Briga

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Cerca de quinhentos metros me separavam da porta do colégio para a porta da minha casa, seria uma caminhada curta, não fosse a enorme quantidade de gente que ao invés de estar cuidando de suas vidas permanecia ali, esperando para me ver entrar pel...

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Cerca de quinhentos metros me separavam da porta do colégio para a porta da minha casa, seria uma caminhada curta, não fosse a enorme quantidade de gente que ao invés de estar cuidando de suas vidas permanecia ali, esperando para me ver entrar pelo cano, isso me fez pensar em porque as pessoas gostam tanto de ver lutas?

– Lú, eu acho melhor você não me acompanhar hoje! – eu queria que minha expressão fosse corajosa mas acho que falhei porque ela me olhou fazendo cara de choro.

hey é só uma briga de escola, ninguém vai morrer tá bom, só uma briga entre adolescentes tá, coisa de homem, eu já fiz isso antes!

– Não contra Pedro, ele é mau!

– Eu sei, por isso eu tenho que enfrentá-lo, pra ele perceber que eu não tenho medo dele, senão ele nunca vai me deixar em paz.

– Me promete que você vai manter distância, não quero que você se machuque! – havia uma nota de súplica em minha voz, a prima deve ter percebido pois acabou concordando perceptivelmente a contragosto.

– Tá bom!

Assim que pus o pé para fora o nervoso de antes voltou com força total, apanhar já seria ruim, mas apanhar na frente do colégio todo seria realmente épico, pedro e sua turma me aguardavam a poucos metros de distância.

Todos os meus instintos de diziam que eu deveria fugir, correr, o mais depressa possível daquela armadilha, mas ao invés disso eu caminhei como se não soubesse de nada, pedro me esperava com seus amigos mais a frente, só que o que ele não sabia era que eu também esperava por ele.

Eu estava prestes a passar por eles quando um de seus amigos, deu uma estrelinha para ficar na minha frente me impedindo de passar, eu nem pensei duas vezes, apliquei um chute certeiro em seu estômago enquanto suas mãos estavam em solo.

Ele tombou no chão com as duas mãos na barriga.

Outro veio para me atacar mas Pedro segurou o pela gola da camisa.

– Não, ele é meu! – Pedro caminhou até o seu amigo caído para ajudá-lo a se levantar.

– Eduardo seu burro, isso aqui não é uma roda de capoeira! – Explicou irritado colocando-o de pé.

– É isso aí, covardão! Isso aqui não é uma roda de capoeira não, vem que eu quero te mostrar como é que se luta de verdade!

O silêncio era total, até o vento parecia haver parado, é minha voz ecoou alta para que todos ouvissem.

Pedro deu um sorriso de escárnio.

– Falar é fácil novato! – Ele caminhou lentamente até estarmos frente a frente, com os punhos levantados Pedro assumiu posição de defesa, mantendo a perna que ele gostava de chutar levemente em posição, sua postura era semelhante a de um lutador de rua.

– Quero ver você fazer? – Desafiou.

Eu conhecia seus ataques, já havia enfrentado ele antes, assim que levantasse a perna para me chutar eu iria aplicar uma rasteira derrubá-lo e imobilizá-lo.

Para meu azar, Pedro não parecia apressado, mantinha os olhos fixos nos meus, me rodeando me estudando esperando uma brecha para atacar.

Sua guarda parecia desleixada desferi um soco para testá-la ele habilmente se movimentou defendendo, fez menção de um chute mas parou no último instante desferindo um soco contra o meu rosto, por pouco eu consegui bloquear com os punhos, então ele fez o mesmo golpe que Laura havia lhe dado no dia anterior, me empurrando com a cabeça e o peso do seu corpo, fazendo com que eu me desequilibrasse e caísse no chão.

Para minha surpresa ele esperou que eu me levantasse, a satisfação em seu rosto era perceptível, ele estava controlando a luta, Pedro estava se divertindo.

De repente seus olhos ficaram mais sérios é sua expressão mudou, ele me atacou novamente, mais rápido mais preciso, com um chute alto, foi tão rápido que eu quase não consegui me esquivar girando minha perna é acertando seu calcanhar.

A rasteira fora aplicada com sucesso, mas Pedro não chegou a cair, jogou o peso do corpo para trás deu uma cambalhota é já estava em pé novamente, percebendo minha surpresa ele me atacou ainda mais rapidamente com um chute que acertou minha barriga de cheio.

fiquei sem fôlego, Pedro se aproveitou do momento e fez uma sequência na qual levei um tapa na cara, um chute giratório é uma tesoura, tudo aconteceu tão rápido que eu nem sabia que já estava no chão.

Levanta desgraçado, vem aqui me mostrar como é que se luta, anda!

Eu até tentei levantar, mas não consegui, estava zonzo demais para conseguir, ouvi a voz da prima Lú, é de Laura, uma balbúrdia se instalou eu queria ver o que estava acontecendo, mas ao invés disso acabei apagando.

Foram necessários cinco minutos inteiros para que eu recobrasse a consciência por inteiro, e só acordei por causa da gritaria da prima Lú que discutindo com Laura.

Forcei-me a abrir os olhos, queria pedir para que elas não discutissem mas uma forte dor me fez levar a mão até a parte de traz da minha cabeça.

Agoniado eu abri os olhos dessa vez sem fazer movimentos bruscos, nos estavamos na porta de casa, na soleira da porta para ser mais preciso, observei as duas, elas estavam a ponto de brigar.

– Hei, o que aconteceu? – minha voz saiu falhada mas prima ouviu, e respondeu.

– Você levou uma bela surra, foi o que aconteceu! – disse gesticulando com as mãos.

– Porque você não me escutou? porque não saiu mais cedo? eu te falei que isso ia acontecer!

Fiz menção de me levantar mas a tontura não deixou eu acabei voltando para o mesmo lugar.

Laura, se abaixou, rapidamente pondo sua mão macia por trás da minha cabeça, não se mova assim, você bateu com a cabeça no chão quando caiu, isso é perigoso, fique quieto.

Mamãe apareceu na porta, com um avental, cheio de manchas de tinta ralhando com as duas.

– Que confusão é essa aqui for... – a voz da mamãe morreu quando ela viu meu estado.

Filho o que é isso, porque você está assim todo sujo meu Deus! e esse olho roxo? Jesus, como isso foi acontecer?

– Eu te explico tia! – adiantou-se a prima olhando para Laura com uma expressão acusatória.

– Tá, mas lá dentro Luzia, depois que a gente cuidar dele.

– Vem filho, você consegue se levantar?

– Acho que sim! – Respondi sem ter certeza.

– Tá, então no três, um, dois, Vaiiii. – Ela é Laura me ajudaram a ficar de pé, depois me rebocaram para dentro com a prima Lú bufando em nossos calcanhares.

 – Ela é Laura me ajudaram a ficar de pé, depois me rebocaram para dentro com a prima Lú bufando em nossos calcanhares

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Nossa que tensão esta cena né? mas e aí meus caríssimos leitores, vocês gostaram? Postem aí seus comentários!

Abraço e até o próximo capitulo.

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