Chapter 4

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"Mad Word"

"Mundo Maluco"

Gary Jules – Mad Word


Em modéstia parte, eu sou muito bonita, atraente e jovial. Meus cabelos ruivos se destacam sob a pele clara e fazem um bom conjunto com os olhos castanhos escuros. Corpo bem modelado, não é magérrimo como o da grande maioria, minhas coxas são grandes e ficam bem bonitas num short, meus seios são fartos e grandes, tenho uma estatura mediada, nariz afilado e um sorriso belo.

Sempre me achei bonita, talvez isso tenha feito aquele embuste do Dash se aproximar, não o fato de ser bonita e sim de ter alto confiança, até porque temos que nos amar em primeiro lugar.

Me olhando no espelho, sinto a sensação do vento batendo em minha pele, cortando as ruas de Santa Rivers, meus pelos arrepiados e os cabelos voando ainda mais alto no decorrer que a moto acelerava. Uma sensação jamais sentida, um sentimento de liberdade decorrente.

Acaricio minha pele com as pontas dos dedos e me permito sentir sua macies. Fecho os olhos e volto para a melhor tarde da minha vida. Os sorrisos, o cheiro, a intensidade não falada, os segredos guardados.

Batidas insistentes me acordam do devaneio, corro até a porta e mamãe está de prontidão, linda como sempre.

- Vamos querida, estamos atrasados. – anuncia antes de sair em direção ao quarto da minha irmã.

Volto ao espelho e faço um coque arrumado nos fios longos, ajeito o vestido verde escuro no corpo e volto à beira da cama. A sandália de salto faz um bom conjunto, passo um batom de cor clara nos lábios e desço.

Como de costume, papai está à beira da escada esperando suas moças.

- Uau! – arregala os olhos – Desde de quando você cresceu tanto assim, minha Ba? – indagou sorrindo.

Sorri com seu comentário, papai ainda não havia se dado conta que estava ficando coroa. Me aproximei e recebi seu beijo na testa.

- Desde o dia que você parou de me chamar de Ba, pai! – exclamei.

No topo da escada vinha Elia e mamãe, bem vestidas e elegantes, como toda família Jossen.

Ao todo somos em três. Elia, Elba e Elani. Elani sendo a mais velha, foi estudar em Boston, hoje é casada e tem os gêmeos Nicholas e Niela, formada em direito mora em uma bela casa no centro. Elia é a mais nova, está no primeiro ano do colégio e é o colírio do senhor Heron e da senhora Elana. Já eu... bem eu vou bem, de certa forma nunca segui bem os padrões dessa família. Rebelde, com a valentia me cercando, bêbada por ai depois das festas. Depois do que me aconteceu, a segurança sobre mim e preocupação se intensificaram dez vezes mais e então decidir por uma reticência na velha Elba e voltar ao que era.

O último ano do ensino médio está me enlouquecendo, nunca fui péssima aluna ao contrário, com toda minha energia de sair, beber e me diverti, eu estudava e era sempre a primeira da turma, motivo apenas para que meus pais me deixassem sair.

Quando entramos no carro meu celular vibra dentro da bolsa, pego e vejo a mensagem.

"Príncipe sem cavalo branco: Tenha uma boa noite, cerejinha."

Sorri ao ver aquilo. Como ele tinha salvado seu número no meu celular? Desbloqueei a tela e começamos a conversar.

"Eu: Como você salvou seu número no meu celular?"

"Príncipe sem cavalo branco: quando você foi ao banheiro, tive a liberdade de salvar meu número para o caso de uma emergência."

"Eu: Legal, pegando meu celular sem permissão. Que coisa feia."

"Príncipe sem cavalo branco: Estarei sempre aqui cerejinha. Não se acanhe, tenha uma boa noite e até outro dia."

Estranhamente aquelas mensagens aqueceram meu peito, de forma inexplicável.

Quando levanto a cabeça, Elia me encara com um sorriso de cumplicidade e o devolvo, pois sei que estou com a cara no puro vermelho.

Minha irmã era uma amiga maravilhosa e minha melhor amiga. Desde do evento do estupro, perdi todos, todos que se diziam ser amigos. Os únicos que falava de vez em quando era Taulli e Henry e mesmo assim, havia um só um motivo para o qual nos falarmos. Culpa e medo.

Enquanto descia do carro, dei por mim que nunca fui tratada dessa forma, sim, pois meu único namorado era um merda que só pensava em jogo e se preocupava em ganhar no pingue pongue de cerveja. Taulli e eu, só demos uns amaço e embora eu gostasse dele e ele de mim, seu ego era maior que o próprio pinto, se brincar.

Vovó Jorgina e vovô William nos aguardavam na varanda de sua modéstia casa. Era linda, uma pequena escada que levava até a porta e a varanda, com madeira corrida branca, uma porta vermelho sangue que se destacava na parede branca.

O cheiro de torta de limão e laranja, ia invadindo nossos olfatos a medida que nós nos aproximávamos. Aquele cantinho era o melhor lugar, pois ali dentro não tinha trabalho, tristeza, medo.

Vovó Jorgina esbanjava um humor que eu queria ter, seus cabelos curtos ainda tinham um ruivo vivido e bonito, mesmo que os fios brancos já se espalhassem por sua cabeça.

- Nossas crianças chegaram, Willam! – gritou, antes de descer e nos receber com carinho.

Casa de vó sempre guarda coisas boas e momentos raros.

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