Prelúdio

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  Sobre William Harper três adjetivos poderiam ser perfeitamente encaixados: Arrogante, esnobe e frio.  

 

Faltavam alguns minutos para ás duas da tarde. William estacionou seu Aston Martin prateado em frente ao restaurante marcado pelo o Nathan. Jogou a chave do carro para manobrista e em seguida um aviso "cuidado". O manobrista não poderia pagar por aquela máquina inglesa de dois milhões. Ele tinha dinheiro e exibia, não se importava com quanto esbanjava. Não era à toa que frequentava a lista dos solteiros mais cobiçados do estado de Illinois ou do país. Era uma espécie de Tony Stark da advocacia e ele gostava dessa fama. Alimentava o seu ego.

O Owen & Engine era um restaurante inspirado nos moldes dos pubs britânicos da época Vitoriana. Requintado e refinado. Era um dos lugares favorito de William, seu amigo sabia e compartilhava dos mesmos gostos.

— William. — ele acenou para o amigo.

Impecável. William sempre andava em seu estilo inconfundível, vestido em seu terno feito exclusivamente para ele.

— Pontualidade britânica. — os dois se cumprimentaram discretamente. William logo olhou para a mesa e viu a mulher de idade ao lado do amigo, ele a conhecia de algum lugar. Ela era loira, corte estilo chanel, possuía alguns cabelos grisalhos e um olho castanho claro. Olhou estreitamente para ela, tentando forçar a memória. Sua face não era desconhecida, no entanto naquele instante não conseguia recordar.

— Desculpe William, mas pelo jeito não conhece a presidente do país. — William bateu a mão de leve na testa. — Essa é Clarice Hayes a quadragésima quinta presidente do país, já ouviu falar? — Nathan perguntou com um discreto sarcasmo, antes que William respondesse, Clarice tomou a palavra.

— Enfim consegui falar com o grande William Harper. — disse ironicamente, não disfarçou a situação desconfortável qual estava.

— Me desculpe senhora.

— Perdoado. — William assentiu. — Mas não vim aqui para falar de política. — ela ajeitou a postura na cadeira, estava séria.

— Eu cuido de alguns dos negócios de sua família. Só não lembro qual empresa agora. — a família Hayes além de ser uma tradicional família no cenário da política norte-americana, possuía muitas empresas no ramo do petróleo.

— Temos muitas empresas, mas não vim tratar delas. Recusou minhas ligações, então não tive saída. — ela falava, William notou que era bastante conservada para sua idade e aparentava ser uma mulher reservada e não por menos, sua família era uma das mais poderosas do país e ela era a presidenta. — Minha filha, ou melhor dizendo, a minha sobrinha, mas a considero como filha desde os cinco anos. — deu uma pausa e bebericou o chá. — Ontem o síndico do prédio dela descobriu o corpo de um homem, foi assassinado a golpes de tesoura. — William a observava e olhava o seu relógio, tempo para ele era dinheiro e aquele não era um caso para ele. — Não se preocupe com o tempo, eu tenho dinheiro. — ela o respondeu notando a sua inquietação.

— Não é o tempo e sim o fato de não trabalhar nessa área, creio que meu caro amigo sabe. — ele olhou estreitamente para Nathan, qual apenas deu um sorriso insosso.

— Não é um simples caso, William.

— Minha família quer alguém em quem possa confiar e a sua família vem provado isso durante o tempo. O seu avô era amigo íntimo do meu pai. Enfim, creio que a minha Elsa não seria capaz de matar alguém e muito menos esse homem.

— O namorado. — William completou.

— Eu não sei se era o namorado dela. Elsa é reservada e como ela me trata como mãe, ela me contaria que estaria em um caso. Eu sei que ela não fez isso... — ela pausou, seus olhos marejaram um pouco. — Me desculpem, celular. — Clarice levantou-se e foi atender em um lugar reservado, parecia surpresa com aquela ligação.

Blur (Concluída)Where stories live. Discover now