Capítulo 2

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Capítulo 2

Tinha aquela sensação, de algo estranho, comigo mesma. Depois da traição de Theo, eu simplesmente não conseguia mais me enxergar bonita. Não que eu não fosse... Mas, agora eu tinha a sensação de não ser suficiente para nada... A sensação de ser inferior...

Mas eu sabia... Talvez fosse instituição feminina, ou simplesmente os fatos sempre denunciava que ele era um canalha. Como ele sempre arrumava desculpas pelos "bolos" em encontros comigo, ou à incrível quantidade de horas extras que ele sempre trabalhava, o que o fazia nunca atender minhas ligações e chegar atrasado em casa, com a roupa amassada e à gravata frouxa. ou simplesmente apenas, como seu carro sempre cheirava à perfume feminino. Que nunca era o meu.

Claro... Ele sempre tinha desculpas. " Amor! Fiquei preso no trabalho." "Amor tive que fazer um desvio e levar a diretora executiva em sua casa." "Querida não poderei ir no nosso jantar, aconteceu algo urgente no escritório, preciso cuidar disso."

Canalha!

Me aproximei mais do espelho em minha frente, um dos inúmeros espalhados no quarto, pelo hotel. Observei meu reflexo de corpo todo, e logo olhando diretamente em meus próprios olhos, tentando me decifrar... Não sabia em que momento parei de viver para mim, para viver somente para Théo, em qual o momento em que perdi minha própria identidade. Era até triste...
Eu sentia que minha antiga eu, a Judite jovem e sonhadora, desprezaria e ódiaria quem eu me tornara. Um corpo vazio, uma casca... Uma desesperada e infelizmente uma desacreditada no amor.

Levantei o queixo em pose aristocrata, deixando em evidencia o batom vermelho, combinando perfeitamente com meus cabelos, presos em um coque severo e jovial. Já estava pronta para encontrar minha futura presa, de acordo com que eu lera dele na Wikipedia, o "tal " era extremamente pontual, e extremamente conservador a sua imagem pessoal e vida privativa, tanto que desisti de procurar filmagens e fotos sobre o senhor Thierry em sites, que absolutamente... Não eram poucos.

Suspirei fundo, tentando não cair no choro, ainda desacreditada que realmente chegara tão baixo na vida, para seduzir um cara por grana. Olhei mais uma última vez, no espelho, admirando o vestido social preto, colado, de mangas três quartos e de gola levantada, deixando-o comportado no corpo, e é claro um belo escarpan vermelho, me deixava elegante, fazia quase com que eu parecesse alta. Um dos inúmeros defeitos que Magie achava de mim, um dos muitos que eu não tinha nenhuma culpa.

Aprumei o corpo, espanando e alisando o vestido, deveria estar sempre impecável," sempre perfeita."

E, com esse pensamento, virei para sair do quarto, finalmente pronta para armar minha teia.

[°°°]

Desci do Táxi, já olhando o arranha céu que era a sede das empresas Thierry, chegava a ser espantoso a exuberância do prédio. Era um edifício no entorno de trezentos andares, com sua própria estrutura tendo em base aço e vidro, o que fazia todo o prédio reluzir como um diamante. Era fascinante observar como a arquitetura do prédio, dava à impressão de fazer parte do céu. Como um complemento.

Eu ia mesmo fazer isso? Engoli em seco, pegando as minhas malas que o taxista já havia retirado do carro e me estendia, eram poucas, apenas duas malas, de rodas, apenas o suficiente para que eu pudesse me acostumar com o ambiente. Estranhamente, de acordo com as recomendações pelo e-mail da empresa que me enviaram, me aceitando como secretária pessoal do dono da empresa, o RH, pediu explicitamente para que eu trouxesse toda a bagagem para cá, já que, como secretária, eu precisaria estar bem próxima a ele, já que toda sua agenda durante o dia, seria organizada por mim. Eu basicamente, seria sua sombra.

Como Roubar Um Bilionário FrancêsDonde viven las historias. Descúbrelo ahora