É madrugada, acordo de um sonho ruim, ouço zumbido do silêncio por alguns segundos até que minha mente decide pegar no tranco. Praia, acampamento. Estou na barraca deitado ao lado da prima, ela dorme o sono solto, e eu procuro o motivo de estar sentindo tanto frio nas pernas, percebo que havia deixado o zíper da barraca aberto, provavelmente no momento em que entrei atordoado com a conversa torta de Henrique.
Fecho o zíper, deito novamente. Ainda está frio. Preciso aquecer meus pés!
Me lamento por não ter lembrado de colocar uma coberta na mochila. Devagar e sorrateiramente, puxo uma pontinha do lençol da prima, apenas o suficiente para cobrir minhas pernas que estão congelando. Assim que cubro os pés ela se move e suas pernas tocam as minhas, sinto do color gostoso vindo dela, é tão confortável, adormeço.
***
De repente sinto algo fazendo cócegas no meu nariz. abro os olhos sonolento, eram os cabelos da prima! Tento me afastar mas não consigo. Estou preso. Meu braço tinha virado um travesseiro para ela que em resposta se achega mais um pouco preenchendo o espaço que eu havia afastado encostando-se novamente em mim.
Estávamos dormindo de conchinha...
***
Acordo com a claridade do sol em meu rosto, ele estava nascendo bonito no horizonte. Saio da barraca e sento de braços cruzados, contemplando espetáculo sem apreciá-lo de verdade.
Minha mente repassava a voz de Henrique como uma gravação repetindo o resumo de tudo que eu ouvira ontem.
Ouço, a prima conversando com suas amigas. eu os vejo em minha visão periférica, todos já estão de pé com a exceção de Henrique. Também pudera né? depois de beber tanto!
Lú, e suas amigas posavam para a lente de Thiago que registrava cada momento com uma câmera fotográfica profissional, aparentemente ele era filho de fotógrafos, Thiago parece levar jeito para a coisa.
– Vem Gabriel! – Insistiram.
– Eu passo! – Não estou interessado em fotos.
– Vem! – Insistiram todos. Como eu me neguei, sentaram-se todas ao meu lado, acabei saindo na foto mesmo sem querer!
– Vamos eu quero umas fotos perto da água – Falou Suzana já caminhando em direção ao rio.
Assim que eles se afastaram a prima me perguntou o que estava me incomodando. Olho para ela, e lembro que negar só iria piorar as coisas. ela estava com os braços cruzados, esperando a resposta. – Respiro fundo, eu não sei como dizer, ela percebe. Como sempre.
– E algo que você possa resolver agora? – Pergunta ela em um tom sério.
– Não!
– Certo, então vamos aproveitar o agora, e quando chegar a hora de resolver seu problema você vai lá e resolve! – De início, penso que é fácil ela me dizer isso. Já que os problemas não são dela. Mas ela emenda algo que me faz refletir.
– Gabriel, você passa o tempo todo treinando, estudando, treinando e estudando, cara, esfria essa cabeça!
Vem com a gente vai, só um pouco! – Olhando a coisa por esse lado, sou obrigado a concordar que não faz sentido ficar emburrado no momento!
– Pode ser? – Insiste ela.
– Se não por você, faça por mim então! – Ela faz um beicinho fofo, não sei de onde a lembrança de nós dois dormindo de costela na barraca me vem à cabeça. fico corado. Ela me olha torto, provavelmente tentando interpretar o minhas expressão.
– Tá bom Lú, você venceu! – Digo já me levantando, ela sorri vitoriosa enquanto seguimos para junto dos outros!
Olá meus caros leitores sentiram saudades? peço desculpas pela demora na postagem de novos capítulos, prometo que vou compensá-los, um abraço!
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Capoeira Kid
Teen FictionQuando problemas familiares obrigam Gabriel e sua mãe a se mudaram de São Paulo para Marabá, interior do Pará, Gabriel passa a ser perseguido por Pedro um bed boy capoeirista que domina a escola e tentará fazer a vida de Gabriel um inferno por se en...