Quadrilátero

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  Pessoas sofrem de distúrbio de personalidades, ela apresenta um grau elevado de um transtorno dissociativo de personalidade, sabe que esses tipos de pessoas costumam ter uma diferente noção da realidade  

                                                                                           


Mais um novo dia amanheceu em Chicago. A temperatura estava amena, era o início do outono. Flores amareladas surgiam nas árvores e não iria demorar para elas caírem. Chicago era considerada uma cidade com um clima agradável nesta época do ano, no inverno as temperaturas sempre batiam algum recorde negativo.

William morava em um edifício no centro da cidade, e lá estava ele esparramado em sua cama coberto por um lençol de seda branco. Seu despertador tocou exatamente às sete e quinze da manhã, causando aquele barulho estrondoso em seu quarto e o retirando de um sono profundo. Ele fazia o seu próprio horário, essa era uma das vantagens de trabalhar para si. Entrava no escritório às dez, no entanto gostava de praticar alguns exercícios antes.

Ao contrário das outras noites, ele dormiu tranquilamente nessa e sem uso de remédio. Ainda na faculdade desenvolveu insônia, era o resultado de madrugadas lendo processos e mais processos à base de energéticos.

Espreguiçou-se na cama e bocejou. Bateu no despertador. Foi ao banheiro fazer sua higiene e em seguida foi à cozinha.

— Bom dia. — sua empregada estava presente. — Já fiz a sua vitamina. — desde que teve câncer William passou a cuidar do seu corpo em virtude da sua saúde, em alguns casos era até obsessivo. Deixou de lados frituras e refrigerante, tudo era natural e bem seletivo. — Vi o senhor na televisão, ontem. — ele estava sentado na mesa enquanto bebia sua vitamina de maçã com laranja. — Naquele canal de finanças, não entendi nada do que falou.

— Depois te dou umas aulas. — ele morava sozinho desde os vinte anos. Gostava de ter sua independência, mas às vezes aquele velho sentimento de solidão pairava. A empregada lhe entregou o telefone, já tão cedo e ele não parava de tocar.

Simplesmente detestava se conectar tão cedo. Olhou no visor e viu que era o Nathan. Tinha marcado de encontrá-lo no hospital. Infelizmente hoje não iria correr pelas margens do lago Michigan.

— A senhorita do bracelete, ainda não a encontrou? — a empregada falou enquanto colocava as torradas com geleia em seu prato.

A mulher do bracelete.

— Não. — referiu-se a mulher com quem dormiu algumas semanas atrás. Ela simplesmente o deixou sozinho na cama, não deu alguma notícia. Isso foi algo estranho para o advogado, já que elas costumavam a ligar depois.

— Devia colocar nas redes sociais, todo mundo acha alguém por lá. — Paulina sugeriu. Era uma mulher mexicana de uns quarenta anos ,cabelos castanhos sempre presos em um coque alto, e há seis trabalhava para o advogado.

— Não é necessário. Ótima vitamina, obrigado.

A mulher loira qual encontrou em uma festa, detentora de uma beleza única, sedutora e principalmente maluca. O Harper sentiu uma fascinação quando a olhou. Ela era inteligente e provocante, isso era o seu charme. Tudo nela combinava. Não tirava aquela pervertida de sua cabeça. Ela o deixou sem palavras e nocauteado, como nenhuma tinha conseguido.

Foi ao seu quarto para arrumar-se, não era algo modesto e sim o seu ritual. Vestiu uma camisa de manga branca, abriu sua gaveta de gravatas e sabia que iria ficar um bom tempo ali, era quase que uma meditação para escolher a gravata, por fim escolheu uma preta.

Blur (Concluída)Where stories live. Discover now