"Você matou seus pais, Emilly. "
Preciso de alguns segundos para processar o que me foi dito. O encaro, atônita. Raiva toma conta de mim, sinto meus braços formigarem.
Do que infernos ele está falando?
Eu não quero mais saber; Jeff ultrapassou os limites.
Sinceramente, que me torture. Que me mate. Simplesmente não me importo mais. Qualquer consequência que tenha que lidar é melhor do que viver uma vida miserável.
Não vou permitir que ele faça isso comigo.
Jeff é um monstro.
Levanto-me, caminhando em sua direção e ficando face a face com o desgraçado. Meu coração está disparado e meus olhos marejados. Não consigo mais suportar suas manipulações e jogos mentais.
Minha mão acerta em cheio o seu rosto. Sua pele fica marcada em vermelho no mesmo momento, meus dedos esguios desenhados em sua pele alva.
Alguns segundos de tensão, o ambiente imerso em silêncio após o estalo causado pelo tapa.
Seus punhos estão firmemente cerrados. Suas orbes me fuzilam.
Afasto-me, preparada para o pior.
Ele não dá um passo sequer. Sua falta de reação consegue ser pior do que qualquer coisa. Me sinto um animal prestes a ser atacado.
Jeff respira fundo. Dessa vez, ele que vem até mim.
Em um movimento rápido o assassino se posiciona atrás de mim, segurando-me violentamente pelo cabelo. Força a minha cabeça até a mesa, arrastando o meu rosto pela superfície.
O que infernos ele está fazendo comigo?
Nunca quis tanto matar esse desgraçado.
Tento me desvencilhar da sua mão, sem sucesso. Sua força é surreal.
Jeff então levanta minha cabeça de forma que eu consiga enxergar a mesa — e apenas o suficiente para isso.
— O jornal.
O escuto murmurar algo como "sua vaca".
Ele arrastou a minha cara na mesa por pura raiva?
Definitivamente eu o odeio. Não me arrependo nem um pouco do tapa.
Jeff me solta, após de, pelo visto, aliviar um pouco sua fúria. Se afasta e me observa minuciosamente.
Relutante, pego desinteressada o jornal acima da mesa.
Jeff some entre as sombras do corredor e me deixa sozinha.
Abro a página principal do jornal amassado.
" Emilly Duval . "
A foto da minha casa está ali.
Apoio os braços sobre a mesa.
Sinto-me tonta e nauseada.
Minha visão se torna turva.
O som do ambiente se abafa.
Deslizo para dentro do cômodo escuro sem propagar um ruído sequer. A porta branca permanece entreaberta e a luz fraca do corredor rasga parte do quarto com um feixe luminoso.
Eu não aguento mais. Não posso mais viver desse jeito. Isso é idiotice.
Ele está acabando com a minha vida.
Não posso deixar isso acontecer.
Encaro os olhos roxos e inchados de Debby. O corte em sua boca. Os hematomas em seus braços. Ela não tem paz. Sua imagem antes angelical agora está suja.
Beijo sua testa. Sei que isso é o certo a se fazer. De onde estiver, ela irá me agradecer.
A faca rasga sua garganta de forma delicada.
Elijah. Ah, seu fim não vai ser rápido.
"A adolescente de apenas dezessete anos cortou a garganta da própria mãe e esfaqueou o seu padrasto vinte e quatro vezes."
Saio de cima dele. Seu sangue nojento lava as minhas roupas.
E então. Paz.
Os observo aos pés da cama.
A faca em minhas mãos brilha ao ser beijada pela luz. O sangue que pinga da mesma também está em minhas mãos. O lençol — outrora branco — pinga sobre meus pés, os manchando pelo líquido carmesim.
Subo as escadas. Ainda consigo ouvir seu choro e suas súplicas.
Deito e espero. Lágrimas caem pelo meu rosto.
"Ela não foi localizada desde o dia do assassinato. Buscas locais não obtiveram sucesso."
Distinguir a realidade da minha loucura é quase impossível.
No fim de tudo, era a minha mente que me manipulava o tempo todo.
Negação. Estava em estúpido estado de negação. Combinado com a falta de medicações, devo ter bloqueado todas as memórias de tê-los assassinado para proteger minha sanidade mental.
A realidade me atinge como um soco na cara.
Flashes daquela noite passam pela minha mente.
Eu quero sumir.
Minhas lágrimas caem sobre a notícia.
Apoio as mãos sobre a mesa, minha visão embaçada pelo choro ainda focada no papel cinza.
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A Nova Proxy | Jeff The Killer {EM REVISÃO}
FanfictionOBS: fanfic inspirada em "A Prisioneira do Jeff The Killer". --------------- Parece uma grande piada mórbida do Universo. Dia após dia, eu traçava lentamente o meu fim, enquanto achava que estava o adiando. E agora, todos os minutos que permaneço v...