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Maciel Andrade
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Coloquei minha cabeça entre as mãos e respirei fundo, de fato, errei muito com a Liara, fiz coisas que nem eu aguentei que fizessem comigo, fui covarde, da mesma forma que foram comigo, mas não é eu quem importa agora, ela ta indo, seguindo sua vida, tem outra pessoa e eu ? Bom, eu continuo aqui, vivendo de passado, recebendo migalhas e oferecendo migalhas.

O negócio é que achei que mostra-lá o que eu passei, daria uma desculpa para toda a merda que fiz passar, mas não, nada apaga ou justifica o que fiz, e muito menos o que passei, só me faz voltar lá, naquela casa imunda, na maldita vida que eu era obrigado a viver, na maldita mulher que um dia eu chamei de mãe, só me faz voltar ao passado, quando eu era obrigado a ficar com aquele filho de uma puta que me estuprou e tirou tudo de mim, toda a sanidade que einda me restava, toda a esperança de esquecer tudo e viver bem, sem me sentir sujo, só ser feliz pelo menos por um tempo, sem medo, sem nada.

Ouvir a porta bater e Davi entrar na salinha ofegante e pálido como as nuvens.

Davi- A Anne, Maciel a Anne tá-tá passando mal__ Falou rápido até demais__ Tá passando mal de novo, a Tia Nanda acabou de me ligar __Ofegou.

Me levantei rápido  E peguei minhas chaves, saimos da salinha e tranquei a porta, Davi foi na frente, caminhei depressa até o carro e entrei, esperando o Davi entrar, Acelerei Morro acima até chegar na casa da Nanda e sair do carro deixando a porta aberta e entrei junto a Davi disparado dentro de casa.

-Cade ela, Nanda? __perguntei olhando pra Nanda que tava andando de um lado para o outro na sala.

Nanda- No quarto __disse rápido.

Corrir até a escada mas parei assim que ouvi Nanda sussurrar algo pro Davi, o bastante pra me escutar e Davi repetir com a voz alta.

Nanda- Davi, eu acho que ela ta grávida __Sussurrou.

Davi- Grávida? __ Parou onde tava.

Me virei pra eles na hora e olhei Davi que tava de olho arregalado.

-Grávida ?__perguntei__ Quem tá grávida, Nanda ?__perguntei

Nanda- Grávida? __fingiu não saber do que eu tava falando__ Eu falei Brava __disse coçando a cabeça com a mão e sorrindo fraco.

-EU NÃO SOU IDIOTA, FERNANDA__gritei.

Nanda- NÃO GRITA COMIGO, NÃO MOLEQUE__gritou ainda mais alto.

Ouvir passos na escada e me virei, Anne tava descendo as escadas com a mão na barriga e cara de quem vomitou 10kilo daquela gosma nojenta.

Anne- O que tá acontecendo, gente? __perguntou.

-Que história é essa que tu ta grávida, filha da puta __ Quase gritei.

Anne ficou roxa na hora e arregalou os olhos, olhando Davi que a olhou do mesmo jeito.

Anne- E-eu não tô grávida __gaguejou__ Não pode ser, meu Deus__ levou a mão até a boca.

Nanda- Eu vou comprar um teste de gravidez __ disse e se virou.

-Vai nada __ Falei __ vou mandar um vapor ir lá __peguei o radinho e mandei trazer o melhor teste de farmácia, na verdade, mandei trazer uns dez.

Davi- Eu, eu presci-so de, de água __Correu até a cozinha.

Anne- Eu também __ Foi rápido atrás de Davi.

Me virei pra Nanda e encarei ela.
-De quem é esse filho em ?__perguntei.

Nanda- Eu não sei __ disse nervosa__ eu não sei __ passou a mão no rosto.

(...)

-Isso quer dizer o que? __ perguntei olhando o mesmo resultado em todas aquelas porcarias.

Nanda- Que deu positivo__ Encarou Anne que encarou, Davi, que arregalou os olhos e começou a tremer.

-De quem é esse filho, Anne ?__perguntei e esperei ela falar, mas ela continuo imóvel__ EU TÔ TE FAZENDO UMA PERGUNTA, SUA FILHA DA PUTA.__gritei e ela se assustou e me encarou.

Anne- Eu, eu não posso não posso dizer __Gaguejou em quase todas a frase.

-É melhor tu me falar logo, porque se eu descobrir pela boca dos outros, tu leva uma pisa e o filho da puta morre __ apontei na cara dela.

Encarei Fernanda que desviava o olho da Anne até o Davi e ficou assim por um tempo.

-Se intera em __ apontei na cara dela e vi lágrimas escorrer de seus olhos.

Sair do quarto batendo a porta e descir as escadas correndo, entrei na cozinha e abrir a geladeira pegando a garrafa d'água, virando-a na boca.

Nanda- Tem copo, nesse desgraça de casa, seu filho da puta__ Deu um tapão na minha cabeça.

-Qual é, caralho__alisei minha cabeça __ Deixa eu beber essa porra em paz __ encarei ela com raiva.

Nanda- Eu sabia que tu bebia porra, desgraça __bateu no meu braço sorrindo.

-Me respeita, caralho, eu sou homem, Mano __bati no meu próprio peito. __ Cadê a Tia Márcia, em ? __perguntei.

Nanda- Foi buscar as coisas dela __disse saindo da cozinha.

Balancei a cabeça, mesmo sabendo que ela não iria ver.

Foi Na FAVELAOnde histórias criam vida. Descubra agora