The Ripple Effect

Epílogo

A vida é um lago amplo e calmo - até a primeira chuva cair.

Havia três coisas que Alex Randall e eu tínhamos em comum.

Ambos éramos ingleses, nascidos no mesmo ano, e tínhamos perdido nossos pais quando éramos crianças.

Tudo isso é insignificante,  comunalidades compartilhadas entre milhares de pessoas. Detalhes que nunca previam como nossas vidas se entrelaçavam.

Uma mutação no DNA de Alex trouxe um câncer para o seu caminho e ele para o meu.  A primeira gota de chuva nas águas serenas a vida.

Não foi exatamente essa gota que mudou tudo - nunca é a queda inicial, e sim as ondulações que ela cria. Elas tomam seu tempo, expandindo-se pela superfície, formando círculos que se alargam à medida que vão moldando a forma da vida.

Minha incapacidade de salvar Alex - a morte dele. A primeira ondulação,  aquela que trouxe Black Jack Randall, sedento por vingança, atrás de mim e de Alexander MacGregor. Uma onda forte e perigosa, ameaçando minha vida, me levando para a Escócia.

Uma corrente que me aproximou de Jamie.

O efeito ondulação.

O suicídio de MacGregor, minha mudança para Paris, meu retorno para Escócia.

A decisão de ficar com Jamie - para sempre.

Um presente - nossa Faith.

O presente foi tomado de volta, tão inesperadamente quanto veio. Uma ondulação virou nosso barco, ameaçando nos afogar.

Nadamos para a superfície segurando a mão um do outro, conscientes de quão precária seria nos soltassemos , sabendo que as correntes da tristeza poderiam nos separar. Quando chegamos a águas escuras novamente, quando as lágrimas secaram e a única coisa que podíamos fazer era continuar, fizemos um balanço.

A vida de Black Jack Randall.

Uma mão multilada e uma perna com cicatrizes.

Dois corações despedaçados que, milagrosamente ainda poderiam amar.

Uma parte da nossa alma, um anjinho perdido para sempre.

Ondulações,  expandindo, ignorando o bem e o mal. Ondulações,  perturbando a quietude.

Minha vida nunca é tranquila. Há sempre uma voz, um choro, uma risada ao meu redor.

Estou sentada no banco do meu jardim de ervas - o que Jamie fez para mim. É um simples banco de madeira, a parte superior das costas um pouco irregular, mas ainda assim é bonito. Está no lugar perfeito, porque sentada aqui eu posso vê-los, não importa o quão longe eles tenham ido.

Sorrio para Bree enquanto ela corre em minha direção,  seus cabelos ruivos voando ao vento como chamas, - os olhos azuis de minha  filha brilhando de felicidade.

Ela para a poucos metros de mim e olha para trás, para Willie. Ele tenta acompanhar os passos largos da sua irmã e falha, tropeçando apenas para se levantar novamente. Seus cachos caem em sua testa, marrons, como os meus. Eu procuro seus olhos de uísque em busca de lágrimas, mas tudo o que posso ver é o riso.

" Vamos Willie!" Bree o encoraja, mas posso sentir sua exasperação. O irmãozinho está segurando ela de volta, ela está com pressa, sempre com pressa,mas quando Willie sorri para ela, tudo o que ela pode fazer é sorrir de volta para ele.

Eu estou esperando por eles, tentando não rir a princípio, tentando não repreender Willie depois, quando ele pisa em minhas plantações de lavanda.