Capítulo dois

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Puxei meu cabelo para trás e amarrei-o em um rabo de cavalo, minha calça jeans pareciam um pouco desconfortável para o trabalho então eu decidi trocá-la por uma calça de malha mais fina. Joguei um casaco sobre minha camisa com apenas dois simples botões, puxei minha bolsa velha sobre meu ombro esquerdo e calcei meus tênis desgastados e andei até a porta, trancando-a atrás de mim assim que eu sai.

"Bom dia, Merina!"

Olhei para cima da de meus pés e encontrei um velho sorriso conhecido, senhorita Wilson sorria para mim, esperando que eu devolvesse seu gesto educação de manhã cedo.

"Bom dia senhorita Wilson!" murmurei de volta, passando por ela com um fraco sorriso nos lábios. "Espero que você possa encontrar seu gato." lembrei-a assim que eu saí do corredor do prédio. Eu consegui ouvir sua risada amigável aumentando.

Balancei minha cabeça e abri a porta da velha caminhonete que estava parada no outro lado da rua, me sentei sobre o banco desconfortável e joguei minha bolsa em cima do outro. Liguei a caminhonete e escutei seu barulho alarmante, enquanto acelerei saindo do lugar. Minhas mãos suavam em volta do volante enquanto eu me dirigia até o velho hospício do outro lado da cidade, apenas para começar meu primeiro dia de trabalho, que eu pretendi fazer por conta própria.

Puxei o freio de mão da caminhonete com toda a minha força para que ela não saísse andando sozinha enquanto eu estava fora, desci dela e bati a porta com um pouco de força e joguei mais uma vez a bolsa por cima do meu ombro. As chaves tilintavam nas minhas mãos, então eu as joguei dentro da minha bolsa.

Suspirei e olhei em volta para dentro dos muros enormes e caminhei para dentro dos portões, assim que eu entrei os portões voltaram a se fechar para impedir que alguém pudesse fugir. Comecei minha caminhada pelo gramado observando todas as pessoas que se distraíam no sol e algumas na sombra desta manhã quente.

"Bom dia!" eu murmurei para a recepcionista que tomava seu café atrás de um balcão branco.

"Bom dia!" ela cuspiu de volta, com um sorriso cansado nos lábios.

Continuei meu caminho pelos corredores silenciosos até chegar mais uma vez na frente da porta em que Meirin havia me feito entrar ontem, eu conseguia já ouvir alguns sussurros altos. Empurrei a porta para trás e encontrei olhares brilhantes em cima de mim, todos batiam palma com a minha presença e gritavam.

Eu ri com diversão, o barulho era um pouco alto de mais, mas eles pareciam tão animados. Balancei minhas mãos no ar pedindo para eles pararam e continuei a rir.

 "Bom dia, Merina!" Meirin murmurou ao meu lado, ela parecia cansada com grandes olheiras abaixo de seus olhos escuros. Balancei a cabeça a cumprimentando de volta e sorri. 

Larguei minha bolsa no chão e cruzei minhas mãos atrás das minhas costas, sem jeito. Tentei pensar em algo para falar, ou fazer, mas eu não sabia realmente o que fazer agora além de esperar que ela me desse alguma ordem.

"Hum, esta manhã nós estamos indo para medicar novamente os pacientes isolados, você poderia me ajudar." ela me chamou largando sua bolsa ao lado da minha no chão e tirando da mesma um suco em uma pequena caixinha. Balancei a cabeça concordando e me aproximei, esperando que ela fosse falar mais alguma coisa.

"E o que eu devo fazer?" questionei, observando ela beber calmamente de seu suco.

"Apenas anote o nome de cada um, assim poderemos ter um controle." ela murmurou dando um pouco de ombros antes de deixar seu suco de lado e pegar novamente em sua bolsa e sair da sala, segurando a porta aberta para mim a acompanhar.

Sem demora agarrei em minha bolsa e a acompanhei para fora, jogando minha bolsa em meu ombro e caminhando mais uma vez pelo corredor silenciosos. Meirin parou para falar com a secretária e pegou algumas folhas, juntamente com uma placa marrom e uma caneta.

"Aqui, fique com isso" ela me ofereceu os materiais junto com seu sorriso acolhedor. Ela parecia ter no mínimo 30 anos, mas seu sorriso parecia muito alegre e vivo.

"Obrigado!"

"Vamos começar pela ala de psiquiatria. Eles não são como os outros, eles apenas estão sobre observação, pois suas famílias desconfiam de alguns sintomas." ela murmurou me explicando a situação, eu acenei positivamente e continuei a seguí-la pelo corredor, até que ela parou em uma porta e abriu-a para trás, mostrando um quarto silencioso bem clareado pela enorme janela.

"Bom dia, Amélia. Como você se sente hoje?" Ela aplaudiu, chamando a atenção da mulher idosa que se sentava olhando para fora da janela. Eu a observei calmamente enquanto entrei no quarto e fechei a porta, escrevendo seu nome em uma das folhas.

"Estou ótima esta manhã." a senhora se virou, deixando-nos ver seu rosto enrugado e lábios pintados com um batom forte, destacando-os. "Quem é essa bela jovem com você?" ela me observava, seus olhos apenas fixados em meu rosto.

"Oh, está é Merina, ela está me ajudando aqui na clinica. Ela é voluntária!" Meirin se explicava, soltando sua bolsa sobre a cama feita e tirando algumas agulhas e medicamentos. "merina, está é Amélia."

"Oh, hum, olá!" murmurei um pouco envergonhada. Fiquei parada em meu lugar, olhando fixamente para a folha apenas rabiscada pelo seu nome.

"Olá!" seu sorriso amarelado apareceu e ela abanou com as mãos para mim. "Seu rosto é tão bonito." ela ficou seria, mas logo voltou a sorrir.

"Obrigado!" sussurrei.

Fiquei parada apenas observando Meirin injetar a ponta afiada da agulha em seu braço plácido coberto por couros desgastados e um pouco moles de mais, ela olhou para longe já acostumada com a pequena picada. "Pronto, sua nova medicação já está pronta!" Meirin avisou, fechando sua bolsa e a jogando em seus ombros. "Até logo, Amélia!"

Acompanhei Meirin para fora do quarto e pelo corredor até a próxima porta, ela a abriu e o quarto parecia vazio, se não fosse pelo garoto deitado sobre a cama olhando fixamente para suas mãos enormes, seus cabelos jogados para o lado e seus lábios ressecados.

"Harry?" Meirin chamou, entrando e me deixando entrar. Anotei imediatamente seu nome na folha e voltei a observá-lo, seus olhos continuavam a observar suas mãos e ele não se moveu. "Eu quero que você conheça alguém."

Minhas bochechas aqueceram instantaneamente como ele levantou sua cabeça e olhou para mim, ele me observou lentamente antes de olhar de volta até Meirin que estava de pé ao lado de sua cama. Ele não falou nada apenas observava.

"Ela se chama merina, e ela está me ajudando com os pacientes." ela explicou para ele, sentando no final de sua cama. "Você não vai para fora hoje?" ela perguntou, olhando para fora da janela.

Ele olhou para fora da janela também e negou com a cabeça, ele parecia totalmente anestesiado, mas algo me dizia que ele não estava usando nem uma medicação. Apenas observei como Meirin se preocupava com o garoto.

"Merina?" ela chamou se levantando.

"Sim?" gaguejei me aproximando.

"Você poderia ver a temperatura dele?" ela perguntou me dando espaço para me aproximar dele.

"Bem, hum, claro. Eu posso" divaguei me sentando na cama e deixando a placa com as folhas em cima da cama e levando minhas mãos até sua testa, espalhando um pouco de seu cabelo para os lados para conseguir tocar em sua pele um pouco quente. "Eu acho que ele não está com febre." murmurei retirando minha mão dele e olhando para ela de novo.

"Isso é bom," ela parecia pensativa. "Como você se sente hoje Harry?"

O garoto continuava quieto, voltando a olhar para suas mãos e não se movendo.

"Eu não estou louco!" ele sussurrou olhando atentamente para mim, eu olhei para baixo e me levantei da sua frente.

- eu não sei se isto está bom, mas eu me empenhei para escrever. eu realmente não sei sobre Hospícios nem nada, apenas estou criando algumas coisas. Vote e comente sobre isso. Eu estava em dúvida se o Harry deveria ser um médico ou um paciente, então, agora está decidido. Isso é algo diferente de tudo que eu já escrevi, então vote e comente.

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