Eu Odeio Você - Concluída

Cap.45 || Dívida?

Fernanda Alencar

Depois do almoço, umas três horas da tarde, subi até o quarto e encontrei Júlia e Lucas na varanda, ambos gargalhando alto, e pareciam estar falando de alguém. Fiquei sem entender, até voltei na porta do quarto para ver o número, verificando se eu estava no lugar certo.

– Perdi alguma coisa? – cheguei na varanda perguntando, os dois se viraram.

Júlia: Nada. Quer dizer, só o Theo de sunga. E ele é uma gracinha.

Lucas: Não elogie. – ele repreendeu e Júlia fez uma cruz na boca. – O Theo eu não sei, mas agora a Diane de maiô...

Júlia: Lucas! – ela deu um tapa nele. Gargalhei ao ver a cena icônica. Nunca achei que iria ver isso um dia na minha vida. – não elogie.

Ambos falavam do casal de namorados, Theo e Diane, eles são meio que anti sociais e bastante tímidos, então vê-los na piscina é uma surpresa e tanto. Mesmo assim, essa cena a minha frente é mais surpreendente ainda.

– Ok. – sussurrei ainda confusa e balançando a cabeça. – Vocês voltaram?

Júlia: Ah, não. Não voltamos. – falou simplesmente como se fosse algo normal. Ao ver minha fisionomia confusa, Lucas sorriu.

Lucas: Somos amigos.

– Desde quando?

Júlia: Desde de hoje.

– Isso é possível?

Júlia: Até agora tá sendo. E por incrível que pareça, ainda não brigamos. – ela comentou sorrindo. Levantou a mão e Lucas também. Ambas bateram uma na outra.

– Amigos mesmo? Amizade tipo a nossa? Tipo a sua e a do João?

Júlia: É, Nanda. – falou como se fosse óbvio. Ela se levantou e Lucas também.

– É que é um pouco difícil de acreditar. – sussurrei.

Lucas: Agora eu preciso ir, já já vai ter um fut lá embaixo. – ele se apressou a calçar o tênis. – Tchau Fernanda. E tchau amiga.

Ele me deu um aceno e um beijo na bochecha de Júlia. Não demorou muito e ouvimos a porta bater.

– Isso não dura um dia. – comentei. Júlia revirou os olhos.

Júlia: É claro que dura, não seja pessimista.

– Ah, vai me dizer que você prefere tá chamando ele de amigo e não estar beijando a boca dele o dia inteiro?

Júlia: É claro que... – ela ia responder, quando Lucas aparece lá embaixo correndo para o lado do campo. – eu queria estar beijando a boca dele o dia inteiro.

Ela suspirou e se jogou na poltrona.

– Eu falei. Não vai demorar muito, daqui a algumas horas vocês vão estar se beijando loucamente como se não houvesse amanhã. – debochei.

Júlia: Não podemos. O amanhã sempre vem, e o nosso pode ser sombrio. – ela sussurra ainda encarando ele lá embaixo.

– Você tá escondendo alguma coisa. – sussurrei após alguns minutos. Júlia se vira e sorri amarelo.

Júlia: Tá doida? O quê eu estaria escondendo de você? – senti um receio na sua voz, ela não conseguiu sustentar o meu olhar.

– Eu te conheço. Mas, se não quiser contar tudo bem, por enquanto. – Pisquei. Ela sorriu.

Júlia: Tá tudo tão confuso, tanta coisa acontecendo. O meu destino e o do Moore tá se cruzando tantas vezes que eu tô começando a achar que é macumba. – ela falou sorrindo.