O Jogador de Tênis

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SOBRE O CAPÍTULO ANTERIOR: Caso você não tenha o lido, o capítulo retrata a morte da mãe de Bryan, causada pelo pai do personagem. 

Maxon Wells:

Eu berro um palavrão que é abafado pelo capacete e parece não chegar até lá. Não tinha nada infavorável demais na jogada; na verdade, a estratégia que Kevin tinha estipulado era quase perfeita dada a didática de Pandora com Matthew em campo. Num lance perfeito da wide para o novo fullback ele iria agilmente correr as duas jardas restantes para conseguirmos os pontos que faltam e terminar o treino. Este é o último que temos para as melhorias, já que amanhã pegamos o ônibus até a cidade onde acontecerão as quartas de final. Mas tudo ainda parece errado demais, quando a defesa não é a única a tentar parar Matt, mas o ataque. E eu começo a xingar de todos os nomes feios que conheço quando pela terceira vez é Bradley, que não deveria estar lá, que derruba Matt. Tão forte que se não fossem as proteções teríamos mais uma falta no time. Porém, por mais paciente e persistente que o ex-Lion seja, dessa vez ele arremessa o capacete a metros partindo pra cima de Bradley que atingiu seu limite.

– Você tem problema? – Ele grita, avançando de peito estufado pra cima do wide. Bradley tira o capacete numa lentidão debochada, começo a avançar até lá devagar, não tendo certeza se quero apartar o soco que Brad vai receber se continuar do mesmo jeito. – Quer perder? É isso que você quer?

– A gente já perdeu – Responde Bradley gesticulando com o capacete já na mão – Quando você entrou pro time! – Ergue as sobrancelhas, como um idiota.

– Vá se foder! – Berro chegando perto o bastante para empurrá-lo, Brad se arma de novo ameaçando erguer o punho na minha direção – Você faz isso em mais uma jogada e eu faço de tudo pra você sair desse time – Cochicho abrindo meus olhos o suficiente para que Bradley se cale.

– Mais uma vez! Se a gente não passar nessa quartas eu vou esfregar o rosto de todo mundo nessa grama! – Hayes diz no megafone fora do campo. Assisto Pandora puxar Matthew pela camisa e sussurrar alguma coisa para ele rapidamente antes de voltarmos as nossas posições e ele juntar o capacete para por na cabeça. Retorno para meu lugar, flexionando um pouco os joelhos. Conto mentalmente os próximos segundos para a jogada recomeçar, e parto para a proteção de Kevin quando ele arremessa rapidamente a bola para Pandora que agilmente a pega; ela tem perdido pouquíssimos arremessos. Se esquiva da defesa como uma profissional, aproveitando seu corpo esguio para desviar das mãos grandes que tentam contê-la. 

Em um impulso forte da mão direita a bola atravessa alguns metros até a posse de Matthew. Ainda estou segurando um colega de time quando dessa vez Bradley não é maluco de detê-lo como das últimas vezes. E é indiscutível o talento de Boyer em campo, mesmo não exercendo sua função principal que é o de capitão. Sua velocidade e habilidade de avançar em jardas é impressionante. Tão intenso que não parece que aprendeu nossas jogadas apenas na última semana. Minha área para, já sendo impossível que consigamos detê-lo. Acompanho Josh, o strong safety que é o triplo do tamanho de Eddie ser o último obstáculo para Matt chegar a endzone, já que o próprio cornerback perdeu a jogada para Pandora há segundos atrás.

Sendo só os dois, ou Matt faz mágica ou ele vai comer metade do nosso campo com o tombo que vai ganhar do grandão. Quando ele gira o corpo com a bola e tomba para a direita tenho quase certeza que vamos perder nossa última chance de conseguir os pontos que faltam. Josh o agarra por baixo e meu coração bombeia devagar, como se a cena pudesse mesmo estar em câmera lenta. Ouço alguém gritar alguma coisa no mesmo segundo que ele vence a tentativa de tackle de Josh num movimento escorregadio e quase impossível; suas pernas ganham ainda mais velocidade, o impulsionando a se jogar depois da linha. E Hayes apita o touchdown.

Como Não Se Apaixonar Por Um QuarterbackWhere stories live. Discover now