Capítulo 28 - Trabalho Disfarçado

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Sanny acordou pela madrugada, dois dias depois de seu encontro com Navi, muito antes de Ayron e os bebês acordarem. Um pico de energia estava fluindo por seu corpo e ele se agitou prestes a ter um dia muito produtivo, esse era o seu plano. Parece que ter tido aquela conversa com o deus dos lobos trouxe uma nova motivação para ele continuar firme e dar o seu melhor. Não que já não fizesse antes, mas se sentia diferente.

A casa estava tão silenciosa. Nem mesmo os primeiros raios solares tinham surgido ao leste ainda. Sanny olhou pela janela e notou o céu nublado, nem uma estrela à vista, apenas escuridão. E no momento em que relâmpagos delinearam com luz as bordas das nuvens, Sanny se encolheu.

Um dia produtivo, porém, chuvoso.

Talvez ele não tinha acordado tão cedo, afinal. O céu estava tão encoberto que não havia nenhuma luz.

Sanny correu para organizar a casa, limpar, fazer o café da manhã dos bebês e dos adultos. Parece que ele adivinhou o momento certo de terminar tudo quando ouviu um berro, seguido de outro, e a cacofonia o levou ao quarto das crianças.

Anat e Yuri se acalmaram, apenas choramingando quando ele entrou.

— Por que estão chorando, meus amores? — Sanny pegou Anat nos braços, mas Yuri também queria subir nele, ele só não sabia como fazer isso direito, os gêmeos estavam tão grandes e pesados. Logo não mais caberiam no berço e então precisaria arranjar camas novas para eles.

Ayron apareceu ao seu lado e pegou Yuri nos braços, balançando-o.

— Eles estão com fome. — Ayron sorriu, seu cabelo amassado e meio arrepiado fez Sanny rir. — Parece que vai chover.

— Sim. Eu preparei o café da manhã.

Eles chegaram a cozinha e Ayron se sentou com Yuri no colo. Sanny sentou-se perto com Anat e alimentaram os bebês, enquanto alimentavam a si mesmos.

— Ontem mesmo o ancião me disse que choveria. É uma ótima época para isso, estávamos esperando chuva para melhorar a terra antes do plantio, estava muito seco.

— Oh. — Sanny ainda não entendia muito bem. Mas ele sabia que muitas vezes a chuva é sinal de bênçãos.

Mais tarde, depois que os bebês já estavam em seu período com Kemal, Sanny seguiu Ayron de volta para casa. Estava chovendo bastante por isso ambos chegaram ensopados. Ayron preparou chá quente enquanto Sanny foi pegar uma muda de roupa seca para cada.

— Eu notei Kemal estranho, você percebeu? — Perguntou Ayron servindo duas xícaras com chá fumegante.

— Estranho como? — Não, ele não percebeu.

— Ele estava... um pouco desligado. Espero que isso não prejudique o seu trabalho. — Ayron lhe entregou a xícara e Sanny agradeceu.

— Por que você insistiu para levar os bebês para ele? Está chovendo, acho que nós poderíamos cuidar deles.

O Alfa sentou-se ao lado dele na cozinha. O olhar que ele lhe deu continha humor, o canto de sua boca se curvou em um sorriso e ele desviou o olhar para o chá.

— Nós vamos trabalhar hoje, Sanny. Em casa.

— Em casa? — Sanny franziu a testa. — Vamos ler pergaminhos ou algo assim? Planejar?

Ayron balançou a cabeça bebericando mais um pouco de seu chá, Sanny fez o mesmo. Eles ainda não tinham se trocado, as roupas estavam sobre a mesa apenas esperando por eles.

A Origem de Sanny [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora