Capítulo 17

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 Eu não era uma pessoa que tirava férias com muita frequência.

Desde que havia começado a trabalhar na Pasquim, eu havia tirado férias apenas para fazer viagens, como quando fui para Paris e Roma com Alice, ou quando Remus e eu passamos uma semana em Barcelona. Era inimaginável, para mim, pensar em tirar férias somente para ficar em casa assistindo séries e comendo sorvete.

Como eu estava errada.

A primeira semana das minhas férias foi dedicada inteiramente para arrumar o meu apartamento. Eu limpei cada um dos livros da minha estante, limpei o aquário e mudei a disposição dos móveis do meu quarto. Eu também separei as roupas que não queria mais e levei para a doação. Também me livrei de uma poltrona que já estava completamente desbotada e comprei outra, assim como novos lençóis para a cama. Na segunda semana, então, eu pude relaxar na minha nova velha casa.

James Potter já era uma eco distante na minha mente. Quem precisava dele? Definitivamente, eu não. Eu não precisava daquele rosto ridiculamente lindo, ou aquela boca macia e aqueles braços. Ok. Eu confesso que, de vez em quando, ainda lembrava dele e ficava um pouco triste, mas eu estava bem, no geral.

Aquele coração partido havia me feito mais forte. Agora, eu saberia lidar melhor com uma paixão avassaladora, da próxima vez que sentisse uma. Eu havia aprendido que precisava levar relacionamentos com calma e paciência, sem estragar tudo por levar um pé na bunda ao já ter imaginado toda a minha vida, filhos e cachorros com alguém.

...

Ouvi um barulho na porta, como se alguém estivesse tentando entrar no meu apartamento. Apaguei o abajur, correndo, e peguei a coisa mais mortal que estava ao meu alcance – um garfo. O invasor, ao que parece, tinha a chave da minha casa. Ele só estava tentando descobrir qual era. Talvez ele tivesse a chave de todos os apartamentos do prédio.

Quando ele finalmente conseguiu abrir a porta, eu dei um grito. O que fez com que ele gritasse também, ao mesmo tempo que acendia a luz.

Me deparei com Remus Lupin, de terno e gravata, me encarando. Ele segurava um telefone ao ouvido.

- Você está viva. - ele suspirou, enquanto tentava tomar fôlego após o susto. - Ela está viva, Alice.

Franzi as sobrancelhas.

- O que está acontecendo? - perguntei - É claro que eu estou viva.

Ele desligou o telefone e cruzou os braços, visivelmente irritado.

- Você não dá notícias há duas semanas! Você não atende o celular e nem responde meus emails! - ele gritou - Dorcas não faz a menor ideia de onde você esteja, mas sabe que você não aparece na Pasquim há dias!

Encarei o chão, um pouco envergonhada.

Eu realmente precisava de um tempo só para mim, mas eu não havia parado para pensar que poderia preocupar as pessoas, desaparecendo daquele jeito.

- Alice me obrigou a vir aqui. - ele continuou, com mais calma. - Eu estava com muito medo de te achar morta na banheira.

- Eu não tenho uma banheira. - murmurei

Ele me fuzilou com os olhos.

- Me desculpe, Rem... - eu disse - Eu não tive a intenção de preocupar vocês.

Ele veio até o sofá e se sentou, ainda respirando com dificuldade.

- O que você está fazendo? - perguntei

The Best ManWhere stories live. Discover now