CAPÍTULO • 08 (Degustação)

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CAPÍTULO 08

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CAPÍTULO 08

VLADIMIR

— É ESSE O meu apelido? — indago, sem desbloquear a passagem.

Não importa o quanto alguém se esforce para manter o bom senso diante dos poderes concedidos por um suposto patamar privilegiado, em algum momento as pessoas começam a abaixar suas cabeças; foi assim que eu me acostumei com obediência e sujeição. Mas com ela, não acontece, e isso é o que mais me intriga.

Ela é a personificação de tudo o que escondo dentro de mim, do que tenho evitado.

— O que nós estamos fazendo? — sussurra. — Não deveria estar aqui, posso ser demitida. Você precisa superar essa obsessão com o meu nome, principalmente nos meus ambientes de trabalho.

— Obsessão? — debocho, surpreso com a audácia. A única obcecada em não perder o emprego é ela. Nossa diferença de alturas faz com que precise virar o pescoço para trás na tentativa de me enfrentar, e mesmo tal detalhe sutil incentiva meus instintos rudimentares de liderança. — Você está sendo infantil, não estaríamos nessa situação se tivesse falado seu nome para começo de conversa.

— Eu tinha os meus motivos — pestaneja, colocando as duas mãos na cintura, com os punhos fechados. O olhar novamente na minha boca, desejosa, sem muitos pudores.

Não tenho certeza se faz isso sem perceber ou por não se importar em demonstrar o que pensa; talvez um pouco de cada. Puxo o nó da gravata, minha respiração irregular acompanhando a instabilidade dos meus pensamentos. Corazón é perigosa, como um belíssimo e raro frasco de veneno.

Olhando de esguelha para a saída, ela revira os olhos, mas não cede à pressão.

— O que te impede, Corazón? — murmuro, feroz. Paciência não é minha melhor virtude. — Por acaso está gostando dessa brincadeira? Acha divertido me provocar?

Seguro seu queixo, colocando um pouco de força no polegar para que seus lábios se abram em um biquinho ridiculamente inocente e delicioso. Seu riso de escárnio, porém, não vai de encontro com a reação que eu esperava. Ela não sente medo nenhum, no máximo uma apreensão leve.

— Esse seu jeito arrogante costuma funcionar com as mulheres? — Estendendo a palma da mão, ela impede que eu responda e se afasta para trás, saindo do meu toque. À medida que seu nervosismo cresce, suas palavras se tornam mais frenéticas. — É óbvio que sim. Só a sua existência já é um grande funcionamento! — Rindo, fecha os olhos e balança a cabeça, fazendo uma série de caretas como se brigasse consigo mesma. Fascinante, é a palavra que me vem à mente. — Essa conversa está me confundindo, e já tenho coisas demais para lidar. É melhor encerrarmos esse assunto agora. Não importa quem eu sou e quanto menos souber, melhor. Não somos nada um para o outro e...

— Talvez possamos ser — digo sem pensar direito e recebo dela um olhar desconfiado, então limpo a minha garganta e escolho melhor as palavras. — Amigos, por que não?

Entre Acasos e Destinos | LIVRO 2 | DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now