Akai Ito II - Fio Vermelho (Romance Gay)

Capítulo 30

Ryo desceu as escadas rapidamente quando ouviu alguém bater à porta. Surpreendeu-se por encontrar Kensuke e Nanami.

— Alfa! Que bom vê-lo aqui! — Ryo fez uma reverência para ele. — Você também Nanami.

Kensuke se aprofundou na pequena sala de estar da casa de madeira oriental. Ele apertou o ombro de Ryo antes de dizer:

— Eu não vim como seu Alfa hoje e sim vim como seu amigo Kensuke. — E o puxou para um abraço forte e apertado. Ryo se sentiu surpreso, mas aceitou e o abraçou de volta. Ele queria chorar, mas segurou ao máximo para não mostrar sua tristeza. Se alguém deveria se mostrar forte em momentos assim, esse deveria ser ele.

— Obrigado, Kensuke, fico muito aliviado de recebê-los aqui hoje... estou um pouco... — Ele se afastou e soltou um longo suspiro antes de continuar. — Na verdade eu não sei o que fazer para ajudar Sayuri. Eu estou cuidando dele, mas... sabe, não me importaria tanto de não ter filhotes, mas o que eu realmente queria era ter o meu Sayuri de volta. Ele é o que mais importa para mim.

Kensuke assentiu e Nanami tinha grandes olhos esbugalhados, sem jeito e sem saber o que falar. Ryo entendia, pois Nanami tinha ficado com medo também, ele ainda não sabia se poderia engravidar e dar vários filhotes a Kensuke, e provavelmente era uma preocupação ao ninshin.

Ryo os levou até o quarto, onde Sayuri estava deitado e virado de costas para eles. Parecia desmaiado, completamente inerte em sua dor. Já não ouvia mais o choro dele, porém notou que a luz em seu ninshin havia se apagado e tal fato machucava profundamente seu coração.

— Eu gostaria de ficar um pouco sozinho com ele. — Kensuke pediu. Ryo concordou e levou Nanami consigo para o corredor.

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Kensuke suspirou ao ver o estado de Sayuri. O garoto nem mesmo se movia no futon, estava de costas para ele e completamente derrotado.

Ajoelhou-se próximo e uma de suas mãos tocou sobre o ombro dele, sentindo um leve tremor por parte do gato ruivo. Ele estava consciente.

— Bem, não sei se é apropriado da minha parte vir aqui conversar com você... mas segui o exemplo que Nanami me ensinou: Seguir o meu coração e fazer o que ele me manda fazer. Eu posso imaginar a dor que você sente, Sayuri, mas não posso entender tão bem como é, por que é uma dor sua, e apenas sei que é cruel. Realmente cruel. No entanto, pense bem, Sayuri, não é como se você nunca pudesse ter um filho. Não consegue imaginar isso?

O gato ruivo moveu na cama e virou-se para olhar Kensuke.

— Você completou a maioridade há pouco tempo, talvez seja só uma fase já que está amadurecendo. Eu conheci pessoas que já passaram por isso.

— Mas Shou disse que eu posso morrer se for ter outro bebê... — Choramingou o gato.

— Há riscos, mas como eu disse, pode ser uma fase. Vou te contar um fato. Quando Shou engravidou de Minky, ele enfraqueceu tanto que nos últimos meses foi obrigado a permanecer apenas de cama. Ele correu sérios riscos de abortar, teve várias crises de dor e foi um milagre sair bem dessa. Ele era como você, foi precoce ter uma criança, mas conseguiu. Não quero dizer que você vá passar pelo mesmo, no entanto creio que nós podemos ajudá-lo a ter uma saúde melhor e ter chances... esperança para conseguir ter uma criança daqui algum tempo, se este for o seu real desejo.

Sayuri sentou na cama, seus olhos antes apagados, agora refletiam um brilho diferente. Kensuke adorava ver esse brilho nos olhos das pessoas. Era a esperança, a última que deveria morrer.