Texto 29

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Começa com um leve aperto, uma dor de cabeça leve e você sabe o que vai acontecer. Você tenta evitar assuntos que possam te fazer chorar, mas você chega em casa e sua mãe só consegue reclamar das coisas que você faz. Você respira fundo e segura o choro. Você tenta fazer algo que te anime então vai cozinhar, mas não ficou bom então você respira fundo e segura o choro.


Você, cansada de ter que segurar, saí de casa para pensar e chega onde antes era seu porto seguro, mas você vê que quem você achava que era seu amigo, na verdade nem te considera tanto assim. É triste eu sei, mas acostume-se a vida é assim. Ai você sente o aperto piorar, olha para os lados e ninguém presta atenção em você então o bolo em sua garganta piora e você precisa correr, sair e tomar um ar, mas não, você não pode senão eles irão deconfiar. Então você segura.


O aperto não para e você não consegue mais respirar direito, você fica ofegante. Eles olham. Você corre. Você só quer algo para descontar sua frustração, sua raiva, sua dor. Você respira e tenta se controlar, você não quer dar um show e se machucar aqui né?


Mas você não consegue então você grita, você grita alto descontando suas frustrações naquele grito.


Péssima ideia.


Eles estão olhando. Medo, raiva, indiferença, pena. E você consegue senti-los em sua pele pelo jeito que ela arde. Então você senta e chora mais forte e tenta ignorar as palavras que sua mente joga para você.


Você é inútil. Ninguém se importa com você. Quem se importaria com um lixo? Você tem que morrer!


Então chega a hora e você tem que ir embora, mas esses pensamentos não foram e nem tem hora pra ir.


E entre aquele pedaço de metal e seu pai. Você sabe quem te conforta mais.


Histórias de uma louca menteWhere stories live. Discover now