C.P - 56 - Reencontro

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Sabe de uma coisa.

Querer abraçar ele é uma coisa que eu sempre quis.

Nem de brincadeira ele me deixava tocá-lo.

Não pensei que fosse tão bom... O cheiro dele é ótimo.

Eu tenho que admitir... 

Eu gosto do cheiro, do corpo, da voz, da chatice, das brigas de tudo nele.

Gosto da sua casa, do seu estilo, de como ele me chama de pirralha e idiota.

Gosto do jeito cuidadoso que ele tem com as coisas.

Gosto de como consegue se controlar e ficar calmo diante de coisas ruins. Mesmo sendo farsa.

Gosto de como o coração dele está acelerado agora neste momento.

Gosto mesmo.

Acho que mesmo que se ele tentasse falar comigo agora eu não o ouviria. Sabe quanto tempo fiquei presa em casa sem mal ver a rua? Sabe quanto tempo eu fiquei esperando uma explicação? Sabe por quanto tempo eu chorei? Sabe o quanto eu fiquei com medo? Sabe o tanto de vezes que eu morri em uma só noite pensando em você? Sabe quantos corações eu perdi por querer você perto de mim?

Se tivesse um jeito de isso tudo acabar e eu apenas ficar fora disso com você, EU FICARIA MUITO FELIZ. Eu não queria admitir, mas agora eu tenho.

Depois de tantos pedaços de mim se desintegrarem por esses dias eu tinha que admitir pra não doer mais.

Eu já não estava mais lembrando do rosto dele e isso era como perder um dos pés ou mãos. Apertos no coração... Lábios secos... Frio na barriga... Olhos inchados... Isso tudo por tão pouco tempo eu senti mais doeu tanto...!

Quando senti seu corpo se mexer já me preparei pra uma gritaria. Me chamando de pirralha idiota, estúpida, burra, e tudo mais! Ele está com certeza com raiva de mim! Não o conheço o suficiente pra saber o que ele vai fazer comigo depois. Matar?

Mas o que eu já conheço está bom. Mesmo se tudo for mentira... Não vou fugir.

Admita! Você... Eu... Eu...

A sala estava num silêncio e ninguém fazia sequer um barulhinho. Somente os sons das armas estavam no ar. Ecoando na verdade. Faz 10 segundos que estou abraçada a ele desde que entrei.

Meus melhores segundos do universo. 

Se eu morresse eu ficaria bem.

Eu não olhava para trás ou para cima. Eu só via o preto da blusa de frio.

Pode ser até que eu já esteja morta e nem percebi. Já que estou só vendo preto.

(...)

A1, A2, A3 = Mulheres 

B1, B2, B3 = Homens 

(...)

A1: É melhor se afastar líder! — Disse ameaçadora.

B1: Pode ser uma mulher bomba! É perigoso!

A2: LÍDER! — Gritou.

Jayden se mexeu mais um pouco e disse:

Jayden: Podem abaixar suas armas.

Eu não sei se abaixaram. Mas sei que ele está calmo e mantendo as aparências. 

Jayden: Marco feche a porta por favor e continue olhando por aí fora.

Marco: Está tudo bem mesmo? Digo, deixá-la aqui dentro?

Jayden: Ah. Sim. Isso vai causar muitos problemas. — Suspirou nervoso.

Ouvi a porta se fechar e me soltei de leve dele. Eu não sabia que expressão fazer quando olhar para ele. E não sabia que tipo de cara ele estava fazendo também. Não sabia quem estava atrás de mim. Não sabia o que eu ia fazer.

Jayden: Agora... Com toda minha calma. O que tá fazendo aqui? — Me fez olhar para seu rosto.

Que vergonha. Que vergonha... Eu poderia morrer de tanta vergonha. Nem passei uma maquiagem. Como eu queria que eles me matassem agora mesmo!

A3: Responda! — Disse eufórica.

Mia: Eu... — Travei. — N-No seu quarto... U-Um mapa... Com... Um X.

Jayden: E por que veio? — Me olhou furioso.

Por... que...? Como assim.?

Mia: Por que... eu vim...? — Abaixei minha cabeça. — E-Eu vim até aqui...

Jayden: Não tinha motivos pra vir. Eu já não tenho nada a ver com você.

Mas...  Isso está me deixando nervosa. Como assim por que eu vim? Como assim? Eu tenho 100 motivos pra vir aqui! E 99 deles era pra ver você!

Mia: E-Eu tenho 100 motivos pra vir a-aqui.

Jayden: Diga eles e vá embora. Se não fosse por mim, o que você acha que teria acontecido com você?

Mia: Eu não estou ligando muito pra mim no momento... — Respirei fundo e me acalmei. Falar com ele nervosa não adianta nada.

Jayden: Iria deixar sua vida acabar então?

Mia: Vou fazer igual você fez comigo. — Falei e ele se calou. — Por que eu vim aqui né? Vim porque você simplesmente fez aquilo e sumiu. E depois o Itan vem com todo aquele papo furado pra cima de mim com aquela cara SÍNICA achando que eu ia acreditar em tudo o que ele disse! Teve partes verdadeiras e outras falsas. Assim como você.

B2: Itan..? Quem é ela? Como sabe disso?

B1: Eu disse que era perigosa.

A1: Esse nome me dá nojo.

Jayden: Não sei o que ele te disse. Mas deve ser tudo verdade. Você apenas devia acreditar nele e sair por aquela porta. Não tem mais nada aqui pra você.

Mia: Não me contou que também tinha uma organização. Não me contou que a C.I.A estava atrás de você. Não me contou que ia sumir. Não me contou quem era você de verdade. Por quê?

A2: Nosso líder não te deve explicações. A sua pergunta pra ele foi estúpida.

Mia: Ainda bem que você sabe que minha pergunta foi para ele e não pra você. — Me tremi de medo com minha resposta bruta.

B1: Ora. — Riu.

Jayden: Sem baderna. Não preciso dar explicações. Mas, se quer saber. Eu só não precisava mais de você. Queria manter alguém que era próximo do Itan por perto para o caso de problemas, e você parecia perfeita.

Mia: Usar? Acha que vou cair nesse papinho de "eu só queria te usar"?

Jayden: Não tem que cair em nada. É somente a verdade.

Mia: Me diga então... — Respirei fundo e funguei todo o ar que pude. — QUE TIPO DE PESSOA USA A OUTRA E NA HORA DE DESCARTAR FALA "OBRIGADO"!? — Gritei.

Não esperei resposta. Saí dali suando frio e com as pernas tremendo. Assim que fui para a rua um carro preto desceu e me empurrou pra dentro com duas pessoas.

Xxx: Detetive Emile Scott, quinto esquadrão de combate da CIA. Senhorita você precisa vir conosco, e vai nos contar tudo o que houve, ouviu, e viu lá dentro. — Mostrou uma carteira e depois deu meia volta em alta velocidade.



➥ Continua 

O Filho Do Meu Chefe [CONCLUÍDA]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora