Capítulo 15

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Eu estava correndo no bosque. Meus pés já pinicavam e havia algumas feridas. Olhei para trás. Já faziam horas que eu corria sem rumo e vez ou outra, tinha medo de algum capanga me alcançai. Meu tornozelo latejava e minha cabeça doía. Mas não importava. Eu só precisava encontrar ajuda antes que...

Ouvi um estampido. Olhei para trás e vi Dylan correndo atrás de mim. Tentei correr mas não foi o suficiente. Cada vez ele chegava mais perto. Atrás dele estava seu pai. Soltei um grito quando sua mão alcançou meu braço. Olhei para cima e vi o quarto mobiliado. Foi só um sonho.

- Você tá bem?- Dylan me olhou entre as cobertas.

- Sim. Foi só um pesadelo.- tentei sorrir.

- Bom dia.- ele me olhou com adoração

- Bom dia.

Ele se aproximou e me beijou lentamente. Depois se levantou.

- Eu preciso ir. Tenho uma reunião.

- Ok.

Ele se vestiu e saiu do quarto.

- Senhorita?- o rosto rechonchudo de...

- Desculpe, esqueci seu nome.- fiz uma cara envergonhada.

- Mira, senhorita. Desculpe não te acompanhar esses dias. Tive alguns problemas familiares.

- Tudo bem.

- Você está pronta para o café?

- Sim, mas eu queria esperar o Dylan.

Ela fez uma cara desapontada.

- Ele está numa reunião com o pai, acho que vai demorar.

- Eu espero.- falei com firmeza.

- Licença.- ela fez uma reverência e saiu do quarto.

Para me ocupar e tentar enganar minha fome, comecei a fazer um tour pelo castelo. Parei quando ouvi meu nome saindo do escritório.

- ...os pais dela! Eu não posso fazer isso com ela!

- É o plano desde o início. Não vou deixar que uma paixão platônica de adolescentes atrapalhe.

- NÃO É PLATÔNICA! Eu a amo!

Fiquei encostada na porta para ouvir melhor.

- Não vai acontecer nada com ela!

- Mas com os pais vai! Ela nunca iria me perdoar!

- Estou pouco me ferrando com o que você pensa!

- Você simplesmente NÃO pode mata- los!

Prendi minha respiração.

- Eu já te falei que isso, filho, vai nos fazer ter um país a mais!

- Pai! Você...

- CALE SUA BOCA! VAI SER ASSIM, E PONTO!

Notei um silêncio constante. A porta foi aberta eme desequilibrei. Ia cair, mas mãos fortes me seguraram. A porta foi fechada novamente.

- O que diabos você está fazendo aqui?!

Não respondi. Estava chocada com tudo que ouvi.

A cara espantada, desapontada e triste dele me observou com cuidado.

- Você ouviu tudo?

- Tudo o quê? Só que vocês vão matar meus pais para governarem meu país? Que você "me amar" foi um plano para dar um golpe na minha família? Ou que tudo que fizemos não significou nada para você?

- Meu Deus! Não! Eu te amo! Tudo o que aconteceu foi real. Para mim, foi.

Tentei parecer calma, quando na verdade estava com medo e queria sair o mais rápido dali.

- Eu tenho que voltar para meu país. Porque eu meio que tenhoumavidalaseilaeuprecisoir. – quando eu ficava nervosa, falava tão rápido que até eu me espantava.

Ele respirou fundo.

- Eu não posso te deixar ir,

- Se você me ama de verdade, por favor. Me deixe ir.

Ele passou as mãos nos cabelos rapidamente.

- Eu te amo. Mas não posso! Me entenda! Por favor! Vamos nos casar, ter uma família...

- Você realmente acha que quero me casar com você depois disso?

Ele fez uma cara de pavor. Peguei minha aliança e joguei no chão.

- Para mim já deu.

- Não. Você não vai. – dessa vez uma voz que veio por trás de mim me fez encolher. Era o pai do Dylan.

- Pai...

Dylan viu a cara de fúria do pai e se colocou em minha frente, para me proteger. O pai dele empurrou Dylan de minha frente, de modo tão brusco que ele caiu no chão. Ele me segurou pelo braço tão forte que marcas vermelhas o preenchiam.

- PAI!

A última coisa que vi foi o pânico de Dylan antes de desmaiar e me deixar ser levada.

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