Capítulo 3

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Deixa a minha insanidadeé tudo que me restaDeixa eu por à provatoda minha resistência

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Deixa a minha insanidade
é tudo que me resta
Deixa eu por à prova
toda minha resistência

Se puder Sem Medo

Oswaldo Montenegro

Depositei a minha pasta sobre a mesa, depois de cumprimentar a turma com um bom dia, e sentar-me. Aguardei enquanto alguns se acomodavam, pacientemente, e de modo quase imediato, olhei para o fundo da turma, franzindo as minha testa, quando um movimento a minha direita chamou a minha atenção e eu olhei, bem no momento em que Diana parava na porta da sala, olhando diretamente pra mim.

Ela tinha vindo de vestido hoje, foi a primeira coisa que o meu cérebro registrou, antes mesmo de ter percebido que ela finalmente tinha chegado em cima da hora, mas não atrasada, pelo menos. Meu Deus, um vestido? Aquilo era uma catástrofe anunciada. Mas poderia ser pior, ela poderia estar sentada bem na minha frente, então, ia ficar tudo certo.

Porque eu me vi vez ou outra nesses dois dias voltando a pensar no nosso diálogo e nas imagens que se atrelaram àquelas lembranças. Pra ser sincero vez ou outra era um pouco simplificar a questão: a maldita garota mal tinha saído da minha mente naqueles dois dias. Mesmo ocupado com o trabalho no prédio do Ministério, ontem — eu ainda estava em estágio probatório, então, concentração era fundamental, eu me peguei novamente tecendo fantasias sexuais ensandecidas sobre ela.

E agora, um vestido não ia ajudar-me a apagá-las mais rápido, que era o que eu queria. Olhar, ou praticamente babar em uma aluna durante uma aula, em uma conversa, era uma coisa, prosseguir com esse comportamento era outra completamente diferente. Eu não poderia esperar nada daquilo, então, era melhor parar. Vamos lá, eu era um homem crescido, tranquilo, controlado, que ia dar a minha maldita aula do jeito que tinha programado. Era só ficar concentrado e não olhar pra o fundo da sala, onde ela estava. Resolvido.

Mas o exercício de concentração já não ia começar muito bem, porque ela fez um simples aceno de cabeça pra mim e entrou. Eu acompanhei, o mais discretamente que pude fazer, já que não olhar estava fora de cogitação. E aquele vestido colorido, de alças finas e solto ao redor das suas pernas, parecia era curto demais para assistir uma aula, pensei nisso, enquanto via parte das suas coxas bem torneadas de fora, mais evidentes por causa da sandália alta que ela usava. O cabelo vermelho tinha sido prendido em um rabo de cavalo, que balançou de leve quando ela passou bem na frente da minha mesa, daquela vez, para ir para a parte de trás da sala.

Eu quando ela virou, seguindo pelo meio das carteiras, eu pude perceber, embasbacado, que não era apenas os seus cabelos que faziam movimentos perturbadoramente ondulantes. Engoli em seco, ajustei meus óculos ao mesmo tempo em que ficava com o olhar colado na sua bunda redonda e firme naquele vestidinho, que sim, diabos, era muito curto para o meu gosto. Imaginar o tipo de calcinha que ela usaria também não ia ajudar... então, não podia permitir a minha mente ir por esse caminho.

DIEGO  Série Avassaladores Livro IIWhere stories live. Discover now