Preso

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Ele ia matar Gabriel.

Aquele cara o entregou de bandeja pra um criminoso, desde quando isso é ser profissional?! Obrigado Guilherme! Pensava sentindo seus neurônios ferverem enquanto estava sentado no chão em uma espécie de depósito escuro, cheio de produtos de limpeza, pelo menos ali estava cheiroso.

Já estava ali algumas horas ou pelos menos o tédio era tão grande que parecia horas cada minuto.

Finalmente a tranca foi aberta mas continuou sentado no chão.

"Olha só se não é o ômega bonitinho lá do clube." Um alfa qualquer disse escancarando a porta, junto com um beta, ambos tinham um sorriso malicioso.

Rafael apenas rosnou olhando furioso pros dois caras, que se aproximaram e tentaram pegar seus braços para levantá-lo, mas o ômega meteu os dentes mas mãos dos dois, arrancando sangue.

"Sua cadela desgraçada!" O beta praguejou segurando sua mão ensanguentada e o menor apenas sorriu satisfeito.

"Não sabe onde está se metendo." O alfa limpou sua mão e tirou um pano de dentro de seu bolso da calça, enfiando rapidamente quase na guela alheia o impedindo de morder ou dizer algo, e para finalizar, o beta pegou uma espécie de focinheira e amarrou. Seguraram suas mãos atrás do corpo e agora sim Rafa estava imobilizado.

Mesmo eles o arrastando, o ômega insistia e resistia, tornando a viagem muito mais difícil para os dois ali.

O alfa abaixou a guarda e Rafael aproveitou, lhe dando um chute certeiro em suas partes íntimas.

Ok, os dois quase estavam o matando ali mesmo.

"Seu filho da–" A porta do escritório foi aberta, revelando seu chefe, com uma feição fechada e neutra. "S-Senhor! Esse aqui tá impossível! Podemos matar ele? Por favor." O alfa implorou ainda deitado no chão com suas mãos entre as pernas, se contorcendo enquanto Rafa sorria olhando para ele.

"Não." Leonardo disse simples e com as mãos nas costas, caminhou até perto dos três, e nesse meio tempo, o menor dali abaixou as orelhas e ficou com a cauda entre as pernas com medo do lupus. O que fariam com ele? "Eu cuido dele daqui." Sorriu macabro mostrando seus dentes e agarrou com força a gola da blusa alheia, o arrancando um choramingo. Os dois se afastaram e o lupus o arrastou até dentro do escritório, fechou a porta e a trancou, o jogando num sofá de couro preto ali. "Ok, o que você é?" Perguntou franzindo o cenho e sorriu ao vê-lo se encolher no sofá.

Se aproximou e tirou apenas a focinheira, era extremamente desnecessária e provavelmente estava machucando. Depois de uns segundos encarando os olhos verdes, tirou o pano de sua boca, vindo com um pouco de saliva.

"Obrigado." Sussurrou realmente agradecido, aquele pano estava o sufocando, entrando pela garganta e a secando.

"Eu quase saber o que você estava fazendo que teve que correr de mim junto com aquele seu amiguinho." Ficou super sério e Rafael já sabia que morreria ali mesmo. "Responda!" Exigiu com um tom de voz mais feroz.

"E-Eu..." Pensou desesperadamente em uma desculpa. "Fiz uma aposta com meu amigo, mas deu no que deu." Olhou cabisbaixo para chão.

"Que tipo de aposta é essa? Espiar e ver a quantidade de armas que eu traço para o meu depósito?" Sorriu de canto, debochado, recebendo um olhar desacreditado. "Sim Rafael, não sou bobo, eu sei que você está de olho nos carregamentos." Se levantou e começou a andar pela sala.

"Claro que não! Eu não sabia o que tinha nelas, era pra gente descobrir o que era, agora eu sei. Ganhei a aponta." Sorriu forçado e sem graça. De uma certa forma não era mentira.

"Ah querido, não sabe onde você se meteu." Se sentou numa grande poltrona e cruzou suas pernas.

Rafael não moveu um músculo, continuou sentado naquele sofá e nem pensava em se levantar, o que poderia acontecer com ele se tentasse fugir ninguém sabia, era melhor ficar na dele.

"E no que eu me meti, senhor?" Disse irônico e escutou um riso vindo do lupus.

"Digamos que você não pode mais sair daqui." O olhou cínico. "Se você sair, estará morto." Colocou suas mãos atrás da cabeça.

"Mas eu já não estou morto?" Franziu o cenho, confuso.

"Há." Novamente se levantou e caminhou lentamente até perto do sofá. "Digamos que sim. Você sabe o que eu tenho no meu depósito, não pode sair daqui, não pode vazar as minhas informações." Se inclinou um pouco por cima do ômega. "Eu mesmo poderia te matar aqui." Com um movimento brusco, posicionou sua mão no pescoço pequeno, fazendo força. Sua mão cobria quase todo o pescoço.

Rafael levou um susto e se abaixou no sofá, segurando a mão em seu pescoço e olhando fixamente nos olhos vermelhos com um ar desesperado e como se estivesse implorando por algo.

"Desse jeito." Apertou usando toda sua força e o sufocando na hora, mas permaneceu assim por apenas cinco segundos e logo aliviou o aperto.

Rafael nunca sentiu tanto medo em sua vida.

"Mas eu não quero." Fez carinho no lugar como um pedido silencioso de desculpas, provavelmente ficaria uma marca vermelha. "Não quero ter que te matar, entendeu." Deu as costas e voltou a se sentar na poltrona, ficando na mesma posição que antes. "Por isso vou te manter em cativeiro." Piscou com um sorriso e Rafael arregalou os olhos.

"O quê?! Sabe que isso é desumano!?" Se levantou do sofá e ergueu sua voz.

"Você não vai morrer de fome, não se preocupe, mas ou é cativeiro ou é a morte. Qual você escolhe?" Ficou com um ar duvidoso e não recebeu resposta. "Vejo que a morte não é uma opção, você nem viveu direito a sua vida." Olhou um ponto imaginário a sua frente. "Não quero te ver morto." Sussurrou e Rafa não ouviu. Se levantou e andou até a porta, a destrancado. "Levem-no para a sala, e não ousem fazer um mal para ele." Ordenou para os dois caras de antes, que concordaram com o olhar focado no chão.

Os dois correram até o ômega, que novamente começou a resistir e rosnar furiosamente, causando um sacrifício enorme para levá-lo até a sala especial.

Quando chegaram, abriram rapidamente a porta e o jogaram lá dentro, a trancando em seguida.

"ABRE ESSA PORTA!" Berrou batendo na porta várias vezes e com força, mas não adiantou. Suspirou e olhou em volta, ficando surpreso.

Aquela sala era um quarto.

Um quarto bem confortável até, com uma cama, criado mudo e um abajur. Não pensou que ficaria num lugar assim numa situação dessas. Tinha suas janelas e ambas eram trancadas por tábuas de madeira, impossibilitando de toda a luz do sol entrar, aparecendo apenas algumas brechas.

Franziu o cenho e observou mais o lugar.

Na situação que ele está, não saberia o que fazer, apenas esperar.

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•Desculpe os erros•

Lupus • ABO MpregOnde histórias criam vida. Descubra agora