Eu odeio amar você

Capítulo 6

-Não aguenta ficar longe de mim um minuto sequer, né? -Sorriu se encostando na porta.

-Acha mesmo que viria até aqui apenas pra te ver? Meu tempo vale mais do que isso. -O provoquei. -Fui contratada por seu pai. Sou a nova babá temporária da Alicia.

-Não está falando sério. -Respirou fundo. -Tanta gente nessa cidade e ele tinha que chamar justo você?

-Se eu soubesse que você era o irmão irresponsável, eu com certeza não teria aceitado.

-Irmão irresponsável? -Me olhou tentando entender.

-Deixa pra lá. -Sorri, sabendo que o deixaria curioso durante a tarde toda. -Mas e então... vai me deixar entrar ou...

Ele deu espaço na porta e eu adentrei sua casa.

Aqui dentro é ainda mais bonito do que do lado de fora. Os móveis são completamente modernos e a casa é quase inteiramente branca.

-Quantos anos a Alicia tem? -Perguntei para não deixar tão na cara o quanto estou fascinada com a beleza daqui.

-Quatro. Mas posso te garantir que é bem mais adiantada do que as crianças da idade dela.

-E onde ela está agora? -Olhei discretamente para os lados.

-Brincando no quarto. -Passou as mãos no cabelo.

Zack está completamente diferente de como vai para a escola diariamente. Seus cabelos loiros que sempre estão perfeitamente alinhados, agora estão bagunçados. O casaco do time que ele quase não tira do corpo, agora deve estar em seu armário. E as calças jeans deram lugar para um moletom cinza.

-Você quer conhecer a casa? -Perguntou.

Concordei e desviei meu olhar dele. Ele passou por mim e começou a andar. O segui.

-Aqui é a cozinha. Eu não sei se meu pai chegou a te falar, mas se a Alicia ficar com fome, é de sua responsabilidade preparar algo pra ela.

-Tudo bem. -Falei enquanto reparava na quantidade de armários que possui aqui.

Essa cozinha com certeza é maior do que minha casa toda.

Passamos por um corredor e paramos diante de duas portas.

-Aqui dentro fica a sala de jogos e nessa outra aqui o cinema.

-Vocês possuem um cinema próprio. -Falei ainda em choque.

-Por que não? -Sorriu e abriu a porta para me mostrar.

-Nossa. -Inclinei minha cabeça lá para dentro. -Eu nunca mais sairia de casa.

Zack riu e em seguida fechou a porta.

-Quando minha irmã estiver dormindo, a gente pode vir pra cá, assistir um filme e quem sabe dar uns amassos. E talvez... até mais que isso. -Ele sorriu maliciosamente e mordeu o lábio.

-Só nos seus sonhos que vamos fazer isso.

O deixei para trás e saí andando sem rumo.

-Por aqui. -Passou por mim e foi em direção as escadas.

Eu acho que nunca vi escadas tão brilhantes quanto essas. Quase consigo ver o meu rosto refletido nos detalhes.

Passei a mão pelo corrimão conforme fomos subindo. Assim que chegamos no segundo andar, não pude evitar mais uma vez de observar em volta. Os quadros que devem ter custado uma fortuna, o lustre no meio do corredor, o carpete sobre o chão...

-Aqui é o quarto do meu pai e da Valentina. -Apontou para uma das portas aqui presente. -Já aqui é o meu. Não vejo necessidade de abrir e te mostrar, mas eu posso fazer isso, caso você tenha curiosidade de saber como a minha cama é macia.