Aline
A pomada de assaduras de Liz havia acabado, pedi para que Enrico fosse comprar uma enquanto eu ficava com ele e ele se recusou a ir, fazendo com que eu fosse e a deixasse com ele.
Durante o caminho, fiquei pensando na minha menstruação que estava completamente regulada, sem sinais de uma possível gestação além do desconforto que envolve a tontura da manhã e o vômito do almoço.
Na farmácia, procurei pela pomada e justo ao lado dela, tinha uma caixinha com um teste de gravidez, onde nele indicava as possíveis semanas caso eu estivesse grávida.
Eu sabia e sentia que não estava.
Tentada a comprar, comprei, mas este eu não deixaria Enrico ver.
Assim que cheguei em casa, peguei Liz no colo e a levei para o quarto. Troquei sua fralda cheia de fezes que Enrico tinha nojo de trocar, passei a pomada e ela com um sorriso disse:
— Bebê, mamãe.
— Não tem bebê princesa.
— Sim.
Sorri pra ela e a levei de volta para Enrico que praticamente babava de tanto dormir no sofá.
— Fique com o papai. - a coloquei em cima dele que assustado acordou.
Sorri pelo seu susto e corri até o banheiro.
Li o modo que deveria fazê-lo na caixinha e fiz.
Cerca de minutos depois apareceu a seguinte mensagem:
'' Grávida! 08 semanas''
- Minha nossa senhora, o que significa oito semanas? - perguntei a mim mesma.
Peguei meu celular em cima da pia e pesquisei na internet.
— Pelas contas do google, carrego um bebê há dois meses em meu ventre.
Após dizer tudo isso a mim mesma, eu chorei.
Não sabia distinguir o meu sentimento no momento.
Voltei à sala cerca de quinze minutos depois, Enrico me olhava com os olhos bem atentos.
— Andou chorando? - perguntou.
— Claro que não. - menti.
— Estive pensando... Poderíamos viajar nós três no próximo mês, a empresa não fica tão movimentada nessa época e saberá lidar com a minha ausência por um tempo.
Respirei fundo, aquela era a minha deixa.
— Eu acho uma ótima ideia, mas, acredito que você tenha errado na contagem de pessoas.
— Ué, como assim? Eu, você e a Liz.
— Nada disso, será: Eu, você, a Liz e o irmão ou irmã de Liz.
Ele arregala os olhos e por um momento, achei que fossem saltar para fora.
— Você quer dizer que...
— Eu estou grávida, Enrico.
Ele jogou Liz no sofá como se fosse um boneco e ela gritou:
— EI!
Em seguida, ele me abraçou e ela começou a rir com o próprio ''ei'' que disse.
— Filha, você está escalada à irmã mais velha.
E ela nos olha sem entender.
— Bebê, mamãe.
— Sim meu amor, bebê. - eu disse pegando-a no colo.
Minha vida e família agora estava completa.
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ENRICO
Non-FictionSinopse reescrita e atualizada em: 03/06/2022. Não podemos apagar o passado, mas se quisermos podemos mudar o futuro. Vítima de um incêndio que lhe deixou com quarenta por centro do corpo queimado, Enrico que antes era um homem de beleza exuberante...