Esperava Você

PEGA e talvez não se APEGAR

   Eu realmente não sei explicar o que está acontecendo. Porém parece que foi criada uma bolha a nossa volta e eu só esperava que não fosse furada. Já está no final da apresentação, a peça era "A Casa de Bernarda Alba" de Federico García Lorca. Era um drama muito envolvente, com personagens cativantes e uma história cheia de críticas morais e sociais, que infelizmente ainda se encaixa nos dias de hoje. Estávamos na segunda fileira e em algum momento inesperado e sem eu ter percepção, nossas mãos ficaram entrelaçadas perto da minha perna. Só percebi quando em algum momento o Arthur teve que pega o celular que estava vibrando, mesmo estando no silencioso e desligou. E após isso voltou a entrelaça seus dedos nos meus.
E peça terminou e todos os aplausos foram merecidos. A atuação dos atores foram impecáveis e toda atmosfera do cenário e efeitos sonoros, deu ainda mais emoção e suspense.

  - Vamos? Pelo tamanho da fila não da para passarmos despercebidos e acabariamos com os méritos que apenas eles, devem receber. - eu sabia que ele não estava sendo soberbo. Era um teatro de tamanho médio e atores famosos para quem apreciar e tem habitus de assistir peças. Não eram atores de televisão ou cinema, e se um ator famoso mundialmente aparecesse, as atenções seriam divididas. Aproveitando que as pessoas não estavam prestando muita atenção, saímos do teatro ainda de mãos dadas.

- Pelas suas expressões e atenção, sei que gostou da peça. Mas você já conhecia a história? - perguntei enquanto estávamos no estacionamento, indo em direção a vaga do carro.

- Sim, eu já conhecida. Já li e assistir outra peças, porém essa foi uma leitura diferente das outras. Acho que as culturas de um país para outro, tem interferência direta com a visão passada para o público. E isso é uma coisa boa. - nós paramos de frente da porta do passageiro, pela sua aproximação acabei me encostando na mesma. - E você o que achou?

- Maravilhosa! Tenho o livro dessa história, porém nunca tinha tido a oportunidade de assistir. - ele me encarava profundamente, seu olhar desda portaria parecia me avaliar todos os segundos. Seu corpo estava inclinado para poder ficar na altura do meu rosto e seu perfume estava me deixando embriagada. Eu sabia que as chances de arrependimento era grande, porém ele em dois dias iria embora e se por acaso estivesse entendo esse flerte errado, só receberia um fora. O que vindo dele séria até elogiou pela atenção. - Se isso for errado, a culpa é sua.
- antes dele responder, aproximei meu rosto do seu e colei nossos lábios e um selinho. De certa forma demorei alguns segundo para pedi permissão e ele correspondeu colando nossos corpos e beijando meus lábios, a de suas mãos estava na minha cintura e a outra no meu pescoço, as minhas se encontrava entrelaçadas na sua nuca. Quando nossos lábios já estavam familiarizados, ele pediu passagem com a língua e eu prontamente autorizei. Eu já não conseguia raciocinar, perdi a noção de onde estava. E só me encontrava cada vez mais com os seus lábios e língua possessivos, tomando tudo que eu estava disposta a oferecer. Após algum tempo sem ar, paramos o beijo com selinhos e ficamos nós encarando, sem palavras já sabíamos que nenhum dos dois iria fugir, pelo menos não nessa noite.
Após vários beijos trocado.  Percebermos que o estacionamento estava quase vazio, pelo tempo que tinha passado. Resolvemos ir procurar algum lugar comer.

  - Não fique me olhando assim - ele voltou sua total atenção para a frente. - E nem fique com esse sorrisinho. - então ele soltou uma gargalhada.

  - Então devo fazer o que senhorita?

  - Presta atenção na estrada e parar de tenta me deixar envergonhada.

  - Não estou tentando nada! Só não acredito que ficamos após tantos foras. Tinha perdido a esperança.

  - Sei bem esse tipo de coisa. Não está acostumado! - mesmo usando o cinto, eu estava com o corpo meio virado na sua direção. - Não se vire e preste atenção na estrada. - falei quando ele demostrou que iria me encarar. Revirou os olhos, enquanto resmungava algo.