56 | Quarteto.

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"A palavra 'amor' é derivada da palavra 'morte'. Quando você diz a uma pessoa 'eu te amo', é como dizer 'eu morreria por você!' Caio Fernando Abreu.

Dizem que palavras podem causar o mesmo estrago que um bala. É verdade. Sei disso porque já fui ''baleada" muitas vezes.

O dia amanheceu parcialmente nublado. A neve intensa ao lado de fora nos cercava, nos mantendo presos dentro de casa. Nem aula iria ter por conta dela, quase todas as ruas estavam interditadas. Abri os olhos e encarei o teto branco por alguns segundos antes de girar a cabeça para o lado e encontrar aquele belo par de olhos escuros. O peito nu era um pecado mortal que iria me levar ao inferno a qualquer momento; quando eu menos esperasse.

— Acordou cedo.

Ele depositou a mão sobre meu queixo, fazendo carícias leves com seu dedo indicador.

— Faz um tempinho... Não dormi muito bem. A noite passada continua me torturando. Odeio quando brigamos. Você é minha pessoa favorita nesse mundo, Ame. Não gosto de brigar com você. — despejou sem pausas.

Fiquei encarando-o em silêncio, sem ter algo na ponta da língua para falar. Talvez meu silêncio fosse a resposta mais sincera que ele ''ouviria".

— Sou sua pessoa favorita nesse mundo? — perguntei, curiosa. Connor sorriu de canto.

— Sim. Você é.

Dizem que o amor é uma fantasia. Se é, então me encontrava em pleno carnaval. Me inclinei sobre a cama e depositei um selinho em seus lábios.

— Você vai acabar comigo, sabia?

Sabe quando está olhando nos olhos daquela pessoa? Quando sente seu coração fazer malabarismo dentro de si, quando sente o frio na boca do estômago como se algo caótico ocorresse dentro de você. Seu corpo todo reage de maneiras diferentes na presença dela, não é?

O melhor amor é esse que nos pega desprevenidos. Eles costumam ser devastadores.

— Depende do ''acabar" que estiver falando... — murmurou entre um sorriso maroto. — Posso acabar com você de muitas maneiras.

Rapidamente ruborizei, envergonhada. Ainda não tinha me acostumado com a falta de censura de Connor, e muito menos com sua falta de vergonha quanto assuntos relacionados a ''sexo". Às vezes ele falava sacanagem só pra me ver envergonhada. Como naquele momento.

Ele riu e me apertou mais contra seu peito rígido.

— Amo quando ruboriza toda vez que digo algo imoral.

Rolei os olhos enquanto me preparava para deixar a cama.

— Isso não é engraçado.

— Isso é porque você não está se olhando no espelho toda vez que ruboriza. — comentou ao me abraçar por trás e beijar meu pescoço.

Foi assim, nesses momentos simples entre conversas bobas, que comecei a acreditar que tudo de ruim que aconteceu na minha vida fora com o propósito de que algo extraordinário estava guardado para mim no futuro. Tudo estava bom demais.

— Será que pode me soltar? Preciso tomar banho e ir pra casa! Daqui a pouco Daniel começará a ligar e perguntar o por quê de eu não ter voltado pra casa ontem.

Connor me soltou e me olhou de cenho franzido.

— Não avisou que dormiria aqui?

Rolei os olhos.

— Eu não sabia que iria dormir aqui. Não pensei que fosse chegar tão tarde... e ainda por cima bêbado. — lembrei. Ele rolou os olhos e depositou um beijo casto na minha bochecha.

Como Não Te Amar? (REPOSTANDO)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ