Texto 16 part 1

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Eram dez horas da noite de dezesseis de setembro, em uma cidade pacata, descia do ônibus, uma jovem mulher com seus vinte e cinco anos de vida, com a chave de sua casa no meio de seus dedos pois o mesmo parava em uma rua deserta e sem iluminação, mas apenas a duas ruas de sua residência.

Respirou fundo enquanto via o ônibus se afastas, se pôs a caminhar rápido, por estar cansada e distraída, não percebeu que um homem a estava acompanhando, ele acelerou seus passos e foi nesse momento que ela o ouviu chegando perto, no mesmo instante em que sua mente gritava para ela correr, seus membros simplesmente paralisaram. O homem chegou perto e a agarrou pela cintura, começou a sussurrar em seu ouvido o quanto ela era isso ou aquilo, ela não via nada claramente, por causa das suas lagrimas, apenas tinha uma certeza, sua alma havia morrido assim que aquele homem entrou em seu corpo sem convite.

No dia seguinte, o jornal já tinha passado sua história, mas claro, a culpa é dela! Quem mandou andar sozinha a noite? Mulher tem que estar em casa esse horário ou melhor nem deveria sair da casa! Homem tem esse comportamento mesmo, nós que temos que pará-los e ouviu mais de milhões de frases que só culpavam a vítima. Ela teve certeza que se tivesse sobrado algum resquício de sua alma, ele tinha sido esmagado pela população que só a culpava. 

Histórias de uma louca menteWhere stories live. Discover now