Como Roubar Um Bilionário Francês

Capítulo 5

Capítulo 5

Eu odeio segunda feira, não as segundas feiras em si, mas essa... Especificamente essa... É como um choque de realidade. É a lembrança de que ir trabalhar é um martírio, de que ir para o colégio ou para a faculdade é um sacrifício. Mas quando não há essa diferenciação e colocando em termos profissionais, não tem nada que torne a segunda-feira desagradável. 

Um salário ilusoriamente seguro que lhe garante apenas sua sobrevivência, restando-lhe ficar eternamente entediado, odiando todas as segundas feiras? Sim, aquilo era uma lástima, eu quase desejava que o Thierry fosse um velho obsceno podre de rico. Um que fosse bem senil... Não era para aquela situação que eu passara em um treinamento intensivo para me preparar para laçar um velhinho, não um idiota que faria minha calcinha criar vida própria.

 Mas não, também não era exatamente esse o caso, segundo as explicações da vovó haviam três tipos de homens ou mulheres, na perspectiva de um golpista, os famigerados ricos perigosos, gente que não seria uma boa ideia roubar, que mexiam com coisas ilegais ou pior, com mafiosos, os  simples ricos normais, muito deles sem cérebro, com nada além de dinheiro e coisas carnais na cabeça, típicos playboys e por fim, o último e terceiro tipo, o que poderia estragar os planos de uma golpista iniciante em um instante... Os conquistadores, sedutores... Como um tigre contra uma gata doméstica...  Não era uma boa opção, nada de bom vinha de um envolvimento além do "profissional" com o alvo, e bem... O homem ao meu lado era definitivamente o terceiro tipo, ele não era simplesmente bonito, ele era o tipo de cara que sorriria e mulheres cairiam aos seus pés, atordoadas, suas calcinhas voando pelo ar em sua direção como um ímã que atraísse metal. Perigoso.

Eu aspirei profundamente, o perfume que impregnava o elevador chegou as minhas narinas com um cheiro amadeirado com  um toque  de algo cítrico, porém sutil, selvagem e sedutor ao mesmo tempo. " Minha nossa senhora das golpistas iniciantes, me ajude com esse pecado."

 Me afastei um passo para o lado dando um certo espaço entre mim e o magnata, coçando sutilmente o nariz, tentando me distrair do cheiro do homem, que era enlouquecedor, me fazendo ter vontade de enfiar meu nariz da curva do seu pescoço e simplesmente aspirar o cheiro pela eternidade. Eu estremeci interiormente com o pensamento maluco.

- Tudo bem? Senhorita Lewis? - Ele me olhou confuso ao me ver me apertando cada vez mais contra a parede espelhada do elevador.

Andar 18... tomei mais uma lufada de ar para responde-lo de forma controlada. Embora não fosse uma boa ideia, seja lá o tipo de feromônios   que o homem exalava, me deixava inquieta. 

- Claro, claro... - Eu virei o rosto, para que o Thierry, não me visse prendendo a respiração, estar em um local apertado, somente eu ele e o cheiro dele, Deus, mexia com meus hormônios quase mortos, será quê ele estava lançando algum tipo de jogo para o meu lado? Ou era apenas seu charme natural? Minha cabeça não parava de me lançar pensamentos sujos sobre agarrar o pobre homem  ali mesmo. Sim, eu precisava urgentemente de um namorado. Desde o incrível galhos de arvore que eu ganhara de Theo, eu não tinha perspectivas de encontrar ninguém, o que se mostrava agora um erro, se ao menos eu tivesse alguém, nem que fosse um miserável vibrador, eu não estaria agora subindo pelas paredes como uma gata no cio.   

Segura sua onda Judite! Resmunguei inteiramente, tentando pensar na minha "amável vó" para tentar me distrair de toda a tensão.

Andar 16, andar 15! Graças a Deus... Enquanto eu ia me afastando da parede do elevador,  puxei levemente a barra do blazer do meu terninho para tirar qualquer marcado que pudesse ter, ao mesmo tempo em que o elevador parou no andar solicitado para começar meu treinamento, no entanto, antes mesmo que as portas se abrissem, uma mão máscula apertou o botão para  travar a porta, me deixando perdida e com um olhar de confusão. O que diabos se passava pela cabeça dele?