CAPÍTULO • 03 (Degustação)

21.2K 2.9K 943
                                    

CAPÍTULO 03

¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.

CAPÍTULO 03

VLADIMIR

CONVIDAR ELENA KOKORINA para um evento social foi provavelmente uma das piores ideias que já me ocorreram na vida. O trabalho excessivo e o estresse constante acabam sempre se tornando os principais impulsores da minha falta de bom senso. É isso o que acontece com os homens quando pensam com a cabeça errada.

Minha mãe costuma dizer que estou desperdiçando a minha vida por causa da empresa, que meus interesses pessoais ficaram subjugados pela responsabilidade de gerenciar um cargo tão exaustivo. O que ela não sabe é que, apesar de assumir a presidência nunca ter estado nos meus planos, eu sou bom nisso. Posso não ter chegado até aqui por meios nobres, mas sou fodidamente bom!

Organização e planejamento prévio são os princípios básicos para evitar surpresas e impedir que meus propósitos se distanciem da expectativa final. No entanto, continuo sendo um homem que tem suas necessidades, e nessa característica habitam as minhas fraquezas.

Desde o começo, entendi as verdadeiras intenções de Efrem Kokorin quando se juntou ao meu grupo de associados e solicitou uma vaga para a única herdeira na minha empresa. Reconheço um abutre a quilômetros, mas aprecio seus esforços e o fato de acreditar possuir capacidade suficiente para me manipular.

Por outro lado, no entanto, é chegada a hora de analisar minhas opções e conciliar um casamento a favor da empresa.

Elena não é a melhor pretendente, mas não deixa de ser uma possibilidade interessante considerando o forte investimento que sua família vem aplicando no projeto do clube. Conheço seus planos. Não confio neles, mas isso não quer dizer muita coisa, afinal, não confio em praticamente ninguém além dos meus irmãos.

O problema é que posso ter me precipitado. Levar a menina para um jantar com tamanho reconhecimento público é como assumir, no mínimo, uma relação afetiva, e essa nunca foi minha intenção.

Três batidas na porta do meu quarto afastam quaisquer pensamentos sobre casamentos ou interesseiros. Do outro lado das grandes janelas retangulares ao lado da cama, as estrelas começam a se despedir junto com a bruma noturna. Só há uma pessoa além de mim na mansão cujo despertar se antecipa ao de todos os outros.

Passo o paletó por cima dos ombros e caminho até a porta. Destranco-a e puxo a maçaneta, revelando meu pequeno sobrinho ainda vestido com suas roupas de dormir cor-de-rosa. Ele coça os olhos azuis com o dorso da mão, boceja longamente e depois desvia do meu corpo, entrando sem permissão como tem feito desde o dia em que descobriu meu horário de saída para o trabalho.

— Bom dia, tio — murmura, cambaleando até a minha cama.

— Iago, você deveria continuar dormindo no seu quarto — sugiro, por mais inútil que seja. Essa criança tem sérios problemas com diálogos imprecisos. Até que eu impeça com todas as palavras suas visitas matinais, ele continuará com o hábito, e é claro que não tenho essa coragem toda. — Ou no quarto dos seus pais.

Entre Acasos e Destinos | LIVRO 2 | DEGUSTAÇÃODonde viven las historias. Descúbrelo ahora