Capítulo 20

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Entramos correndo para o café da manhã. Assim que os empregados viram nossas mãos dadas, deram risadinhas. Corei e me afastei dele.

- Bom dia. – eu disse.

Dylan fez uma reverência digna de um rei.

- Bom dia, senhoritas. Sinto muito pelo atraso. Tivemos uma longa noite.

- Deu para ver pelo sorriso, majestade.- disse uma velhinha.

- Oh, não é isso! Não mesmo. – Corei mais ainda.

- Não precisa ficar envergonhada...- ele disse, contendo a risada.

Dei uma cotovelada nele.

- Vamos indo, majestade. Não se preocupem, nossa

boca é um túmulo.- e fazendo uma reverência, as empregadas saíram.

Dylan caiu na gargalhada. Eu fiquei emburrada.

- Por que você fez isso? Aimeudeus!

- Calma, Lily!

Ele me abraçou. Sentir assim seu cheiro, seus músculos... suspirei.

- Adivinha quem faz aniversário amanhã?

- Hum... Não sei... Talvez de alguém não muito especial chamada Lily?

Dei um sequinho de brincadeira no seu ombro.

- Você lembrou?

- Claro que sim.

Pelo menos ele. Pelo menos ele se lembrou. Meus olhos começaram a encher de água. Lutei para não demonstrar tristeza.

- Eu...Eu vou lá para meu quarto, quer dizer, o emprestado, porque não moro aqui.

Ele me olhou procurando vestígios do que estava acontecendo.

- Você tá bem? E o café da manhã?

- Ah. Eu tô sem fome.

Sai em disparada pelas escadas e me tranquei no quarto. Prendi a respiração tentando conter as lágrimas que teimavam em sair.

- Lily?- Dylan bateu na porta.- Me deixe entrar, por favor.

Eu caminhei até a porta e a abri. Na hora em que ele me olhou, imaginei meu rosto provavelmente inchado.

- Meu Deus..., Lily!

Ele se aproximou e tocou meu rosto.

- Não chore. Por favor.- e acariciou meu rosto, com as faces preocupadas.- Ou chore e descarregue comigo. Eu estou aqui. Para te ouvir.

Soltei um suspiro .

- Ah. Eu só...

Não completei a frase. Só o olhei para transmitir o que não conseguia falar.

- Você não está sozinha. Sempre vou

estar do seu lado.- e, passou a mão em meus cabelos.

- É que... é muita pressão, sabe? Esse lance de ser princesa, casamento, meus pais não lembrarem do meu aniversário...

- Não se lembrarem do seu aniversário? Eles vão lembrar!

Olhei para a janela. Meu rosto provavelmente deveria estar inchado.

- Lily.- ele me puxou até que eu o olhasse.- Eles vão se lembrar. Agora, isso, do casamento... você não precisa... eu não... quis te forçar.

Eu balancei a cabeça.

- Não, não é sua culpa. Só estou cansada de fazer o que os outros pedem. Mas não é você.

Ele me olhou com intensidade.

- Você não está sozinha. Eu estou aqui.

- Eu sei.

E ele foi se aproximando. Senti um calor enorme. E estávamos a centímetros do nariz um do outro, até que...

- Posso trazer o café, senhorita?- uma criada perguntou.

Quando ela viu o que atrapalhou, corou e saiu.

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