VI

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Na manhã seguinte Morpheu acordou Vitor com um balde d'agua na primeira luz do dia.

- Interrompeu um bom sonho, sabia? – disse ironicamente, na verdade fora a primeira noite sem sonhos em dias.

- Para mim pouco me importa – a voz grossa de Morpheu penetrava como uma faca no cérebro de Vitor – levante-se rápido e me encontre na mesma sala de ontem.

- Onde que se toma café por aqui? – gritou em resposta, estava irritado por ser acordado - Ou vou viver de luz e agua como uma planta?

Morpheu saiu da sala a passos largos sem dizer uma palavra

- Ele te ama, sabia? – Alice entrou rindo no quarto, usava uma camisa laranja com um Pégaso no peito, parecia tirada de algum acampamento, e uma jeans preta rasgada nos joelhos, onde haveria arranjado? Também carregava uma bandeja com pão caseiro e suco de maracujá – tenho que te falar uma coisa.

Vitor se sentou, ainda usava o manto que Morpheu lhe dera. Na noite anterior devia ter sentido frio, porque o manto se transformara em uma blusa de moletom ainda com o símbolo da coruja. As cobertas e o rosto de Vitor se molharam, mas a blusa estava seca, assim como seu peito.

- Conte – disse afastando o sono dos olhos esfregando-os

Alice sentou-se no mesmo banco que se sentara durante o sono do garoto.

- Quero voltar para minha tribo, esta noite eu explorei alguns lugares ao redor daqui, havia uma tribo próxima, mas está se mudou. Quero encontrá-los – Vitor pegou o pão e mordeu enquanto ouvia. – eu sumi por dez anos, espero que me reconheçam.

O garoto havia se apegado a Alice, principalmente quando soube que ela havia tentado lhe proteger. Estranhamente ela também estava mais amável desde que ele acordara.

- sentirei sua falta, foi legal te conhecer – Vitor sabia que as bestas-guerreiras eram uma tribo liderada por uma fêmea, nunca mais a veria.

- Obrigada... Sabe... – ela olhou para baixo se distraiu com as mãos – ah você entendeu cara pálida.

Vitor riu, engoliu o ultimo pedaço de pão e tomou o ultimo gole de suco. Levantou-se, seus cabelos, ainda longos, pesaram em sua cabeça, precisava cortá-los. Foi em direção ao corredor. Ao passar por Alice, deu-lhe um beijo no rosto, percebeu a garota corar. Mas o transe passou e ela deu um soco no peito dele

- Quem você pensa que é? – disse zangada e Vitor riu

O salão das armaduras reluzia de vida, os raios de luz batiam nelas e faziam suas pedras preciosas iluminarem as paredes, uma dança de varias cores vivas circulava o salão.

- Se não vier logo eu te jogarei dessa montanha – era a voz de Morpheu.

Atravessou o corredor e ficou de frente para a porta de mármore com os anéis em ferro, a porta tinha uma leveza incrível quando a puxou. Entrando no salão, a escuridão era total, mas mesmo assim seus instintos diziam que alguém estava ali, era o velho.

- Tem habilidade com laminas garoto?

Vitor se manteve em silencio, a voz vinha da sua direita. A voz rouca de Morpheu arrepiava Vitor, fazendo-o lembrar da historia do dia anterior. "Garoto, tudo que eu toco morre, descobri isto na primeira noite após o rito...". As palavras ainda ecoavam em sua mente. Não era atoa que ele era uma das quatro criaturas mais poderosas dos reinos, depois dos reis e das entidades.

- Não me respondeu – disse impaciente.

- Nunca treinei muito, sempre era enviado para missões, uma atrás da outra, era o único momento que podia usar meus poderes – derrepente se lembrou, Sirius queria lhe dar uma ultima missão, ir atrás de quem pudesse ocupar o trono de Lucio, quem seria?

Vitor Salavar - Os Quatro Reisजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें