Capítulo 16

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Acordei com a cabeça latejando. Olhei em volta e vi um ambiente não familiar. Levantei e olhei em volta. O quarto estava claro, mas não havia ninguém lá. Apurei meus ouvidos e ouvi uma discussão do outro lado da porta. Entre Dylan e o pai. Aí que me dei conta de porque estava lá.

"Meu Deus! Tenho que fugir!"

Olhei e vi uma janela razoavelmente grande para meu corpo passar. Fui até lá e me dei conta que estava no primeiro andar. Com sorte, sairia com apenas um arranhão. Abri a janela silenciosamente e vacilei um pouco com o medo da altura até me decidir a pular antes que adentrassem no quarto. Cai e levantei rápido. Olhei para minhas pernas. Só um ralado no joelho. Comecei a correr bem rápido. Quando entrasse no bosque, poderia diminuir o ritmo. Mas eu precisaria de ajuda com meus pais.

- Ai... Meu... Deus!- consegui entrar no bosque, sem fôlego. Diminui o ritmo.

Andei por horas sem rumo. Eu realmente não sabia para onde estava indo. Só queria ir a qualquer lugar longe dali. Sentei numa árvore densa. Só para descansar um momento.

Abri os olhos. Meus Deus! Eu havia caído no sono! Acordei com o som de galopes distantes.

- Se a acharem, não machuquem-na!

Essa voz foi de Dylan. Merda!

Levantei em um sobressalto e desatei a correr silenciosamente. Eles não me achariam. Os galopes foram ficando cada vez mais altos. Me escondi atrás de um arbusto. A cavalaria inteira passou por mim, e soltei um suspiro aliviado. Mas um cavaleiro ainda estava por lá. Dylan. Ele estava devastado. Nunca o vi tão mal assim. Suas mãos estavam cobertas por sangue, já seco.

"Aí meu Deus! O pai dele bateu novamente nele!'

Eu caí da posição que estava, deixando um estampido de raizes e galhos. Dylan olhou em minha direção e, quando seus olhos se encontraram com os meus, sua expressão suavizou.

- Lily!

Arregalei os olhos. Comecei a correr, porém não fui muito longe. Os braços de um soldado me seguraram. O cara tinha uma cicatriz no olho esquerdo e expressão de voraz. Tentei esconder meu medo.

- Me solte!

Comecei a me debater, e o homem me segurou mais forte ainda.

- Solte-a!- a voz de Dylan veio autoritária. Ele veio em minha direção.- Você está bem?

Não respondi. Ele percorreu meu corpo com o olhar e viu os hematomas em minha perna devido a corrida desajeitada e também meu braço vermelho, devido ao homem que me segurou.

- Seu desgraçado! Eu avisei para não machucá-la!- ele me abraçou. Eu não retribui.- Qual é, Lily? Eu...

- Não me fale que me ama!- olhei para ele com fúria.- Você acha que matar minha família vai fazer com que eu ainda te ame? Pois bem, eu tenho sentimentos em relação a você. EU TE ODEIO! Seu desgraçado!Obrigada por me usar!

Ele ficou magoado. Problema dele. Que pense antes de fazer algo!

- Acharam?

- Pai? 

O pai de Dylan apareceu. Me olhou com evidente fúria.

- Você vai se casar com ela! E ela vai ficar quieta!- ele gesticulava.

- Não vou me casar com ele.

Ele me olhou, irritado. Porém,  aí deu tempo dele responder. Uma gritaria, seguida de barulhos de tiro, entrou na floresta. Os manifestantes contra a monarquia estavam cometendo um atentado. E se eu não fosse rápida, não estaria mais viva.

- LILY!- Dylan saiu correndo e me colocou sobre seu cavalo. Em seguida, ele subiu atrás de mim, me segurando. O cavalo começou a trotar, e quando olhei para trás, vi o caos. Diversos soldados mortos, alguns cavalos feridos.

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