Capítulo 19

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Depois que Zack foi embora, almocei e fui para o quarto. Ao me lembrar que havia marcado com Julian de irmos ao parque, me levantei e corri para o banheiro.

Ainda estou pensando se estou fazendo a coisa certa. Quero dizer, eu sei que não tem nada de mais em apenas sairmos para um passeio casual, mas, sabe aquele sentimento estranho no peito?

Ele parece ser divertido e bem atencioso. Então eu acredito que não irei me arrepender de ter tomado essa decisão.

Após sair do banheiro, fui até meu guarda roupa e peguei uma calça, uma blusa e uma jaqueta preta. Assim que me aproximei do notebook, vi que tinha 5 mensagens de Jake.

Ei, por que não entra no Skype? 22:23

Oiii, cadê você? 23:12

Alexia, está tudo bem? Não consigo dormir sem saber que você está bem. 00:45

Eu tô quase indo pra sua casa, Alexia. Juro. 1:34

Ei, já amanheceu e você não apareceu. Aonde está até agora? 8:57

Meu Deus.

Oi Jake. Perdão. Eu estava no hospital. Então não tinha nem como te avisar. Me desculpa mesmo.

No hospital? O que aconteceu?

Ontem de tarde Zack teve uma crise de pânico e eu fiquei sem saber o que fazer. Então chamei uma ambulância e fomos pro hospital. Cheguei em casa só agora. Nem consegui te avisar.

Nossa. E como ele está agora?

Melhor. Bem melhor. Bom, a gente conversa mais tarde, pode ser? Preciso ir me encontrar com o senhor Evans.

Espera, o que!?

Desliguei o notebook e vesti a roupa. Após pentear meu cabelo, passei perfume e peguei um pouco do dinheiro que meu pai havia deixado para mim.

Saí rapidamente, torcendo para que Charlotte não percebesse.

(...)

Assim que cheguei, paguei o táxi e fui em direção a ele. Julian está com uma calça jeans preta, um blusão azul com listas brancas e um coturno. Bem bonito se eu posso dizer.

-Que bom que você veio. –Disse com um sorriso no rosto. –Achei que ia me dar um bolo.

Sorri e enfiei as mãos dentro da jaqueta.

-Oi. –Falei. –O que vamos fazer?

-Você já vai saber, eu só espero que não tenha medo de altura. –Sorriu novamente.

Saímos caminhando.

-Então, me fala sobre você. –Pediu.

-Ah, não tenho muito o que contar. –Dei de ombros.

-Me conte o básico pelo menos. –Ele passou seus dedos por seus cabelos que estavam caídos no rosto.

-Ahn... –Comecei a pensar. –Eu me chamo Alexia Gomes. –Ele sorriu, como se eu tivesse dito uma coisa bem óbvia. O que na verdade é bem óbvio mesmo. Por que eu disse isso? –Tenho 16 anos e fui passada uma série a mais do que deveria estar. –Vi que ele concordou. –Faço 17 no dia 30 de outubro e moro com meu pai e minha madrasta.

Assim que percebeu que eu havia terminado de falar, retirou as mãos de dentro do bolso da calça e apontou para um dos prédios próximo daqui.

-Eu cresci ali. Meus pais sempre foram bem unidos, tanto que cheguei a pensar que o amor deles nunca acabaria. –Prestei atenção em seu rosto enquanto ele olhava para as árvores, como se estivesse se recordando perfeitamente do passado. –Quando eu fiz 14 anos, minha mãe me levou para jantar. Meu pai não foi porque tinha dito que estava atolado no trabalho. Eu e ela acreditamos, afinal ele sempre esteve ocupado mesmo.

Eu odeio amar vocêWhere stories live. Discover now