade que me extasiava. Seus cabelos encaracolados caídos sobre a fronha, fundindo o maravilhoso aroma de tuti-fruti que tanto passei a gostar.

Ela havia se tornado parte da minha vida e, de várias formas, era a melhor parte. Ame Brooks se tornou a melhor parte do meu dia, a que eu esperava ansiosamente pela chegada. Ia para a escola no intuito de vê-la, ia no seu trabalho, sentava em uma mesa qualquer e passava minutos, algumas vezes horas, observando-a. Na sua saída sempre dávamos um jeitinho de passar um tempo juntos. Só que, com o passar dos dias, esse tempinho se tornou pouco demais.

Nos seus braços era onde eu queria estar, onde eu queria morar.

Eu estava me arriscando ao dizer com todas as letras que precisava dela. Mas essa é a natureza do risco, não é? Apostar tudo na escala mais escassa da esperança.

Eu tinha medo. Droga, muito medo do que o nosso "lance" nos causaria. Éramos tão diferentes, não tínhamos quase nada em comum e muita das vezes me perguntava o que ela via em mim. Ame Brooks era um mar em noite de tempestade, e eu apenas um velejador com medo de se afogar.

— No que está pensando?

Funguei, me deitei de lado e pousei a mão na sua cintura. O lençol cobria boa parte do seu corpo, mas deixava suas pernas e ombros de fora.

— Estou pensando no jantar de hoje...

Ame juntou as sobrancelhas (como sempre fazia quando eu tocava nesse assunto) e deitou de costas na cama, encarando o ilustre no teto.

— Será que é uma boa ideia? Sua mãe parece guardar rancor de mim... E se seu pai me odiar?

Suspirei.

— Ele não vai te odiar. E minha mãe não guarda ressentimento, você a faz lembrar do Dexter da mesma forma que faz comigo e a Katie.

Ela rolou os olhos, erguendo os olhos até mim.

— Isso devia me confortar? Não quero ir nesse jantar! — afirmou, contrariada.

Esse foi o nosso primeiro problema.

Um problema que só eu vi, e apesar dela se esforçar muito, não enxergava onde estava errando. Ame se entregava de corpo e alma entre quatro paredes, mas quando chegava o momento de enfrentar as pessoas e contar sobre nós dois ela recuava, dava um passo para trás, e por conta disso tivemos nossa primeira briga.

— Não sou nenhum tolo pra namorar às escondidas, Ame! Se quer ficar se escondendo pelos corredores, se encontrando em segredo então faz isso sozinha.

— Não acredito que vai querer brigar por besteira. Logo você. — riu. — Passou semanas com a Hayla às escondias e não notei em nenhum momento que estava ruim. — disse, displicente. Automaticamente a olhei, desacreditado.

— Será que pode parar de se comparar com ela!  Eu quero que todos saibam que estamos juntos, ok? Pode parecer pressa pra você, mas é o que pessoas normais fazem no mundo real. Minha mãe e meu pai não vão te odiar, Ame.

Ela desviou o olhar, sentida.

— Tudo bem. Vamos oficializar de uma vez por todas. — chiou sem muito entusiasmo.

— Quero que faça por vontade própria e não por que estou pedindo.

— Você é muito exigente! — exclamou. Ela jogou um travesseiro em mim, que a encarava feito um idiota do meio do quarto. — Irei nesse jantar e então oficializaremos perante aos seus pais.

Como Não Te Amar? (REPOSTANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora