Capítulo 18

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      Eu sei que estou parecendo louca desconfiando de todos que chegam perto do Nathan mas eu tenho muito medo, eu temo muito pelo meu príncipe.

Quando Zury o trouxe percebi que estava mesmo exagerando até porque a garota era um doce de menina. Nathan gostava dela.

Mais o problema era que eu havia tido um mau pressentimento mais passou assim que vi meu filho. Ele estava bem. Na verdade estava muito bem.

•••

Era manhã seguinte, acordei por volta das sete e fui direito ao quarto de Nathaniel. Ele ainda dormia. Na verdade Nathan dormia muito mesmo.

Desci as escadas e logo meus olhos encontraram William. O que ele fazia aqui? Ele nem havia avisado que estaria na cidade.

— Surpresa. – Falou ele abrindo os braços

—  Surpresa mesmo. – O abraçei — Porque não avisou que viria?

— Porque assim deixaria de ser uma surpresa meu amor.– desfez o nosso abraço

— É. Como vão as coisas?

— Bem. Aliás eu queria convidar - te para jantar, hoje.

Falou sorrindo.
Se fosse em outro momento eu diria não, mais estamos em outra fase e nesta nova fase eu digo sim.

— Está bem. Eu aceito.
Falei e eu vi os olhos dele ganharem um brilho diferente.

— Palavra? – Perguntou surpreendido

— Palavra.

Aceitar o convite de William foi um passo muito importante para deixar de uma vez o passado no passado.

O que não é ou não foi bom deve ser esquecido e é isso que eu vou fazer.

•••

— Estas linda.

Falou Mari assim que saio do banheiro

— Obrigada. – Falei dando uma última vista de olhos no espelho

— Ta inda mamã. – Disse Nathan, ele na verdade quis dizer ' Está linda mamã'

— Obrigada meu amor – O tirei da cama e o abraçei

— Posso entrar. – Paula perguntou

— Lógico que sim, Paula. – falei e ela assim o fez

— Senhora... O senhor Alundra está na sala. E quer vê - la.

Mari e eu trocamos olhares significativos.

O que ele ia querer aqui agora? E a essas horas?

Nada me apareceu na cabeça então entreguei Nathan na Paula.

Dei um jeito no meu vestido que dava até aos joelhos e decidi ir ter com ele

Com toda a certeza eu estava visivelmente nervosa e nem sabia o porque dessa minha reação.

••••

— O que você quer aqui? – Perguntei assim que cheguei perto dele

— Como você foi capaz? – Ele perguntou um pouco agitado — Livia como foi inventar que o nosso filho morreu?

— O que? – Só consegui dizer isso. Um simples 'O que?'

— Eu sei que eu fui mau. Aliás muito mau mais não devia inventar sobre a morte de uma criança. Eu sofri muito com isso. Estou tão extremamente magoado.

Falou olhando para mim, bem na minha cara.

Se ele estava querendo me fazer me sentir mal , estava conseguindo.

— Como... Quem te contou? Foi a Luana?

Perguntei  e pela expressão que ele fez me pareceu que não tivera sido a Luana que contou a ele.

— Luana? Ela já sabe?

— Ahm.

Não encontrei palavras e Cristopher me pareceu indignado com tudo aquilo.

— A minha própria irmã sabia e não me contou!

Falou olhando para mim

— Não Culpe ela eu, eu pedi pra ela não contar nada. Ela não queria, Culpe a você mesmo.

— Eu não posso acreditar.

Falou se virando para outro lado da sala

— Como soube?
— Eu peguei um fio do cabelo dele quando estava na casa do Phill no outro dia.

Dessa vez me olhou

— Você não terá poder algum sobre o meu filho. Eu não vou deixar você chegar perto dele e não pense em ir a justiça.

— Não, eu não tenho esse direito,  eu não pensei nisso eu sei que eu sou culpado e não vou obriga - la a me deixar ver o nosso filho. Eu sei que não tenho esse direito.

Falou triste

— Agora virou santo?

Fui sarcástica

— Não, longe de mim tal coisa eu simplesmente entendi que já te fiz muito mal e não quero mais fazer as coisas erradas, eu preciso de paz. Mas eu sei que no final de tudo você vai me deixar ser o pai do Nathan.

Falou

— NUNCA. – Gritei — Isso não vai acontecer nunca.

— Livia eu sei que você não é como eu. Eu aqui é que sou o mau, o monstro já você... Você é a bela. A boa.

Não consegui falar nada

— Eu vou te dar tempo, eu quero muito ser pai do Nathan mais se você não deixar eu não vou obrigar, você não merece sofrer mais. Não mais. Mesmo que isso me mate eu não vou obriga - la a nada.

Falou triste, e eu ainda continuei sem palavras.

— Eu vou viajar, não sei quando volto mais espero que quando eu voltar você me deixe chegar perto dele. Do nosso Nathan.

Eu vi lágrimas em olhos, e como eu não dizia nada ele começou a caminhar até a porta lentamente.

Ele começou a se afastar aos poucos e assim que abriu a porta, tornou a olhar atrás e disse:

— Livia, me perdoe.– Falou suplicante.

Passaram pelo menos 10 segundos e eu não abri a boca, não fui capaz de liberar perdão.

Então ele saiu e fechou a porta atrás de si. Eu não chorei, não me dei o luxo de chorar por mais que meu coração estava chorando. Se Mari estive aqui com certeza me diria que não podia borrar a maquilagem e ela teria razão. Eu não posso  borrar a maquilagem.

_______❤

Às vezes você percebe a importância de um momento, quando ele se torna uma lembrança.

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