Capítulo 12

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— Nanami... acorde Nanami... — Akina implorou, mas Nanami simplesmente desmaiou. O sangue escorria livremente pelas feridas horríveis e manchava a ambos. — Por favor, não morra!

As lágrimas surgiram, mas inutilmente tentou detê-las. Não queria chorar por aquele gato. Aquele que por muitas vezes o fez se sentir péssimo, mas que agora tinha salvado sua vida.

Ele o segurou e o moveu para ver a profundidade que as flechas tinham entrado, mas parou quando captou os passos. Olhou apreensivo.

Akina não era precisamente alguém forte ou ágil, mas lutaria com todas as suas forças para protegê-los.

— Ora, olhe só o que minha flecha capturou! — A voz saiu com escárnio e diversão.

Akina olhou para cima e deparou-se com um grupo de homens. Eram em torno de cinco deles, todos vestidos com roupas de tecido grosseiro e alguns detalhes de couro, assim como as botas.

Ele conhecia aquele perfume misturado ao odor de suor e sujeira. Eram os mesmos homens que atacaram sua amada vila. Claro, quando sua cidade natal foi acometida, mais homens como aqueles estavam envolvidos, um exército deles. Jamais esqueceria aquele cheiro maldito. Cheiro de leões.

— O que querem? Estão nos domínios de Akai... saiam daqui! — Akina avisou. Ele tentou manter uma postura altiva, pois era um príncipe e jamais seria humilhado por ninguém e que achava ser a única maneira que conhecia para ganhar tempo. Quem sabe Kensuke viria atrás de Nanami. Por favor... venha logo! Implorou em pensamentos.

— E quem se importa? Logo aqueles lobos sarnentos não passarão de corpos sem vida. — Outro leão zombou.

— Acho que matou o loirinho, Takashi. — Um homem corpulento e com uma barba grosseira comentou. Ele se aproximou, fazendo Akina se encolher e abraçar com mais afinco o desacordado Nanami.

Entretanto, o grupo parou diante de uma voz grossa: — Céus! Não posso me afastar um minuto que já fazem besteira! — Ele empurrou um leão barbudo de sua frente e ficou a poucos passos deles. Seus olhos pousaram curiosamente sobre o gatinho ferido e depois para Akina. — Quem atirou as flechas?

Era engraçado ver os outros homens grandes com semblantes temerosos. Isso fez Akina deduzir que aquele era o líder ou algo parecido. A raiva cresceu dentro dele, porque aquele homem devia ser o responsável pela morte de seu povo e de sua família.

— Er... desculpe Koji... estávamos caçando o jantar... e a coisinha entrou no caminho.

— Mentiroso! Vocês atiraram para me atingir, mas Nanami me protegeu! — Akina gritou, ganhando a atenção do líder. Reparou que o homem parecia bem forte com aqueles músculos, cada coxa sua daria duas de Akina. Ele devia ser da mesma altura de Kensuke, talvez mais alto.

Seus cabelos eram de um loiro dourado e liso, que seguiam até o meio de suas costas e estavam presos em um laço frouxo de couro negro. Uma franja sutil caía em sua testa, mas não escondia as sobrancelhas grossas. Seus olhos eram vermelhos, tão vivos e brilhantes, mas carregados de solidão, algo que tocou Akina. Aquele homem era um ser triste.

— Nanami... esse não é o nome do consorte do Alfa dos lobos de Akai? — O loiro questionou.

— Sim, é o que o chefe pediu para raptarmos. Aquele que é o hospedeiro do Oni Tiger! — O mais baixo dos leões falou, com um sorriso de escárnio na face.

Os olhos de Akina se arregalaram. Ele olhou para o desacordado Nanami em seus braços. Oni Tiger? Aquele gatinho fraco e sem talento era o recipiente do Oni mais forte? Como?

Akai Ito II - Fio Vermelho (Romance Gay)Where stories live. Discover now